À espera do boletim do USDA, milho fecha 3ª feira próximo da estabilidade na Bolsa de Chicago
A sessão desta terça-feira (11) foi de volatilidade aos preços futuros do milho praticados na Bolsa de Chicago (CBOT). Ao longo do dia, as cotações reduziram as perdas e encerraram o pregão com ligeiras quedas, entre 0,25 e 0,50 pontos. O setembro/17 era cotado a US$ 4,01 por bushel, enquanto o dezembro/17 operava a US$ 4,14 por bushel.
"Mesmo com a queda no percentual de lavouras em boas ou excelentes condições no Meio-Oeste, o milho fechou com alterações mínimas com a cautela antes do relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que será reportado nesta quarta-feira (12)", reportou Bob Burgdorfer, analista do portal Farm Futures.
Amanhã, o departamento traz suas novas projeções para a safra de milho o país e mundial. E como o tempo continua seco, já há rumores no mercado de que o USDA revise a projeção para a produtividade das lavouras nesta temporada. O rendimento médio projetado é de 177,9 sacas por hectare.
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Inclusive, alguns participantes do mercado já ponderam a produtividade das plantações do cereal em 169,35 sacas por hectare. Em junho, o USDA estimou o rendimento do milho em 180,67 sacas do grão por hectare.
Ainda no final da tarde desta segunda-feira, o departamento revisou para baixo o índice de lavouras em boas ou excelentes condições, de 67% para 65%. "Tirando o ano do desastre, 2012, está é a classificação mais baixa para essa semana em nove anos. A média de três anos para essa época do ano é de 73%", disse Joe Lardy na CHS Hedging, em entrevista ao Agrimoney.com.
Apesar dos reportes, a Granoeste Corretora de Cereais destacou em seu comentário diário que as atenções dos investidores permanece no comportamento do clima no Corn Belt. "Notadamente na porção oeste da região de cultivo, onde as condições seguem com baixa umidade e calor intenso", informou.
Os últimos mapas do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país -, indicam a continuidade das temperaturas elevadas em todo o cinturão produtor de milho nos próximos 6 a 10 dias. No mesmo período, as chuvas deverão permanecer abaixo da normalidade, em um momento crucial para as lavouras de milho que entram na fase de polinização.
Temperaturas previstas nos EUA nos próximos 6 a 10 dias - Fonte: NOAA
Precipitações previstas nos EUA nos próximos 6 a 10 dias - Fonte: NOAA
Mercado brasileiro
No mercado interno, a terça-feira (11) foi de ligeiras movimentações aos preços do milho. De acordo com o levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, em Ponta Grossa (PR), o valor subiu 6,38%, com a saca a R$ 25,00. Ainda no estado, em Londrina, o ganho ficou em 2,63% com a saca do milho a R$ 19,50.
Já em Castro, a valorização foi de 2,04% e a saca do cereal fechou o dia a R$ 25,00. Na região de Cascavel, a saca terminou a terça-feira a R$ 18,80, com alta de 1,62%. No Porto de Paranaguá, a saca futura subiu 1,72% e terminou o dia a R$ 29,50.
Os analistas reforçam que no mercado doméstico as atenções estão voltadas para o andamento da colheita da segunda safra. No Centro-Sul do Brasil, a colheita já está completa em 23% da área semeada nesta temporada.
Ainda nesta terça-feira, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) projetou a safrinha de milho em 65,62 milhões de toneladas, uma elevação de 61% em relação à temporada anterior, de 40 milhões de toneladas. No total, entre primeira e segunda safra, os produtores brasileiros deverão colher uma produção de 96,02 milhões de toneladas.
Já os estoques iniciais da temporada 2016/17 são projetados em 7,99 milhões de toneladas o que somado à perspectiva de produção e as importações resultaria em um suprimento de 104,52 milhões de toneladas. E com o consumo na ordem de 56,10 milhões e exportações de 28 milhões de toneladas, os estoques finais desse ciclo ficariam em 20,42 milhões de toneladas.
Diante desse cenário, a companhia continua com as operações de apoio à comercialização do cereal, através dos leilões.
BM&F Bovespa
Na bolsa brasileira, os futuros do milho encerraram o pregão em campo misto. Os primeiros contratos subiram mais de 1% nesta terça-feira, com o setembro/17, referência para a safrinha, cotado a R$ 27,49 a saca. O novembro/17 era negociado a R$ 28,85 a saca. As posições mais distantes caíram entre 0,10% e 0,16%.
A movimentação é decorrente das ligeiras oscilações registradas em Chicago e também no dólar. A moeda norte-americana fechou o dia a R$ 3,2532 na venda, com queda de 0,19%.
"Os investidores apostam que a reforma trabalhista será aprovada pelo Senado mesmo em meio à situação cada vez mais delicada do presidente Michel Temer, que vem perdendo apoio político", destacou a Reuters.
Confira como fecharam os preços nesta terça-feira: