Milho: Preços continuam subindo na Bolsa de Chicago nesta manhã de 6ª feira

Publicado em 02/09/2016 09:37

O mercado internacional do milho, nesta sexta-feira (2), registra uma nova sessão de ganhos. Os principais contratos negociados na Bolsa de Chicago subiam, por volta das 8h50 (horário de Brasília), entre 2,50 e 4 pontos, dando continuidade ao movimento positivo da sessão anterior, quando os preços subiram mais de 2%. Assim, o vencimento dezembro era negociado a US$ 3,27 por bushel. 

Informações de agências e portais internacionais dão conta de que o real tamanho da nova safra dos Estados Unidos está sendo bastante especulado neste momento e a perspectiva de consultorias particulares é de que o rendimento médio esperado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de 175 bushels por acre não será alcançado, embora essa ainda seja uma grande safra. "O que pode acontecer se o USDA cortar as estimativas de produtividade no boletim do próximo dia 12?", questionou o analista Joe Lardy, da CHS Hedging em entrevista ao Agrimoney. 

E enquanto crescem as especulações sobre a oferta, a demanda pelo milho norte-americano segue mostrando sua força e atuando como um dos principais pilares de suporte para as cotações. 

Veja como fechou o mercado na sessão desta quinta-feira:

Milho fecha com mais de 2% de alta em Chicago nesta 5ª feira e sente força da demanda

Os futuros do milho consolidaram um bom movimento de alta nesta quinta-feira na Bolsa de Chicago e fecharam o dia subindo mais de 2%. Os contratos mais negociados subiram entre 8 e 9,50 pontos, fazendo o setembro/16 a terminar o dia valendo US$ 3,11 e o dezembro/16 a US$ 3,23 por bushel. O mercado atuou durante todo o dia em campo positivo nesta quinta-feira (1). 

Segundo Bob Burgdorfer, analista do site internacional Farm Futures, o mercado se recuperou das baixas da sessão anterior, com um suporte vindo, principalmente, das compras especulativas de fundos de investimentos.

Por outro lado, os números do boletim semanal de vendas para exportação divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), nesta quinta-feira, ficaram dentro das expectativas dos traders e, apesar disso, acabaram servindo também como uma força, como explicaram analistas, efetivamente para o avanço das cotações. 

Os EUA venderam, na semana encerrada em 25 de agosto, 861,6 mil toneladas de milho, sendo 214,1 mil toneladas do ano comercial 2015/16 e mais 647,5 mil do atual. O mercado, no entanto, esperava algo entre 600 mil e 1,250 milhão de toneladas. A maior parte do cereal foi enviada ao Japão e destinos não revelados. 

Ainda nesta quinta, o USDA anunciou também a venda de 129,540 mil toneladas de milho para o México. Do total, foram 99,060 mil da safra 2016/17 e mais 30,480 mil da 2017/18. Já de soja foram vendidas 147 mil toneladas para destinos não revelados, com todo o volume da safra 2016/17. 

E esse sentimento otimista sobre os preços do milho no mercado internacional também permeia as expectativas dos produtores norte-americanos. Para Bill Voyles, de Sullivan, Illinois, o mercado tem potencial para recuperar os US$ 4,00 por bushel. Veja mais:

>> Milho: Produtividade média prevista pelo USDA pode não ser alcançada e preços podem voltar aos US$ 4, acredita produtor

Mercado Interno

No Brasil, por outro lado, os preços voltaram a ceder nesta quinta-feira e fecharam em baixa tanto na BM&F - onde o recuo variou de 0,41% a 1,88% nos vencimentos mais negociados - quanto no interior do país, mas de forma pontual, apenas em algumas praças de comercialização. Em Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, ambas em Mato Grosso, a baixa foi de 3,45% para R$ 28,00 por saca e em São Gabriel do Oeste, MS, de 1,54% para R$ 32,00. No porto de Paranaguá, estabilidade nos R$ 32,00 por saca. 

Para Ênio Fernandes, consultor de mercado da Terra Agronegócios, essa pressão sobre as cotações é momentânea e o estímulo para os preços deverá vir da situação interna. "Temos um estoque extremamente apertado no Brasil, e não vejo o mercado ficar menos tensionado antes da entrada da safrinha de 2017. Mesmo a safra de verão, tirando alguns estados que terão um pouco importante na área de milho, não vai ser suficiente para jogar os preços muito para baixo", acredita.

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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