Com suporte do clima quente e seco no Meio-Oeste, milho sobe até 4,02% na semana em Chicago
Na Bolsa de Chicago (CBOT), a semana foi positiva aos preços do milho. De acordo com levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, as cotações do cereal subiram entre 3,49% e 4,02%. Nesta sexta-feira (9), os principais contratos da commodity acumularam ganhos entre 2,00 e 3,00 pontos. O julho/17 fechou a sessão a US$ 3,87 por bushel, enquanto o setembro/17 era cotado a US$ 3,95 por bushel. O dezembro/17 se consolidou acima do patamar de US$ 4,00 por bushel e fechou o dia a US$ 4,06 por bushel.
As cotações subiram em meio às especulações sobre o comportamento do clima no Meio-Oeste, conforme dados das agências internacionais. "O tempo continua a favorecer os preços com uma perspectiva de clima mais quente e seco no Corn Belt", afirmou Benson Quinn Commodities, em entrevista ao Agrimoney.com.
As previsões climáticas já indicam tempo mais seco no Cinturão produtor de milho a partir do início da próxima semana. As temperaturas poderão chegar a 38ºC em alguns estados. Contudo, algumas localidades, como na Dakota do Norte, algumas chuvas são previstas, o que pode contribuir para a melhoria da umidade no solo.
"Isso levará a um novo declínio na umidade do solo através de porções central e ocidente do cinturão produtor de milho. O que pode aumentar o estresse sobre as culturas de milho e soja", reportou o Agrimoney.com.
Até o início da semana, em torno de 68% das lavouras de milho apresentavam boas ou excelentes condições, segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Os números serão atualizados na próxima segunda-feira.
Outra informação importante foi o relatório de oferta e demanda do USDA, divulgado nesta sexta-feira. A produção global de milho foi projetada em 1.033,86 bilhão de toneladas. No boletim passado o número estava em 1.033,66 bilhão de toneladas. Já os estoques finais mundiais ficaram em 194,33 milhões de toneladas, contra as 195,27 milhões de toneladas estimadas em maio.
A safra americana ficou inalterada em 357,27 milhões de toneladas. Para o Brasil, o USDA indicou a produção em 95 milhões de toneladas e estoques finais em 9,57 milhões de toneladas.
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Mercado brasileiro
No mercado interno, a semana foi de ligeiras oscilações aos preços do milho. Ainda conforme levantamento do Notícias Agrícolas, em Sorriso (MT), o preço caiu 12%, com a saca do cereal a R$ 11,00. Na região de Tangará da Serra, também no estado mato-grossense, a perda ficou em 8,33%, com a saca a R$ 16,50. Em Campo Novo do Parecis (MT), o recuo foi de 6,25% e a saca fechou a sexta-feira a R$ 15,00.
Já em Rondonópolis (MT), a valorização foi de 5,56%, com a saca a R$ 19,00. Em Alto Garças (MT), a saca fechou a semana a R$ 19,00 e ganho de 3,83%. Em Luís Eduardo Magalhães (BA), a alta foi de 2,22%, com a saca a R$ 23,00. No Porto de Paranaguá, a semana foi de estabilidade, com a saca futura a R$ 29,50.
A semana ainda foi marcada pela lentidão nos negócios no mercado interno brasileiro, de acordo com os analistas. Os compradores ainda aguardam a chegada da safrinha ao mercado. Ainda hoje, a AgRural reportou que cerca de 2,6% da área já foi colhida no Centro-Sul do Brasil. O ritmo dos trabalhos nos campos está em linha com o registrado em igual período do ano passado.
Além disso, os participantes do mercado também permanecem atentos ao clima no Brasil. Isso porque, há previsão de geadas em algumas regiões do Sul do país nesse final de semana. Da mesma forma, o clima no Meio-Oeste dos EUA segue no radar dos investidores.
O dólar também é outro importante componente observado. A moeda norte-americana fechou a sexta-feira a R$ 3,2921 na venda, com alta de 0,82%. Conforme informações da agência Reuters, o mercado segue atento ao julgamento da chapa Dilma-Temer, com expectativas de que o presidente deva sair vitorioso.
Enquanto isso, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) segue com as operações de apoio à comercialização do milho produzido em Mato Grosso. Essa semana, a entidade negociou 100% dos contratos de opção, de uma oferta de 7,4 mil contratos.
No leilão de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural), o volume negociado ficou em 73,70% do total ofertado, de 800 mil toneladas. No caso do leilão de Pep (Prêmio para Escoamento de Produto), a negociação ficou em 267 mil toneladas, o equivalente a 80,91% do total ofertado, de 330 mil toneladas.
BM&F Bovespa
Na BM&F Bovespa, as cotações fecharam a sexta-feira (9) com ligeiras movimentações, próximas da estabilidade. O julho/17 era cotado a R$ 26,85 a saca e o setembro/17 a R$ 27,37 a saca. O novembro/17 encerrou o dia a R$ 28,20 a saca.
Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira: