Aumento de temperaturas pode influenciar no tamanho do grão de milho, dizem pesquisadores argentinos
De acordo com pesquisa realizada por especialistas do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA), na Argentina, o aumento abrupto da temperatura ano após ano pode acabar influenciando na qualidade do milho.
Juntamente com a Universidade de Lleida (Espanha) e a Faculdade de Agronomia da Universidade de Buenos Aires (Fauba), o INTA analisou o que acontece com as plantas de milho quando elas são expostas a temperaturas acima de 35°C e como isso pode afetar a composição química dos grãos, entre outros aspectos.
Luis Mayer, especialista do INTA San Luis, disse que "os golpes de calor que ocorrem na etapa após a floração causam estresse no cultivo" De acordo com o investigador, este efeito, que pode ser visto no campo, se deve ao fato de que as plantas retraem seu ritmo de crescimento por ter sua capacidade de fotossíntese afetada, o que limita a possibilidade de encher os grãos por completo.
A equipe liderada por Mayer focou em aprofundar o limitado conhecimento atual sobre o impacto da insolação na composição química dos grãos de milho, porque "prevê-se que, nos próximos anos a ocorrência de temperaturas acima de 33 e 35 °C serão mais frequentes", tal como indicado pelo especialista.
A composição química do milho é definida na fase de enchimento do grão. Durante este período, os fatores ambientais tais como a radiação, a disponibilidade de água e nutrientes e, eventualmente, a incidência dos golpes de calor, influenciam no desempenho das plantas não somente no tamanho, mas também na acumulação das proteínas dos grãos.
"Nas áreas produtivas de San Luis, durante dezembro e janeiro, as ondas de calor são frequentes. Em determinadas circunstâncias, isso pode resultar na interrupção do enchimento de grãos e, consequentemente, alterar o teor de proteína", disse Mayer.
Tradução: Izadora Pimenta