Milho: fecha em cada lado da tabela em Chicago e São Paulo precificado pelo dólar da crise

Publicado em 18/05/2017 17:18
No físico, algumas tentativas de vendedores se posicionando com 'ágio' não resultaram em negócios e até derrubaram mais os preços em algumas praças

O mercado de milho passou a quinta (18) nervoso na Bolsa de Chicago (CBOT) com a queda do real e transitou para cima e para baixo sempre no negativo. Na BM&F Bovespa o cereal sacudiu o marasmo de sempre e animado pelo dólar mais forte escalou para cima.

Nas negociações dos Estados Unidos, a variação final se fixou com queda de 5,5 a 5 pontos, nos três vencimentos do ano. Com o bushel julho a US$ 3,66, o setembro a US$ 3,73 e o dezembro em US$ 3,84.

Nas negociações em São Paulo, o contrato setembro parou o dia em alta de 4,67%, a R$ 28,00, e o dezembro, que vinha variação zero, também bateu em +4,02%, cotado a R$ 28,44.

Nos dois lados dos negócios, nos EUA e no Brasil, prevaleceu o fator dólar. Todos os informes do mercado americano, de analistas ouvidos pelas agências internacionais, mostraram alertas para o reforço firme do dólar no Brasil, a partir de hoje, fazendo as exportações brasileiras se tornarem mais competitivas e roubando algumas janelas comerciais dos maiores produtores e exportadores mundiais da commodity.

No começo da tarde, enquanto o dólar dava uma aliviada aqui, depois de escalar em mais 9%, os traders até tentaram precificar a entrada de instabilidade no cinturão de grãos e o aumento da produção de etanol e redução dos estoques de milho. Mas as notícias do Brasil não eram boas.

Na BM&F Bovespa, ao contrário, o fôlego para os exportadores, que estavam esperando o dólar satisfatório para tirar o milho travado, deixou os operadores animados na posição comprada.

Físico

Enquanto o câmbio mostrava a variação positiva do dólar em até 9%, pouco antes do almoço, analistas e operadores como Marlos Correa, da Insoy Commodities, Camilo Motter, da Granoeste, e Maurillo Larios, da Ouro Investimentos, até notaram tentativas de negócios com compradores impondo um sobrepreço de 2%, no Oeste do Paraná, a 1,7% em algumas regiões do Mato Grosso, mas aí que os compradores ficaram de fora para valer.

Resultado: os negócios ficaram mais travados do que vinham – e até algumas variações negativas foram observadas, jogando mais para baixo ainda o milho disponível, como em Sorriso, a R$ 12,00, caindo 4%.

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Por: Giovanni Lorenzon
Fonte: Notícias Agrícolas

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