Com pressão da oferta, milho encerra semana com ligeiras desvalorizações na Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os preços do milho acumularam ligeiras desvalorizações na semana, com quedas entre 0,34% e 0,49%, segundo levantamento elaborado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes. Nesta sexta-feira (21), as principais posições da commodity acumularam ganhos entre 1,25 e 1,50 pontos. O dezembro/16 fechou o dia a US$ 3,52 por bushel e o março/17 a US$ 3,62 por bushel.
Conforme dados das agências internacionais, o mercado permanece sendo influenciado pelos fundamentos de oferta e demanda. No Meio-Oeste americano, os produtores seguem com os trabalhos de campo e, até o início dessa semana, cerca de 46% da área cultivada com o cereal já havia sido colhida, de acordo com dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
O número ficou abaixo do registrado no mesmo período do ano passado, de 54% e da média dos últimos cinco anos, de 49%. O departamento americano atualiza os números na próxima segunda-feira (24). Para essa temporada a perspectiva é que sejam colhidas 382,48 milhões de toneladas.
Paralelamente, a demanda segue firme pelo produto americano. Segundo o USDA, na semana encerrada no dia 13 de outubro, as vendas de milho somaram 1.023 milhão de toneladas, contra as projeções entre 700 mil a 950 mil toneladas do grão. Os números subiram 17% em relação à semana anterior e destinos desconhecidos foram os principais compradores do cereal norte-americano.
O órgão ainda informou que, o total comprometido pelo país neste ano comercial é de 22.500,1 milhões de toneladas. O volume representa um crescimento de 89% em comparação com o mesmo período do ano anterior, quando as vendas estavam em 11.879,9 milhões de toneladas. A expectativa é que sejam exportadas 56,52 milhões de toneladas nesta temporada, conforme apontam os números oficiais.
Mercado brasileiro
Ainda de acordo com levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, os preços do milho apresentaram ligeiras movimentações ao longo da última semana no mercado doméstico. Os preços subiram 3,70% nas praças de Mato Grosso, Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, com o preço da saca a R$ 28,00. Na região de Assis (SP), o ganho foi de 2,87%, com a saca a R$ 35,17.
Em Campo Grande (MS), a cotação subiu 1,52% e fechou a sexta-feira a R$ 33,50. Em contrapartida, no Porto de Paranaguá, o valor caiu 3,03%, com a saca a R$ 32,00.
Em Campinas (SP), o preço também caiu, cerca de 3,44%, com a saca do cereal a R$ 42,10. Ainda em São Paulo, em Avaré, a cotação caiu 2,10% e a saca encerrou a semana a R$ 34,91. O valor também cedeu no Oeste da Bahia, em torno de 2,25%, com a saca a R$ 43,50. Nas praças paranaenses, Cascavel e Ubiratã, os valores caíram 1,52%, com a saca a R$ 32,50.
Os analistas ainda ponderam que, os negócios seguem bem pontuais no mercado brasileiro. Isso porque, de um lado os compradores ainda adquirem o produto da mão para boca e de outro, os vendedores não estão dispostos a realizarem mais vendas nos níveis de preços praticados atualmente.
Além disso, o cenário apertado entre oferta e demanda ainda permanece como um fator positivo aos preços do cereal. Do lado da oferta, os produtores ainda acompanham a evolução do plantio da safra de verão no Brasil. E a situação das importações diante da aprovação do uso de novas variedades transgênicas no Brasil.
Exportações
De acordo com informações da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), nos primeiros 9 dias úteis de outubro, as exportações de milho somaram 808,4 mil toneladas, com média de 89,8 mil toneladas. Em relação à média diária embarcada em setembro, houve uma queda de 35,3% na quantidade exportada.
Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira: