Milho recua até 6% na semana em Chicago diante da perspectiva de clima favorável no Meio-Oeste dos EUA

Publicado em 23/06/2017 18:13

As principais posições do milho encerraram a semana com perdas de mais de 6% na Bolsa de Chicago (CBOT), de acordo com levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes.  A sexta-feira (23) também foi negativa aos preços da commodity que finalizaram o dia com quedas de mais de 5 pontos. O julho/17 era cotado a US$ 3,57 por bushel, enquanto o setembro/17 era negociado a US$ 3,65 por bushel.

"Os futuros do milho recuaram com previsões climáticas indicando chuvas eleves na próxima semana no Corn Belt. Cenário que poderia proporcionar algum conforto para a polinização da cultura", destacou o site internacional Farm Futures. A polinização é uma das fases de desenvolvimento mais importantes do milho e deve ter início a partir do mês de julho.

Conforme última atualização do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - o Meio-Oeste dos EUA deverá ter temperaturas abaixo da normalidade nos próximos 6 a 10 dias. Já as chuvas deverão ficar acima da média em grande parte do cinturão produtor do grão no mesmo período.

"As preocupações meteorológicas com as culturas de milho e soja dos EUA diminuíram, ambos os mercados têm um humor de baixa", disse Kaname Gokon, da corretora de Okto Shoji, em entrevista à Reuters.

Até a semana anterior, em torno de 67% das lavouras do milho apresentavam boas ou excelentes condições. 25% têm condições medianas e 8% registram condições ruins ou muito ruins. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualiza as informações na próxima segunda-feira.

Outro fator que também tem influenciado o andamento das negociações é o comportamento dos preços do petróleo.  "A queda recente do petróleo também afeta a formação do preço do milho, já que este é o principal insumo para a produção de etanol", reforçou a Granoeste Corretora de Cereais em seu comentário diário.

Enquanto isso, na Argentina, a colheita do milho chegou a 48,6% na semana, conforme reporte da Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA). Até o momento, já foram colhidas 20,7 milhões de toneladas do cereal, com rendimento médio de 143 sacas por hectare.

Mercado brasileiro

O mercado brasileiro também registrou uma semana de queda aos preços do milho, ainda segundo levantamento do Notícias Agrícolas. Em Sorriso (MT), a desvalorização ficou em 15,38%, com a saca do cereal a R$ 11,00. Na região de Alta Garças (MT), a perda de 10,53%, com valor de R$ 17,00 a saca.

Em Assis (SP), o recuo foi de 7,83%, com a saca do cereal a R$ 21,20. No Paraná, as praças de Ubiratã, Londrina e Cascavel, a perda foi de 7,00%, com a saca de milho a R$ 18,60. A saca futura também recuou no Porto de Paranaguá fechando a semana a R$ 28,50 e perda de 1,72%.

Os analistas ponderam que o mercado segue calmo e com preços mais fracos. Negócios são realizados apenas pontualmente. O foco permanece no andamento da colheita da segunda safra. Levantamento realizado pela Safras & Mercado, a colheita do cereal está completa em 5,4% da área cultivada nesta temporada.

Em Mato Grosso, a colheita do milho já está completa 19,69% da área semeada. No mesmo período do ano anterior, o índice estava em 16,74%. As informações foram reportadas pelo Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária). No Paraná, a colheita está completa em 2% da área semeada, conforme dados do Deral (Departamento de Economia Rural).

Do mesmo modo, os participantes do mercado seguem atentos aos leilões de apoio à comercialização do cereal. Essa semana, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) negociou 948,3 mil toneladas de milho através do leilão de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural). No leilão de Pep (Prêmio de Escoamento de Produto), a negociação foi de 200,5 mil toneladas.

Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira:

>> MILHO 

Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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