Com foco na safra dos EUA, milho encerra sessão desta 4ª feira com ligeiras valorizações na Bolsa de Chicago
As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) voltaram subir na sessão desta quarta-feira (5). As principais posições da commodity finalizaram o dia com valorizações entre 1,50 e 1,75 pontos. O vencimento maio/17 era cotado a US$ 3,64 por bushel, enquanto o julho/17 operava a US$ 3,72 por bushel. O setembro/17 encerrou o pregão a US$ 3,80 por bushel.
De acordo com as informações das agências internacionais, as cotações voltaram a trabalhar de maneira técnica nesta quarta-feira. Além disso, o site Agrimoney.com destacou que os preços do cereal subiram, uma vez que as cotações mais baixas da soja poderiam levar os agricultores a migrarem de volta para a cultura do milho.
Na útima semana, assim como o esperado pelo mercado, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) confirmou a queda na área destinada ao plantio do grão no país nesta temporada. A informação serviu de combustível para os preços, que acumularam valorizações significativas nos pregões seguintes.
"Muitos já estão divulgando grandes mudanças de área cultivada de soja para milho, mas eu não posso acreditar que a mudança já aconteceu, especialmente com a previsão de tempo de tempo úmido nos próximos 10 dias", disse Tregg Cronin, da Halo Commodities, ao Agrimoney.com.
E ainda completou, "as decisões de plantio ocorrem de novembro a fevereiro. Em março, é o tempo uma das forças motrizes, a menos que as diferenças de preços se tornem extremamente amplas".
Paralelamente, o portal ressalta que o mercado recebeu mais apoio das perspectivas de chuvas no Meio-Oeste dos EUA, o que poderia atrasar a semeadura por lá. "Esperem que a conversa de plantio atrasado para aumentar se as previsões continuam a puxar a chuva para a frente e os plantadores de milho estarão trabalhando em ritmo forte até 15 de abril", reforça Cronin.
Contudo, o analista ainda destaca que "é importante lembrar que o agricultor dos EUA pode plantar cerca de 7% a 8% a safra por dia e se não estivermos no 1º de maio ou até mesmo no dia 10 com pouco progresso, será díficil ficar muito preocupado".
A perspectiva é que os trabalhos nos campos ganhem ritmo entre os meses de abril e maio. E a partir de agora, a safra americana deverá ser o foco dos participantes do mercado.
Mercado brasileiro
No mercado interno brasileiro, os preços do milho tiveram um dia de estabilidade. Segundo levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, o preço subiu 4,35% em Tangará da Serra (MT), com a saca do cereal a R$ 24,00. Em contrapartida, o preço caiu 2,27% em São Gabriel do Oeste (MS), com a saca a R$ 21,50. No Porto de Paranaguá, a saca futura permaneceu estável em R$ 29,00.
As cotações do cereal permanecem pressionadas pela perspectiva de uma grande oferta, com a finalização da colheita da safra de verão e as boas estimativas para a safrinha. Por outro lado, a deflagração da Operação Carne Fraca também afetou o mercado ao deixar os compradores mais receosos na aquisição do milho.
Em recente entrevista ao Notícias Agricolas, o pesquisador do Cepea, Lucilio Alves, destacou que em muitas regiões os preços já estão abaixo dos valores mínimos praticados, o que já justificaria a intervenção do Governo no mercado. "Com uma disponibilidade de milho acima de 97 milhões de toneladas e uma estimativa de consumo interno de 56 milhões de toneladas, precisaremos encontrar compradores para mais de 41 milhões de toneladas. Esse é o nosso desafio", disse.
Diante desse quadro, os analistas reforçam que será preciso elevar as exportações para enxugar o excedente de oferta no mercado interno. Para essa temporada, a projeção é que sejam embarcadas 30 milhões de toneladas do cereal.
Já na BM&F Bovespa, a sessão desta quarta-feira foi de ligeira movimentação aos preços. O contrato maio/17 caiu 0,99% e fechou o dia a R$ 27,13 a saca. O vencimento setembro/17 subiu 0,41% e finalizou o dia a R$ 27,01 a saca.
Confira como fecharam os preços nesta quarta-feira: