Com previsão de chuvas no Meio-Oeste e aumento na safra dos EUA, milho recua mais de 4% nesta 5ª na CBOT

Publicado em 13/07/2017 17:38

Pelo segundo dia consecutivo, as cotações do milho praticadas na Bolsa de Chicago (CBOT) despencaram. Ao longo do pregão desta quinta-feira (13), as principais posições da commodity ampliaram as quedas e encerraram o dia com perdas entre 15 e 15,75 pontos, uma desvalorização de até 4,09%. O vencimento setembro/17 era cotado a US$ 3,69 por bushel e o dezembro/17 a US$ 3,83 por bushel.

Conforme informações reportadas pela agência Reuters internacional, as cotações do cereal foram pressionadas negativamente pelas perspectivas de melhores condições climáticas no Meio-Oeste americano. Grande parte das lavouras de milho passam pela fase de polinização em julho, estágio determinante para o rendimento das plantas.

"As previsões para um pouco menos de calor na próxima semana foram vistas como benéficas para o desenvolvimento das plantações de milho", destacou a Reuters. "Há um pouco de mudança nos padrões climáticos. Na próxima semana, vai ficar quente, mas talvez não seja tão quente quanto pensamos. E no final da próxima semana podemos ter um pouco de umidade", afirmou o analista internacional Tom Fritz, do Grupo EFG. 

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Ainda hoje, o Rabobank informou ao Agrimoney.com que "a perspectiva para o Meio-Oeste para o resto do mês não é muito benéfica, com clima quente e principalmente seco, enquanto as temperaturas noturnas devem permanecer desfavoravelmente altas".

Inclusive, nesta quarta-feira, na contramão das apostas dos participantes do mercado o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) revisou para cima a proijeção para a safra de milho do país nesta temporada. Os produtores americanos poderão colher 362,1 milhões de toneladas. Os estoques finais também subiram para 59,06 milhões de toneladas. 

Paralelamente, as vendas para exportação de milho ficaram em 161 mil toneladas da safra velha na semana encerrada no dia 6 de julho. O volume ficou abaixo das projeções dos participantes do mercado, entre 300 mil a 500 mil toneladas. Com isso, o acumulado na temporada está em 55.763,5 milhões de toneladas.

Da safra 2017/18, os números ficaram em 279 mil toneladas, acima do esperado pelos investidores, de 50 mil a 200 mil toneladas.

Mercado brasileiro

No mercado interno, a quarta-feira foi de ligeiras movimentações aos preços do milho. Conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, em Cascavel (PR), a queda foi de 5,32%, com a saca do cereal a R$ 17,80. Ainda no estado paranaense, em Ubiratã, os preços recuaram 5,46%, com a saca a R$ 17,30. Já em Londrina, a saca do grão finalizou o dia a R$ 18,00, com desvalorização de 5,26%. 

Na região de Luís Eduardo Magalhães (BA), a queda ficou em 2,22%, com a saca do milho a R$ 22,00. Em Assis (SP), o recuo foi de 2,44%, com a saca cotada a R$ 20,00. No Porto de Paranaguá, a saca futura caiu 3,45% e finalizou o dia a R$ 28,00.

Os analistas ainda destacam que as atenções permanecem voltadas ao andamento da colheita da segunda safra no Brasil. Além disso, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) realizou mais duas operações de apoio à comercialização nesta quinta-feira.

No caso do leilão de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor), o volume negociado foi de 108,36 mil toneladas, o equivalente a 12,31% do total ofertado, de 880 mil toneladas do cereal. Já o leilão de de Pep (Prêmio de Escoamento de Produto), a oferta foi de 320 mil toneladas de milho entre lotes de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. O volume negociado foi ainda mais baixo, de apenas 5,06%, e a sobra foi de 303,81 mil toneladas.

E, novamente os lotes de Mato Grosso do Sul e Goiás não despertaram interesse. Na última operação, realizada no dia 6 de julho, os lotes dos dois estados já haviam gerado pouco interesse aos participantes dos leilões. 

BM&F Bovespa

A quarta-feira também foi negativa aos preços do cereal na BM&F Bovespa. As principais posições do cereal finalizaram o dia com quedas entre 1,13% e 5,97%. A referência para a safrinha, contrato setembro/17, era cotado a R$ 26,03 a saca. O novembro/17 finalizou a sessão a R$ 27,50 a saca e o janeiro/18 a R$ 27,85 a saca.

As cotações acompanharam a forte queda registrada nos preços no mercado internacional. Já a moeda norte-americana fechou o dia a R$ 3,2082 na venda, com leve alta, de 0,02%. Segundo a Reuters, o movimento é decorrente da perspectiva de que o banco central americano não está com pressa para subir a taxa de juros no país e com alívio na cena política no Brasil.

Confira como fecharam os preços nesta quinta-feira:

>> MILHO

Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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