Previsões de temperaturas mais altas e poucas chuvas no Corn Belt garantem mais um dia de alta ao milho na CBOT
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho encerraram o pregão desta quarta-feira (5) em campo positivo. As principais posições da commodity exibiram ganhos entre 3,50 e 5,00 pontos, após o feriado do Dia da Independência nos EUA, comemorado nesta terça-feira (4). O setembro/17 era cotado a US$ 3,92 por bushel e o dezembro/17 a US$ 4,04 por bushel.
Com as lavouras do milho entrando em uma das mais importantes fases de desenvolvimento, a polinização, o clima continua como principal variável no mercado. De acordo com as últimas projeções do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - os próximos 8 a 14 dias deverão ser marcados pelas temperaturas mais altas em grande parte do Corn Belt, conforme indicado no mapa abaixo.
Temperaturas nos EUA nos próximos 8 a 14 dias - Fonte: NOAA
Em contrapartida, as chuvas se tornarão escassas e deverão ficar abaixo na normalidade na região no mesmo período. Até a semana anterior, cerca de 67% das lavouras do cereal apresentavam boas ou excelentes conduções, 25% tinham condições medianas e 8% apresentavam condições ruins ou muito ruins. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualiza as informações no final da tarde de hoje.
Precipitações nos EUA nos próximos 8 a 14 dias - Fonte: NOAA
"Enquanto a seca nas planícies do norte tem recebido muita atenção, a secura também se estende por partes do Meio-Oeste, incluindo Minnesota, Iowa e Illinois", destacou o Agrimoney.com. Ainda segundo o portal, as chuvas registradas nos últimos 45 dias foram menos de 50% do normal em todo o sul e oeste de Iowa e Illinois, dois principais estados produtores de milho e soja.
"Com a polinização do milho, um processo sensível ao calor e à secura começando nessas áreas, um aumento das chuvas será necessário em breve para evitar declínios significativos na produção", reportou o Agrimoney.com.
Além disso, os preços do milho têm encontrado sustentação na valorização registrada nos contratos do trigo. Nesta quarta-feira, as principais posições da commodity subiram mais de 5 pontos. O setembro/17 era cotado a US$ 5,60 por bushel e o dezembro/17 finalizou o dia a US$ 5,80 por bushel.
Por sua vez, o cereal permanece sendo impulsionado pelas preocupações com o clima nos EUA. "O Commodity Weather Group estimou que cerca de dois terços do trigo de primavera vermelho duro dos EUA estava sob estresse, juntamente com metade das principais regiões de cultivo do Canadá", informou o Agrimoney.com.
E "a combinação de calor extremo e solos muito secos nessas áreas levará ao estresse severo nas lavouras do cereal", completa o portal. Diante desse quadro, a expectativa é que o USDA revise para cima o índice de lavouras em condições ruins ou muito ruins no relatório de acompanhamento de safras.
Como fator negativo, o petróleo caiu mais de 4% nesta quarta-feira após a Rússia anunciar que não apoiaria aumentar o volume de cortes de produção, uma tentativa de reequilibrar o mercado. Em Nova York, o barril encerrou o dia a US$ 45,13.
Mercado brasileiro
Enquanto isso, no mercado brasileiro o dia foi de ligeiras movimentações nos preços do milho. Nas principais praças pesquisadas pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, o dia foi de estabilidade. No Porto de Paranaguá, a saca futura voltou a subir, alta de 5,26%, com a saca cotada a R$ 30,00. Já no Oeste da Bahia, o ganho ficou em 1,12%, com a saca a R$ 22,50.
Em contrapartida, em Brasília, o valor caiu 4,55%, com a saca a R$ 21,00. Na região de Tangará da Serra (MT), a perda foi de 3,23% e a saca fechou o dia a R$ 15,00. Na localidade de Campinas (SP), a saca caiu 1,88% e finalizou o dia a R$ 26,10.
O avanço da colheita da safrinha continua como principal fator de pressão nos preços no mercado doméstico. Em muitas regiões, as cotações praticadas estão abaixo dos custos de produção e também do valor mínimo fixado pelo Governo para os estados.
Diante desse quadro, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) realiza nesta quinta-feira (6) novos leilões de apoio à comercialização do cereal. As medidas de amanhã deverão contemplar também os estados de Mato Grosso do Sul e Goiás e também o Distrito Federal.
BM&F Bovespa
Na bolsa brasileira, as principais posições do milho encerraram o dia com perdas de mais de 1%. O setembro/17, referência para a safrinha brasileira, era cotado a R$ 26,20 a saca e o novembro/17 a R$ 27,10 a saca. O janeiro/18 encerrou a sessão a R$ 27,78 a saca.
Mesmo com a valorização em Chicago, as cotações recuaram influenciadas pela queda registrada no dólar. A moeda norte-americana finalizou o dia a R$ 3,2926 na venda, com perda de 0,53%. Conforme dados da agência Reuters, "o dólar foi influenciado por fluxo vendedor de recursos e após a vitória do governo na véspera com a aprovação da urgência para a votação da reforma trabalhista no Senado".
Confira como fecharam os preços nesta quarta-feira: