Diante do clima favorável no Meio-Oeste, milho recua e consolida 3ª queda consecutiva em Chicago
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho recuaram pelo terceiro dia consecutivo. No início do pregão desta quinta-feira (17), as cotações futuras do cereal até esboçaram uma tímida reação, porém, voltaram a operar do lado negativo da tabela e finalizaram a sessão com quedas entre 2,00 e 2,25 pontos. O contrato setembro/17 era cotado a US$ 3,50 por bushel, enquanto o dezembro/17 operava a US$ 3,64 por bushel.
Segundo reportam as agências internacionais, as cotações do milho permanecem pressionadas pela perspectiva de melhora no clima no Corn Belt. Após as preocupações em julho, no momento da polinização, uma das mais importantes na cultura do cereal, as chuvas retornaram ao cinturão de produtor dos EUA trazendo alívio às preocupações do mercado.
As projeções oficiais do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - indicam que nos próximos 8 a 14 dias, as temperaturas deverão ficara abaixo da normalidade em grande parte do Meio-Oeste americano. Enquanto isso, as chuvas terão comportamento misto. Em algumas regiões acima e em outras abaixo da média.
No início da semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) elevou para 62% o índice de lavouras em boas ou excelentes condições. Cerca de 26% das lavouras estão em situação regular e 12% em condições ruins ou muito ruins.
Paralelamente, as vendas semanais ficaram em 62,4 mil toneladas de milho da safra velha e mais 671,8 mil toneladas da temporada 2017/18. As informações foram reportadas pelo USDA.
Mercado brasileiro
A quinta-feira (17), foi de ligeiras movimentações positivas nos preços do milho praticados no mercado doméstico. Conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, em Brasília, a alta foi de 4,76%, com a saca a R$ 22,00. Em Ponta Grossa (PR), o ganho ficou em 4,35%, com a saca a R$ 24,00.
Na localidade de Assis (SP), a saca subiu 3,63% e terminou o dia a R$ 20,00. Em São Gabriel do Oeste (MS), a quinta-feira também foi positiva, com alta de 3,45% e a saca a R$ 15,00. Em Pato Branco (PR), a valorização ficou em 2,92% e a saca a R$ 17,60. Já em Santa Catarina, em Palma Sola, a saca subiu 2,27% e encerrou o dia a R$ 22,50.
Em Campinas (SP), a valorização foi de 2,03%, com a saca de milho a R$ 25,10. No Porto de Paranaguá, o dia foi de estabilidade, com a saca futura a R$ 27,00.
De acordo com o consultor da França Junior Consultoria, Flávio França Junior, o mercado do cereal está regionalizado. "Temos acompanhado algumas valorizações pontuais, entre R$ 1,00 e R$ 2,00, diante do maior interesse comprador. Os preços mais baixos estão atrativos e os vendedores têm evoluído com a comercialização aos poucos", reporta.
Apesar do cenário, o analista ainda reforça que, as cotações de milho permanecem pressionadas em meio à safra recorde. Segundo levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), os produtores brasileiros deverão colher 66,68 milhões de toneladas. No total, entre primeira e segunda safra, serão colhidas 97,19 milhões de toneladas do grão na temporada 2016/17.
Ainda nesta quinta-feira, entidade realizou mais duas operações de apoio à comercialização do cereal. Do total ofertado, de 818 mil toneladas, foram arrematadas, 808 mil toneladas do grão.
No caso do Pep (Prêmio para Escoamento de Produto), o volume negociado foi de 100%, do total ofertado, de 240 mil toneladas. Para o leilão de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural), a oferta foi de 578 mil toneladas. O volume arrematado ficou em 568,7 mil toneladas, o equivalente a 98,40% do total ofertado. A sobra ficou em 9,26 mil toneladas do cereal.
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BM&F Bovespa
As cotações do milho negociadas na bolsa brasileira subiram mais de 1% durante o pregão desta quinta-feira (17). A referência para a safrinha, o contrato setembro/17, era cotado a R$ 28,24 a saca, com ganho de 1,40%. Já o novembro/17 subiu 1,39% e terminou a sessão a R$ 29,15 a saca.
Os futuros da commodity subiram apesar da queda registrada no mercado de Chicago. O impulso foi o dólar, que também subiu mais de 1% hoje. A moeda norte-americana encerrou a quinta-feira a R$ 3,1785 na venda, maior alta desde 20 de junho.
"O câmbio acompanhou a trajetória da moeda norte-americana no exterior num dia de maior aversão ao risco e com cautela dos investidores diante das dificuldades que o governo brasileiro deve enfrentar para aprovar as medidas fiscais e reformas no Congresso Nacional", reportou a Reuters.
Confira como fecharam os preços nesta quinta-feira: