Milho: Ainda focado na safra norte-americana, mercado inicia a 3ª feira próximo da estabilidade em Chicago
As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a sessão desta terça-feira (2) próximas da estabilidade. Por volta das 7h35 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam ligeiras quedas entre 0,25 e 0,50 pontos. O contrato setembro/16 era cotado a US$ 3,25 por bushel, já o dezembro/16 era negociado a US$ 3,34 por bushel. O maio/17 estava estável em US$ 3,49 por bushel.
Os investidores do mercado ainda acompanham a consolidação da safra dos Estados Unidos. Apesar das previsões de temperaturas elevadas, as chuvas continuam sendo observadas no Meio-Oeste do país. Com isso, a sensação é que os efeitos do calor intenso sejam minimizados. A projeção é que sejam colhidas mais de 369 milhões de toneladas do cereal nesta temporada.
Ainda ontem, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) manteve o índice de lavouras em boas ou excelentes condições em 76%. O número ficou acima do esperado pelos investidores, uma queda de 1% a 2%. No mesmo período do ano anterior, o percentual era de 70%. O índice de plantações na fase de formação de espigas está em 91% frente aos 79% da semana anterior e contra 87% do mesmo período de 2015.
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Milho: Em meio ao clima favorável nos EUA, preços recuam mais de 2% na CBOT nesta 2ª feira
O pregão desta segunda-feira (1) foi negativo aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições da commodity ampliaram as perdas e encerraram o dia com desvalorizações entre 8,25 e 8,75 pontos, uma queda de mais de 2%. O contrato setembro/16 era cotado a US$ 3,25 por bushel, já o dezembro/16 fechou a sessão a US$ 3,34 por bushel.
Segundo os analistas, o mercado ainda continua sendo pressionado negativamente pelas condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento das lavouras do cereal no Meio-Oeste. Apesar das temperaturas mais elevadas, os mapas também continuam indicando chuvas para muitas regiões, o que tende a amenizar os possíveis danos trazidos pelo calor intenso.
De acordo com as projeções reportadas pelo NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - no período de 8 a 14 de agosto, as temperaturas ainda deverão ficar acima da média em grande parte do Meio-Oeste, porém, no mesmo período, são previstas chuvas acima da normalidade. E, até o momento, em torno de 76% das lavouras apresentam boas ou excelentes condições, segundo os números oficiais.
Os participantes do mercado ainda aguardam a atualização dos números, o que deve ser feito no final da tarde de hoje, com novo boletim de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Caso as projeções se confirmem, os produtores norte-americanos poderão colher pouco mais de 369 milhões de toneladas do cereal nesta temporada, com rendimento estimado em 177,8 sacas por hectare.
"Ainda assim, acreditamos que esses valores praticados já são o fundo do poço para o milho. Nesses níveis, os produtores dos EUA não irão negociar o produto, pois não cobrem os custos de produção", pondera o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.
Ainda nesta segunda-feira, o órgão divulgou que, na semana encerrada no dia 28 de julho, os embarques semanais do cereal ficaram em 1.144,317 milhão de toneladas. O volume ficou abaixo do indicado na semana anterior, de 1.319,331 milhão de toneladas.
Mercado interno
Nesta segunda-feira (1), tanto os preços praticados na BM&F Bovespa quanto os do mercado interno tiveram fechamentos mistos. Na bolsa brasileira, as principais posições exibiram ligeiras altas, entre 0,49% e 0,74%. O contrato setembro/16, referência para a safrinha, era cotado a R$ 47,73 a saca. Apenas o maio/17 recuou 0,68%, negociado a R$ 43,50 a saca.
Já no mercado doméstico, o valor subiu 4,65% em Ponta Grossa (PR) e a saca fechou o dia a R$ 45,00. Na região de São Gabriel do Oeste (MS), a alta foi de 2,63%, com a saca do cereal a R$ 39,00, já em Assis (SP), o ganho ficou em 2,48% e a saca a R$ 40,05. Em Panambi (RS), o valor registrou alta de 2,37%, com a saca a R$ 44,04. Em Itapeva (SP), a saca encerrou a segunda-feira a R$ 42,01 e ganho de 1,18%.
Em contrapartida, os preços recuaram 5,88% nas praças de Campo Novo do Parecis e Tangará da Serra, ambas em Mato Grosso. O valor da saca ficou em R$ 32,00. Ainda no estado, em Sorriso, a queda foi de 6,25%, com a saca do milho a R$ 30,00. Em Cascavel (PR), a desvalorização foi de 1,32%, com a saca a R$ 37,50. No Porto de Paranaguá, a saca para entrega setembro/16 caiu 3,03% e retornou ao patamar de R$ 32,00.
Mesmo com algumas quedas, os preços continuam sustentados no mercado brasileiro, apesar do andamento da colheita da segunda safra, segundo reforçam os especialistas. "Um volume expressivo da produção já foi comercializado, o que reduz ainda mais a disponibilidade do cereal no spot. Do lado comprador, as aquisições ocorrem de maneira pontual, com agentes evitando ao máximo reajustar positivamente as ofertas de preços", informou o Cepea em nota neste início de semana.
Inclusive, muitos compradores têm buscado alternativas, como a importação do grão ou até mesmo a substituição do cereal por outros produtos, especialmente os que precisam de ração animal. Além desse cenário, também são observadas as exportações de milho do Brasil que, tradicionalmente, ganham ritmo no segundo semestre. Porém, o preço praticado no mercado interno continua acima da paridade de exportação.
Dólar
A moeda norte-americana encerrou a segunda-feira a R$ 3,2720 na venda, com alta de 0,90%. Conforme dados reportados pela agência Reuters, o movimento é um reflexo dos dados mostrando um forte impacto econômico da opção da Grã-Bretanha em deixar a União Europeia e também após o Banco Central retomar as intervenções no câmbio.
Safra 2016/17
Ainda hoje, a AgRural estimou um aumento de 7% na área destinada ao plantio do cereal na safra de verão no Brasil. Com isso, no total, os produtores deverão cultivar 3,404 milhões de hectares na primeira safra. A consultoria ainda informou a projeção de um avanço tímido é decorrente dos problemas climáticos da temporada 2015/16 e da dificuldade dos produtores na obtenção de crédito.