Milho: Andamento da colheita nos EUA permanece em foco e mercado inicia 4ª feira com leve queda na CBOT
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho iniciaram a sessão desta quarta-feira (28) com ligeiras quedas. Por volta das 7h12 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam perdas entre 0,50 e 1,75 pontos. O dezembro/16 era cotado a US$ 3,30 por bushel, enquanto o março/17 era negociado a US$ 3,40 por bushel. O julho/17 operava a US$ 3,54 por bushel.
O mercado voltou a trabalhar do lado negativo da tabela após encerrar o dia anterior com leves ganhos. Os participantes do mercado permanecem focados nas previsões climáticas para o Meio-Oeste americano, que começaram a indicar um tempo mais seco depois das chuvas recentes.
A perspectiva é que a partir de agora os trabalhos nos campos comecem a ganhar ritmo no país. Contudo, a média de área colhida indicada essa semana pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) ficou em 15%, abaixo da média dos últimos anos de 19% e do ano passado, de 16%.
Além disso, os investidores também já aguardam e se preparam para o relatório de estoques trimestrais, que será divulgado nesta sexta-feira (30). Ainda nesta terça-feira, o portal Farm Futures reportou que, a projeção é que o número fique próximo de 43,49 milhões de toneladas, contra as 43,94 milhões de toneladas registradas no mesmo período do ano anterior.
Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:
Milho: Após perdas recentes, mercado esboça reação e encerra pregão desta 3ª feira com ligeira alta na CBOT
Após quatro dias em queda, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram a sessão desta terça-feira (27) do lado positivo da tabela. As principais posições do cereal consolidaram leves ganhos no final do pregão e fecharam o dia com altas entre 2,75 e 3,00 pontos. O contrato dezembro/16 era cotado a US$ 3,31 por bushel, enquanto o março/17 era negociado a US$ 3,41 por bushel. O maio/17 finalizou o dia a US$ 3,48 por bushel.
As cotações esboçaram uma reação depois das recentes desvalorizações, conforme ponderam os sites internacionais. O andamento da colheita do cereal no Meio-Oeste americano permanece em pauta, uma vez que, os mapas climáticos voltaram a indicar um período mais seco para o cinturão produtor de milho. Em meio às previsões, a perspectiva é que os trabalhos nos campos ganhem ritmo.
Ainda nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou que, até o último domingo, em torno de 15% da área plantada já havia sido colhida. No mesmo período do ano passado, o percentual era de 16% e a média dos últimos anos é de 19%. Na semana anterior, o índice estava em 9%.
"Os fundamentos das culturas permanecem baixistas, já que a colheita está em curso em grande parte do Meio-Oeste essa semana e as previsões ainda indicam um tempo mais seco para os próximos dias. A previsão de sete dias também favorece condições secas em grande parte da localidade", disse Bob Burgdorfer, editor e analista do portal Farm Futures.
Outro fator no radar dos investidores essa semana é o relatório de estoques trimestrais do USDA, que será reportado nesta sexta-feira (30). A perspectiva da Farm Futures é que o número fique próximo de 43,49 milhões de toneladas. No mesmo período do ano anterior, o número era de 43,94 milhões de toneladas.
Paralelamente, os participantes do mercado ainda observam o debate dos candidatos à presidência dos EUA. Já o petróleo, caiu mais de 3% nos EUA nesta terça-feira e tocou o patamar de US$ 44,50 o barril. E, segundo dados da Investing.com, a menor possibilidade de um acordo dos países da Opep, que se reúnem durante o Fórum Mundial de Energia na Argélia, acabou pesando sobre as cotações.
Mercado brasileiro
Na BM&F Bovespa, as cotações futuras do milho encerraram o dia em campo misto. As principais posições do cereal exibiram ligeiras altas, entre 0,47% e 0,57%. O vencimento novembro/16 era cotado a R$ 40,44 a saca, já o janeiro/17 fechou o dia a R$ 40,60 a saca. Os contratos março e maio/17 recuaram em torno de 0,99% e 1,24%, respectivamente.
No Brasil, nas principais praças do cereal os preços se mantiveram inalterados, conforme levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas. Em Avaré (SP), o preço caiu 14,27%, com a saca a R$ 29,31 a saca. Em Mato Grosso, em Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, os valores cederam 3,57%, com a saca do cereal a R$ 27,00. Em Campo Grande (MS), recuo de 3,23%, com a saca a R$ 30,00. Já em São Gabriel do Oeste (MS), o preço subiu 3,33%, com a saca a R$ 31,00.
"Os preços recuaram nos últimos dias, mas não vejo quedas mais expressivas para o milho da safra velha. Especialmente nas regiões mais distantes dos portos, como Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, o produtor está mais seguro em relação aos preços. Acredito que em outubro deveremos acompanhar as cotações mais estáveis", afirma o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes.
Em relação às exportações, o consultor ainda reforça que a perspectiva é de embarques próximos de 2,7 milhões de toneladas em setembro. E os line-ups já indicam um volume ao redor de 800 mil toneladas a serem exportadas ao longo do mês de outubro.
"As exportações ainda ocorrem, mas em ritmo menor do que o ano passado. E também não podemos exportar na mesma intensidade, caso contrário irá faltar milho. Quem tem milho da safra velha na mão tem um ativo seguro e não precisa correr para negociar, mas também não deve esperar valores extremamente elevados", reforça.
A perspectiva é que entre janeiro até o início de março haja um menor volume de estoque, ainda na visão do consultor de mercado. "Isso deverá ocasionar pressões nas cotações. Nesse período ainda não teremos o milho da safra nova e quem tem o milho da safra velha já terá vendido praticamente tudo. Ainda assim, acreditamos em uma zona de conforto perto dos atuais níveis praticados", completa Fernandes.
Dólar
A moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 3,2310 na venda, com queda de 0,51%. Segundo a agência Reuters, o câmbio foi pressionado pela melhora de humor depois do debate entre os candidatos à presidência dos EUA e após o relatório de inflação ter reforçado as apostas de corte de juros em outubro no Brasil.