Com valorização do dólar no cenário internacional, milho recua nesta 5ª feira na CBOT após 4 dias seguidos de alta

Publicado em 15/12/2016 17:07

Os futuros do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) voltaram a cair no pregão desta quinta-feira (15) após quatro dias seguidos de valorização. As principais posições do cereal ampliaram as perdas ao longo do dia e finalizaram a sessão com perdas entre 4,50 e 5,50 pontos. O março/17 era cotado a US$ 3,56 por bushel, enquanto o maio/17 operava a US$ 3,63 por bushel. O julho/17 terminou o dia a US$ 3,70 por bushel.

"Os mercados de milho e trigo recuaram nesta quinta-feira frente a um dólar mais forte, que pode diminuir a demanda de exportação", informou o site internacional Farm Futures. O dólar índex subiu mais de 1% nesta quinta-feira depois da decisão do Federal Reserve, banco central americano, em aumentar em 0,25% os juros nos Estados Unidos e sinalizar que pode elevar mais três vezes a taxa em 2017.

Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou seu novo boletim semanal de vendas para exportação. Para o milho, as vendas totalizaram 1.540,100 milhão de toneladas na semana encerrada no dia 8 de dezembro. Do total, em torno de 1.516,000 milhão de toneladas são da safra 2016/17 e o restante, de 24,1 mil toneladas, da temporada 2017/18.

O número ficou acima das apostas dos participantes do mercado, entre 800 mil a 1,1 milhão de toneladas. O volume também é maior do que o indicado na semana anterior, de 1.496,4 milhão de toneladas. Ainda do lado fundamental, a safra na América do Sul continua no radar dos investidores.

Mercado interno

Nesta quinta-feira (15), os preços do milho registraram um dia de estabilidade nas principais praças pesquisadas pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes. Em Sorriso (MT), a cotação caiu 8,33%, com a saca a R$ 22,00. Na região de Ponta Grossa (PR), a queda foi menor, próxima de 2,86%, com a saca a R$ 34,00.

Na contramão desse cenário, o valor subiu 2,78% em Uberlândia (MG), com a saca a R$ 37,00. Em Campinas (SP), a alta foi de 1,31%, com a saca a R$ 38,60. No Porto de Paranaguá, a saca permaneceu inalterada, com valor de R$ 36,00.

Ainda essa semana, a Scot Consultoria reportou que os preços voltaram a mostrar firmeza esse mês e a perspectiva é de manutenção do cenário até a entrada da safra de verão. Também uma expectativa de que a demanda pelo produto seja retomada nos primeiros meses de 2017. Nesse instante, os vendedores estão mais resistentes aos negócios.

Contudo, a consultoria ainda reforça que o cenário de oferta demanda ainda são limitantes aos preços. As exportações caminham mais lentamente, diferentemente do registrado no mesmo período de 2015 e a projeção é de uma safra maior na temporada 2016/17.

Já na bolsa brasileira, as cotações futuras do milho encerraram o dia praticamente estáveis. O março/17 caiu 0,08% e encerrou a quinta-feira a R$ 37,51 a saca. Por outro lado, o maio/17 subiu 0,22%, com a saca de milho a R$ 36,78. O janeiro e setembro fecharam o dia estáveis.

Apesar da valorização cambial, a queda mais forte registrada nos preços futuros na Bolsa de Chicago acabaram limitando as movimentações. A moeda norte-americana fechou a sessão desta quinta-feira a R$ 3,3713 na venda, com ganho de 1,14%. Segundo a agência Reuters, o câmbio foi impulsionado pela decisão do banco central americano, Federal Reserve, em elevar a taxa de juros no país pela primeira vez em um ano.

Confira como fecharam os preços nesta quinta-feira:

>> MILHO

Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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