Diante do avanço no plantio nos EUA, milho recua mais de 1% no pregão desta 3ª feira em Chicago
O pregão desta terça-feira (23) foi negativo aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições da commodity ampliaram as perdas e finalizaram o dia com quedas entre 5,00 e 5,50 pontos, uma desvalorização de mais de 1%. O julho/17 era cotado a US$ 3,69 por bushel, enquanto o setembro/17 operava a US$ 3,77 por bushel. Já o dezembro/17 encerrou a sessão a US$ 3,87 por bushel.
"Os preços interromperam um avanço de duas sessões depois de dados de progresso de plantio. Cenário que aliviou as preocupações sobre os possíveis atrasos relacionados à chuva no Meio-Oeste", destacou a agência internacional Reuters.
Ainda no final da tarde desta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicou o plantio do milho completo em 84% da área prevista nesta temporada. O índice ficou dentro das projeções dos investidores, entre 82% e 87%. Até a semana anterior, cerca de 71% da área estimada para essa safra já havia sido cultivada, ainda segundo os dados oficiais.
"Tanto as sementeiras de milho quando as de soja mostraram um progresso razoável na semana anterior, apesar das preocupações com o mau tempo". disse Matt Ammermann, gerente de risco de commodities da INTL FCStone, em entrevista à Reuters.
Contudo, o comportamento do clima no Corn Belt permanece no radar dos participantes do mercado. De acordo dados do site Farm Futures, áreas em Michigan, Wisconsin, Pensilvânia, Colorado e Kansas, o excesso de umidade no solo continua a ser um problema.
Inclusive, os investidores também especulam sobre possíveis áreas de replantio no Meio-Oeste dos EUA. A Granoeste Corretora de Cereais destacou que "muitas áreas semeadas em fins de abril e início de maio sofreram com chuvas torrenciais e frio intenso que ocorreram nos dias que se seguiram ao plantio".
Nos próximos 8 a 14 dias, as previsões climáticas indicam chuvas acima da média no Corn Belt, segundo dados do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país. Em contrapartida, as temperaturas deverão permanecer dentro da normalidade em grande parte da área de produção.
Mercado brasileiro
A terça-feira foi de ligeiras movimentações aos preços do milho no mercado brasileiro. Em Brasília, o valor subiu 4,55%, com a saca do cereal a R$ 23,00. Na região de Não-me-toque (RS), a alta ficou em 2,38%, com a saca do grão a R$ 21,50. Já em Castro (PR), a saca fechou o dia a R$ 26,50, com valorização de 1,92%.
Por outro lado, em Campinas (SP), o preço caiu 3,50%, com a saca a R$ 27,60. No Oeste da Bahia, a perda foi de 1,52%, com a saca a R$ 22,65. Nas demais praças pesquisadas pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, o dia foi de estabilidade.
De forma geral, as negociações no mercado doméstico permanecem lentas. "No mercado doméstico, compradores e vendedores têm travado uma competição acirrada, com grande parte dos negócios realizada para atender apenas necessidades de curto prazo", ponderou o Cepea.
Além disso, o centro também reforçou o impacto do dólar no mercado, uma vez que a alta da moeda norte-americana contribuiu para a competitividade do cereal brasileiro no mercado internacional. "Com isso, o interesse para exportação aumentou e houve aproximação dos valores do milho no spot dos da paridade de exportação", informou a entidade.
Ainda nesta terça-feira, o câmbio encerrou a sessão a R$ 3,2662 na venda, com queda de 0,31%. Conforme dados da Reuters, os investidores estão mais aliviados diante dos esforços do governo em dar andamento às reformas trabalhista e da Previdência.
E a combinação de queda no dólar e em Chicago acabou pesando nos preços na bolsa brasileira. As principais posições do cereal recuaram entre 0,16% e 1,77%. O setembro/17 era negociado a R$ 27,21 a saca e o novembro/17 a R$ 28,05 a saca.
Confira como fecharam os preços nesta terça-feira: