Milho sobe mais de 3% nesta 5ª feira em Chicago com alta do trigo e recompra de posições dos fundos

Publicado em 13/10/2016 16:53

As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o pregão desta quinta-feira (13) em campo positivo. As principais posições da commodity ampliaram os ganhos ao longo do dia e fecharam a sessão com fortes altas entre 12,00 e 12,50 pontos, uma valorização de mais de 3%. O vencimento dezembro/16 era cotado a US$ 3,49 por bushel, enquanto o março/17 trabalhava a US$ 3,59 por bushel. O maio/17 era negociado a US$ 3,66 por bushel.

Na visão da analista de mercado da INTL FCStone, Ana Luiza Lodi, o mercado passou por uma ajuste técnico depois das perdas recentes. Ainda nesta quarta-feira, os contratos do cereal recuaram mais de 8 pontos, reflexo dos números do boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). "Os fundos carregam muitas posições vendidas, o que permite essas movimentações. Tivemos a cobertura das posições vendidas", completa.

No boletim desta quarta-feira, o departamento revisou para baixo a projeção da safra americana de milho de 383,38 milhões para 382,48 milhões de toneladas. Da mesma forma, o rendimento médio das lavouras dos EUA também apresentou ligeiro recuo e passou de 184,57 sacas para 183,52 sacas do cereal por hectare.

Além disso, a analista pondera que, os produtores americanos estão mais cautelosos nas vendas, o que também contribui para a firmeza dos preços. "Os agricultores dos EUA têm segurado um pouco mais as vendas devido às cotações mais baixas registradas recentemente. Com isso, temos um mercado mais firme também", ratifica Ana Luiza.

Paralelamente, os participantes do mercado ainda esperam pelo boletim de vendas para exportação do USDA. Devido ao feriado de Columbus Day essa semana no país, os números serão reportados nesta sexta-feira (14). Na semana anterior, o número ficou em 2.601,8 milhão de toneladas - sendo 2.060,8 milhões da safra 2016/17 e 541 mil da 2017/18 - contra expectativas de 1,1 milhão a 1,4 milhão de toneladas.

Outra variável que também impulsionou os preços do cereal em Chicago foi a forte valorização registrada no trigo. Por sua vez, as posições do trigo fecharam o dia com altas entre 18,25 e 19,25 pontos, uma valorização de mais 4%, com suporte da demanda pelo produto americano. O dezembro/16 retomou o patamar de US$ 4,00 por bushel e finalizou a sessão a US$ 4,16 por bushel.

"A queda do dólar Index registrada ainda hoje também foi um fator altista aos mercados, uma vez que favorece a competitividade das commodities", explica Ana Luiza.

Por outro lado, o andamento da colheita no Meio-Oeste dos EUA permanece no radar dos investidores. Até o início dessa semana, cerca de 35% da área já havia sido colhida, contra os 24% registrados na semana anterior. No mesmo período do ano passado, o índice era de 38%.

Conforme dados divulgados pelo NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - no período de 20 a 26 de outubro, grande parte do cinturão produtor ainda deverá registrar chuvas acima da média. As temperaturas também deverão ficar acima da normalidade no mesmo intervalo.

Mercado brasileiro

Na BM&F Bovespa, a sessão desta quinta-feira foi de ligeira queda aos preços do milho. As principais posições do cereal apresentaram perdas entre 0,37% e 0,85%. O vencimento novembro/16 era cotado a R$ 43,10 a saca e o janeiro/17 a R$ 43,28 a saca. O março/17 finalizou o dia a R$ 40,35 a saca.

No mercado interno, as cotações apresentaram mais um dia de estabilidade. Em Itapeva (SP), o preço caiu 9,09%, com a saca do cereal a R$ 34,19. Na região de Sorriso (MT), a perda foi de 1,75%, com a saca a R$ 28,00. Na contramão desse cenário, o valor subiu em Avaré (SP), em torno de 7,89%, com a saca a R$ 40,05.

O ajuste entre a oferta e demanda no Brasil, permanece como um fator de sustentação aos preços no mercado doméstico. "Acreditamos que esse cenário só será modificado com a entrada da próxima safrinha. Apesar do aumento na safra de verão, não temos nada muito expressivo e, essa já é uma produção absorvida pelo mercado interno, com demanda já garantida", afirma Ana Luiza.

Em relação à decisão da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) em aprovar o uso de três novas variedades transgênicas dos EUA no Brasil, a analista de mercado ainda reforça que o volume que deve ser importado sem o imposto é relativamente pequeno, cerca de 1 milhão de toneladas. "E ainda corre um prazo de 30 dias para a contestação dessa medida. Até o momento, os line-ups de importação dos próximos 30 dias não indica nenhuma carga agendada dos EUA", sinaliza.

Confira como fecharam os preços nesta quinta-feira:

>> MILHO

Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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