Diante da previsão de clima favorável nos EUA, milho recua mais de 4 pts em Chicago nesta 2ª feira
O pregão desta segunda-feira (8) foi negativo aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições da commodity ampliaram as perdas ao longo da sessão e finalizaram o dia com quedas entre 4,25 e 5,00 pontos. O vencimento maio/17 era cotado a US$ 3,56 por bushel, enquanto o julho/17 operava a US$ 3,66 por bushel. O setembro/17 finalizou o dia a US$ 3,74 por bushel.
"Os futuros do milho recuaram e tocaram o patamar mais baixo em quase uma semana diante das previsões climáticas indicando que os produtores americanos poderão voltar aos campos", destacou o portal internacional Farm Futures. Após um período chuvoso e temperaturas mais baixas, as previsões apontam para uma melhora nas condições no Meio-Oeste dos EUA.
Conforme o mapa dos próximos 6 a 10 dias, do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - o Meio-Oeste deverá receber chuvas abaixo da normalidade. No mesmo período, as temperaturas ficarão acima da média em grande parte do cinturão produtor de milho.
Precipitações previstas nos próximos 6 a 10 dias nos EUA - Fonte: NOAA
Temperaturas previstas nos próximos 6 a 10 dias nos EUA - Fonte: NOAA
No final da tarde, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou que, até o último domingo, em torno de 47% da área prevista para essa temporada havia sido cultivada. Na semana anterior o número estava em 34% e a média para o período é de 51%.
Enquanto isso, os embarques do milho ficaram em 720,586 mil toneladas na semana encerrada no dia 4 de maio, segundo dados do USDA. O volume ficou abaixo do esperado pelos participantes do mercado, entre 890 mil toneladas a 1,19 milhão de toneladas.
Na semana anterior, o número 1,10 milhão de toneladas. No total acumulado da temporada, os embarques do cereal totalizam 39.181,086 milhões de toneladas, contra 25.334,556 milhões do mesmo período do ano passado.
O mercado ainda se prepara para o relatório de oferta e demanda do USDA, que será divulgado na próxima quarta-feira (10).
Mercado brasileiro
O início da semana foi de ligeiras movimentações para os preços do milho no mercado doméstico. Conforme levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, o valor subiu 7,89% em Campo Grande (MS), com a saca do cereal a R$ 20,50. Em Panambi (RS), a saca registrou alta de 2,34% e encerrou o dia a R$ 21,00.
Em contrapartida, em Campo Novo do Parecis (MT), a queda ficou em 5,56%, com a saca a R$ 17,00. Já em Tangará da Serra (MT), a perda ficou em 5,00%, com a saca a R$ 19,00. No oeste da Bahia, a saca cedeu 4,17% e encerrou o dia a R$ 23,00. No Porto de Paranaguá, o preço futuro permaneceu estável em R$ 29,00.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, destacou os preços do cereal já tocaram o fundo do poço. "E a redução nos valores dos fretes deve ajudar as cotações do milho. Além disso, será importante os produtores não forçarem as vendas no momento da colheita", explica o especialista.
Por outro lado, Brandalizze também ressaltou a importância da utilização de várias ferramentas de comercialização do cereal como as exportações, demanda interna e também os leilões do Governo.
Inclusive, na próxima quinta-feira (11) o Governo realiza mais três operações de apoio à comercialização do cereal. No caso do Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural) serão ofertadas 500 mil toneladas de milho. No Pep (Prêmio para o Escoamento de Produto), serão ofertadas 300 mil toneladas e mais 7,4 mil contratos de opção. Todas as operações contemplam o milho produzido em Mato Grosso.
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BM&F Bovespa
As cotações do milho negociadas na BM&F Bovespa cederam no pregão desta segunda-feira (8). As principais posições do cereal acumularam perdas entre 0,34% e 0,92%. O contrato maio/17 era cotado a R$ 27,95 a saca e o setembro/17 a R$ 27,01 a saca.
Apesar da alta registrada no câmbio nesta segunda-feira, as cotações foram pressionadas pela queda registrada em Chicago. A moeda norte-americana subiu 0,66%, e terminou o dia a R$ 3,1959.
Segundo reporte da agência Reuters, a moeda acompanhou a movimentação no mercado exterior após a confirmação da vitória de Emmanuel Macron à Presidência da França. Porém, a tramitação da Reforma da Previdência no Congresso Nacional continua no foco dos participantes do mercado.
Confira como fecharam os preços nesta segunda-feira: