Exportações de milho dos EUA têm início forte, mas podem ter dificuldades ao final
CHICAGO (Reuters) - As vendas de exportação de milho dos Estados Unidos nesta temporada estão no caminho para seu início mais forte em quase uma década, uma vez que os baixos preços e a competição de exportação limitada expandiram a parcela de mercado dos EUA após anos cedendo vendas para fornecedores como Brasil e Ucrânia.
Um grupo maior do que o normal de compradores se voltaram aos EUA em busca de milho à medida que exportadores rivais estão com os estoques baixos, segundo dados do governo.
Deter novos mercados capturados de rivais vai ser a chave para reduzir gradualmente os estoques mais altos em quase 30 anos no país, após uma colheita recorde, disseram operadores e analistas.
"Nós fomos praticamente o único fornecedor no mercado por um tempo, mas já estamos vendo o milho da região do Mar Negro nos vencendo em 6 ou 7 dólares por tonelada na Ásia", disse um exportador de milho dos EUA.
As vendas de exportação para embarques na temporada que começou em 1º de setembro subiram para 21,48 milhões de toneladas na última semana, 85 por cento acima do ano passado e 46 por cento acima da média dos últimos cinco anos, mostraram dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
Neste ano, um total de 23 países já reservaram ao menos 100 mil toneladas para embarque nesta temporada, mais do que o dobro do ano passado, mostraram dados do USDA.
Um déficit na produção no Brasil e preços próximos de mínimas da década criaram um cenário perfeito que impulsionou a demanda para os estoques dos EUA antes da colheita de outono, disse Terry Reilly, analista da Futures International.
Nesta semana, o USDA elevou sua previsão de exportação dos EUA para a temporada para uma máxima de nove anos de 56,5 milhões de toneladas, em um relatório mensal "baseado em vendas e embarques fortes no início da temporada".
Mas isso pode ser difícil de atingir uma vez que o milho vai competir com oferta global massiva de ração de trigo mais barata e com o recém colhido milho da América do Sul no início de 2017.
A colheita brasileira deve subir 25 por cento em comparação com 2016. Produtores argentinos, encorajados pelas reformas das políticas agrícolas feitas pelo presidente Mauricio Macri, que reduziram impostos de exportação, devem produzir a maior safra já registrada. As exportações de milho dos dois países estão projetadas para crescer mais de 40 por cento ante a temporada anterior.
"Nós vamos estar muito ativos entre janeiro ou fevereiro, mas depois disso acho que vai desacelerar um pouco", disse Roy Huckabay, analista do The Linn Group, sobre as exportações dos EUA.
"Você provavelmente está vendo o número de exportação mais alto (do USDA) que vai ver no ano inteiro e ele provavelmente cairá em relatórios mais adiante."
(Por Karl Plume)