Com perspectiva de melhora no clima no Corn Belt, milho recua pelo 2º dia consecutivo na Bolsa de Chicago
Pelo segundo dia consecutivo, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) recuaram. As principais posições da commodity ampliaram as perdas ao longo do dia e finalizaram a sessão com quedas entre 4,75 e 5,25 pontos, uma desvalorização de mais de 1%. O setembro/17 era cotado a US$ 3,78 por bushel, enquanto o dezembro/17 operava a US$ 3,88 por bushel.
"Os futuros do milho e da soja também seguiram a tendência negativa, prejudicados também pela perspectiva de um clima de melhor no Meio-Oeste dos EUA", destacou o site internacional Agrimoney.com. De acordo com os últimos mapas do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - nos próximos 6 a 14 dias, grande parte do Corn Belt deverá ter chuvas acima da média e temperaturas dentro da normalidade.
"A previsão para a próxima semana parece ser boa para a maior parte do Corn Belt", disse Benson Quinn Commodities ao Agrimoney.com, embora tenha acrescentado que "as temperaturas podem ser mais frias do que o desejado em algumas áreas".
Ainda nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) manteve em 67% o índice de lavouras em boas ou excelentes condições. 25% das plantações apresentam condições medianas e 8% têm condições ruins ou muito ruins. Diante desse quadro, os investidores trabalharam na ponta vendedora do mercado.
Além disso, a forte queda nos preços do petróleo também pressionou as cotações do cereal. Conforme dados da agência Reuters, os preços do petróleo caíram mais de 2% nesta terça-feira, com o Brent atingindo mínimas de sete meses e o petróleo dos EUA no menor valor desde setembro.
"Após a crescente oferta de diversos produtores importantes ter ofuscado a alta adesão da Opep e de aliados ao acordo para reduzir a produção global", destacou a agência.
Mercado brasileiro
A terça-feira foi de ligeiras quedas aos preços do milho praticados no mercado doméstico. Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, o valor caiu 2,70% em São Gabriel do Oeste (MS), com a saca a R$ 18,00. Já no Paraná, nas praças de Ubiratã e Londrina, a perda foi de 2,50%, com a saca a R$ 19,50.
Em Primavera do Leste (MT), a desvalorização ficou em 3,03%, com a saca a R$ 16,00. Na região de Tangará da Serra (MT), a perda foi de 5,88%, com a saca a R$ 16,00. No Oeste da Bahia, a saca do milho fechou o dia a R$ 22,50, com recuo de 2,17%. Já na região de Campinas (SP), o valor subiu 3,76%, com a saca a R$ 27,60 e no Porto de Paranaguá, a saca futura subiu 1,75% e o valor em R$ 29,00.
"O mercado está se mostrando com poucos vendedores em atividade e todos aparecendo com patamares acima dos níveis que liquidam nos portos e acima dos interesses dos compradores", destacou o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze. Por outro lado, os compradores esperam a chegada da safrinha no mercado.
Em Mato Grosso, a colheita da safrinha já está completa em 12,12% da área semeada nesta temporada. Conforme dados do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), a região Médio-Norte e Oeste apresentam os maiores avanços. No Paraná, segundo maior produtor do cereal no país, a colheita está completa em 2% da área cultivada, segundo reportou o Deral (Departamento de Economia Rural).
Enquanto isso, na BM&F Bovespa, as cotações do cereal fecharam o dia em campo negativo. As principais posições da commodity caíram entre 0,19% e 1,58%. O setembro/17, referência para a safrinha, era cotado a R$ 26,80 a saca e o novembro/17 era negociado a R$ 27,36 a saca.
O mercado acompanhou a queda registrada nos preços na Bolsa de Chicago. O dólar, outro importante componente na composição dos preços, fechou o dia com forte alta. A moeda subiu 1,40% e encerrou a sessão a R$ 3,3308 na venda, maior patamar de fechamento desde o dia 18 de maio.
"A alta ocorreu após a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado rejeitar o texto principal da reforma trabalhista, sinalizando que o governo do presidente Michel Temer está com menos força política dentro do Congresso Nacional", reportou a Reuters.
Confira como fecharam os preços nesta terça-feira: