Milho fecha em campo positivo na Bolsa de Chicago com forte alta do petróleo e queda do dólar index
O mercado do milho na Bolsa de Chicago fechou a sessão desta terça-feira (15) em alta. Os principais contratos terminaram o dia com ganhos de 3,75 a 4,25 pontos, levando o dezembro/16 a fechar com US$ 3,41 e o março/17 com US$ 3,49 por bushel. Os preços conseguiram atuar durante todo o pregão testando leves altas na CBOT e recuperar as baixas registradas nos últimos dias.
Segundo explicam analistas internacionais, os futuros do cereal encontraram estímulo para voltar a subir na recuperação registrada também nas altas do trigo - que subiu mais de 6 pontos nesta terça, após um recuo superior a 5% na sessão anterior - e também do petróleo. Os futuros da commodity negociados na Bolsa de Nova York terminaram o dia com ganhos de mais de 5% frente aos rumores de que a Opep (Organização dos Países Produtores de Petróelo) possam, enfim, reduzir sua produção. As especulações, porém, ainda são muitas.
Ao mesmo tempo, o comportamento técnico do mercado, com a cobertura de algumas posições mais curtas por parte dos fundos investidores também serviram de suporte para o cereal, apesar de uma alta do dólar index nesta terça, como explica o editor do portal Pro Farmer, Brian Grete. E "os fundos têm bastante espaço para adicionar algumas apostas mais curtas se a estrutura técnica permanecer fraca", diz, em nota, o corretor da Benson Quinn Commodities, Brian Henry.
Por outro lado, a limitação das cotações do cereal em Chicago, de acordo com analistas internacionais, se dá diante da grande safra norte-americana - que registrou um aumento nas estimativas de produtividade pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em seu boletim mensal de oferta e demanda reportado no último dia 9 - e também pela recente alta do dólar frente outras moedas. O avanço da moeda americana acaba por reduzir a competitividade do produto dos EUA e pressionar os preços no quadro internacional.
Ainda no quadro fundamental, os traders se mantêm atentos à conclusão da colheita nos Estados Unidos. De acordo com os últimos números trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no final desta segunda-feira (14), o índice chegou, até o último domingo (13), a 93% da área diante de boas condições de clima para os trabalhos de campo. O número veio ligeiramente acima dos 92% de média dos últimos cinco anos.
E nesta terça, com o feriado da Proclamação da República comemorado no Brasil, o mercado interno não funcionou. A seguir, veja como foram os negócios desta segunda-feira.
Nesta 2ª feira, valorização do dólar dá sustentação aos preços do milho negociados na BM&F Bovespa
Por Fernanda Custódio
Na sessão desta segunda-feira (14), os preços do milho negociados na BM&F Bovespa encerraram o dia em campo misto. As primeiras posições da commodity acumularam altas entre 0,83% e 1,67%, com o novembro/16 cotado a R$ 39,53 a saca e o março/17 a R$ 37,81 a saca. Já as posições mais longas caíram entre 0,30% e 0,41%. O maio/17 encerrou a sessão a R$ 36,32 a saca.
Enquanto isso, a moeda norte-americana encerrou o dia com alta de 1,43%, cotada a R$ 3,4408 na venda. Esse é o maior patamar de fechamento desde o dia 16 de junho, quando o câmbio finalizou o pregão a R$ 3,4665. Nos últimos quatro pregões, o dólar já tem alta acumulada de 8,63%.
Segundo reportou a agência Reuters, "os investidores ainda se desfazem de posições de países emergentes, como o Brasil, após a vitória de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos e em meio à disparada dos rendimentos dos Treasuries".
Mercado interno
No mercado interno, os preços do milho iniciaram a semana próximos da estabilidade. De acordo com levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, em Sorriso (MT), a queda ficou em 11,54%, com a saca do cereal a R$ 23,00. Em Campo Grande (MS), o recuo ficou em 4,84%, com a saca de milho a R$ 29,50.
Na região de Campinas (SP), a segunda-feira (14) foi de ligeira perda, de 1,26%, com a saca a R$ 39,10. Em contrapartida, o valor subiu 1,75% na localidade de São Gabriel do Oeste (MS), com o preço a R$ 29,00 a saca.
Conforme dados reportados pelo Cepea nesse início de semana, os preços recuaram diante da maior pressão vendedora, o que acabou elevando a oferta doméstica. "Essa postura está atrelada a oferta queda das exportações e ao aumento das importações", informou em nota.
Nas últimas semanas, a queda de braços entre compradores e vendedores deu o tom ao mercado. Com essa postura de ambos os lados da cadeia, os negócios ficaram travados e as cotações apresentaram ligeiras movimentações.
Safra de verão
Segundo levantamento realizado pela Safras & Mercado, a área cultivada com o milho chegou a 86,1% da área projetada nesta temporada no Centro-Sul do país, de 4,152 milhões de hectares. No mesmo período do ano anterior, cerca de 67,2% da área já havia sido cultivada. Em 2015, em torno de 3,902 milhões de hectares foram semeados com o cereal na safra de verão.