Com feriado nos EUA, milho acompanha o dólar e testa ligeira alta na BM&F nesta 3ª feira
As cotações futuras do milho negociadas na BM&F Bovespa operam em campo positivo no pregão desta terça-feira (4). Por volta das 11h52 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam valorizações entre 0,54% e 0,80%. O contrato setembro/17, referência para a safrinha brasileira, era negociado a R$ 26,40 a saca e o novembro/17 operava a R$ 27,34 a saca.
Sem a influência de Chicago, devido ao feriado do Dia da Independência, as cotações acompanham o dólar. A moeda norte-americana era cotada a R$ 3,30 na venda, com ligeira alta de 0,03%, perto as 12h11. Conforme dados da agência Reuters, o dia é marcado pela baixa liquidez em meio ao feriado norte-americano e com os investidores mais cautelosos com o cenário político brasileiro.
Paralelamente, o mercado ainda segue de olho na colheita da safrinha no Brasil. No principal estado produtor do cereal, Mato Grosso, a colheita já está completa em 29,25% da área semeada nesta temporada, conforme levantamento do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária). O médio-norte é a região mais avançada, com a colheita completa em 45,11% da área.
Já no Paraná, a colheita avançou pouco e está completa 8% da área cultivada, na semana anterior, o índice era de 4%. De acordo com levantamento do Deral (Departamento de Economia Rural), 89% das plantações do cereal apresentam boas condições e 56% estão em fase de maturação.
E com os trabalhos nos campos ganhando ritmo, a INTL FCStone aumentou nesta segunda-feira a projeção para a segunda safra de milho. A perspectiva é que sejam colhidas 66 milhões de toneladas do cereal nesta temporada, volume superior ao estimado em junho, de 65,2 milhões de toneladas.
“Diante dessa produção recorde, espera-se que o balanço de oferta e demanda fique bastante confortável, com estoques finais estimados acima de 22 milhões de toneladas”, avalia a analista de mercado da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi. Ainda segundo a consultoria, as exportações de milho devem ganhar força neste segundo semestre, com as recentes desvalorizações do real frente ao dólar favorecendo a competitividade do produto brasileiro.
Conforme projeção da Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais), o Brasil deverá exportar 30 milhões de toneladas em 2017. Em maio, a projeção era de 28 milhões de toneladas. A entidade reportou à Reuters que a revisão é decorrente da perspectiva de uma safra maior e a melhora na comercialização do produto.
"Os embarques de milho no último mês de junho foram muito acima da média, totalizando 977 mil toneladas exportadas, sendo este o maior volume já registrado para o mês, o que traz grande confiança ao setor exportador de que este ano deverá concretizar a retomada do mercado perdido no ano anterior", afirmou a Anec em nota à agência Reuters.