Sem referência de Chicago, milho inicia a semana estável no mercado interno brasileiro
Sem a referência da Bolsa de Chicago (CBOT), devido ao feriado do Dia do Presidente, os preços do milho negociados no mercado interno brasileiro iniciaram a semana estáveis. De acordo com levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, apenas a praça de Cascavel (PR), apresentou leve alta, de 1,96%, com a saca a R$ 26,00.
Em contrapartida, no Porto de Paranaguá, a saca para entrega em setembro/17 caiu 1,61% e finalizou a segunda-feira (20) a R$ 30,50. Nas outras regiões, os preços permaneceram sem alterações.
Segundo dados do Cepea reportados nesse início de semana, as cotações ainda continuam pressionadas negativamente diante do avanço da colheita da safra de verão. Por outro lado, o recuo comprador ainda contribui para a formação desse cenário.
"Do lado da demanda, alguns compradores com necessidade imediata relatam certa dificuldade em adquirir o milho. Além do volume colhido ainda ser baixo, o aumento de frete dos últimos dias restringiu a disponibilidade de caminhões, comprometendo a entrada de cereal de outros estados no mercado paulista", destacou a entidade em nota.
Além desse quadro, a perspectiva de uma grande safrinha ainda ajuda a pressionar as cotações, conforme destacam os analistas. Em seu último levantamento, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estimou a segunda safra de milho em 58,59 milhões de toneladas nesta temporada.
Ainda assim, muitos produtores de Mato Grosso estão preocupados com a janela ideal de plantio do milho safrinha. Na região de Nova Ubiratã, por exemplo, o cultivo do cereal não foi concluído, muitas áreas estão encharcadas e os produtores ainda avaliam a necessidade de replantio.
“Plantar o milho de agora em diante é muito arriscado. Talvez alguns produtores invistam no feijão caupi ou até mesmo um milheto. E temos muitos produtores reclamando que há plantas morrendo por conta do excesso de chuvas”, diz o presidente do Sindicato Rural do município, Albino Castilho Ruiz.
A grande preocupação é decorrente do aumento nos custos de produção. Conforme levantamento realizado pela Embrapa e reportado pela Agrinvest, o custo total do milho safrinha em 2017 deverá ficar em R$ 2.257,00 por hectare, um aumento de 15,08% em comparação com a safra passada, quando os custos estavam em R$ 1.961,24 por hectare.
Enquanto isso, na BM&F Bovespa, os futuros do milho recuaram no pregão desta segunda-feira (20). As principais posições do cereal caíram entre 0,20% e 1,32%. O março/17 era cotado a R$ 34,01 a saca, enquanto o maio/17 era negociado a R$ 30,81 a saca. Já o setembro/17 encerrou o dia a R$ 29,85 a saca.
As cotações acompanharam a movimentação do dólar, que finalizou o dia com queda de 0,14%. A moeda norte-americana encerrou a sessão a R$ 3,0886 na venda em um dia marcado pela baixa liquidez devido ao feriado nos Estados Unidos em comemoração ao Dia do Presidente, segundo informou a agência Reuters.
* Devido ao feriado do Dia do Presidente nos Estados Unidos, as bolsas de Chicago e Nova York não operaram nesta segunda-feira (20). As negociações serão retomadas nesta terça-feira (21).
Confira como fecharam os preços nesta 2ª feira: