Milho: Atento ao desenvolvimento da safra dos EUA, mercado testa ligeiras altas nesta 5ª feira em Chicago
Na manhã desta quinta-feira (28), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) exibem ligeiras valorizações. As principais posições da commodity registravam leves ganhos entre 0,75 e 1,50 pontos, por volta das 7h32 (horário de Brasília). O contrato setembro/16 era cotado a US$ 3,36 por bushel, enquanto o dezembro/16 era negociado a US$ 3,43 por bushel.
O mercado tenta ampliar os ganhos observados no dia anterior. Ainda nesta quarta-feira, os preços voltaram a trabalhar do lado positivo da tabela diante das novas previsões de clima para o Meio-Oeste dos EUA. Segundo informações do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - no período de 4 a 10 de agosto, as chuvas ficarão abaixo da normalidade na região, enquanto as temperaturas deverão ficar acima da média.
Até o momento, a safra norte-americana tem apresentado bom desenvolvimento e, de acordo com o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), 76% das plantações ainda estão em boas ou excelentes condições. E a projeção é que sejam colhidas mais de 369 milhões de toneladas de milho nesta temporada.
Ainda hoje, o departamento traz novo boletim de vendas para exportação, importante indicador de demanda e que pode influenciar o andamento dos negócios no mercado internacional. Na semana anterior, o número ficou 851,4 mil toneladas. Cerca de 345,1 mil toneladas da safra 2015/16 e 506,3 mil toneladas da safra 2016/17.
Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:
Milho: Postura dos produtores ainda direciona mercado e preços registram alta de até 7,5% no mercado interno
Nesta quarta-feira (27), as cotações do milho no mercado interno registraram novas valorizações. Segundo levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, em Assis (SP), o valor subiu 7,50%, com a saca do cereal a R$ 42,01. Em Araçatuba (SP) e Ponta Grossa (PR), os ganhos ficaram em 7,14% e os preços em R$ 43,96 a saca e R$ 45,00 a saca, respectivamente.
Em Sorriso (MT), a alta foi de 3,03%, com a saca a R$ 34,00, já em Cascavel (PR), o ganho ficou em 2,74% e a saca a R$ 37,50. Ainda no Paraná, em Ubiratã e Londrina, a oscilação positiva foi de 1,35% e a saca do cereal fechou o dia a R$ 37,50. No Oeste da Bahia, o valor subiu 1,04%, com a saca a R$ 48,50. Em Paranaguá, a saca para entrega em setembro/16 encerrou a quarta-feira a R$ 33,00 e alta de 3,13%. Nas demais praças o dia foi de estabilidade.
A postura dos produtores de retração das vendas é o fator que tem dado sustentação aos preços do cereal, conforme reportam os analistas. Muitos agricultores têm negociado somente o necessário. Na outra ponta da cadeia, os consumidores retornaram ao mercado, o que também contribui para a firmeza do mercado, conforme divulgou o Cepea nessa semana.
Além da decisão dos produtores, os especialistas ainda reforçam que as exportações também serão determinantes para o direcionamento dos preços. Os embarques ainda estão mais lentos, uma vez que as cotações praticadas no mercado interno estão acima da paridade para exportação, o que inviabiliza o fechamento de novos negócios.
No acumulado da temporada, os embarques de milho estão próximos de 4 milhões de toneladas e ainda há mais de 2,7 milhões de toneladas nas filas de embarques. Segundo dados da Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais) o país deverá embarcar 23 milhões de toneladas ao longo de 2016.
Safrinha
Enquanto isso, os produtores seguem com a colheita da segunda safra no Brasil. No Paraná, a colheita já está completa em 60% da área cultivada nesta temporada e as perdas devem superar os 15%. Ainda assim, o presidente da Aprosoja Paraná, José Sismeiro, ressalta que as perdas podem ficar acima do esperado, "porque inicialmente havia muitas lavouras que no visual estavam boas, porém com a colheita percebemos que o grão não tem peso".
No caso de Goiás, a quebra pode ficar acima de 40% neste ciclo. A perspectiva inicial era de uma safra ao redor de 8 milhões de toneladas, porém, com as adversidades climáticas, a nova estimativa é de 4,9 milhões de toneladas.
Com 65% da área colhida até o momento, o assessor técnico da Faeg (Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás, Cristiano Palavro, reforça que a quebra ainda pode ser maior. “Isso porque, os resultados tendem a piorar de agora em diante, uma vez que as lavouras cultivadas tardiamente foram as mais afetadas pelo clima mais seco”, completa.
Diante desse quadro, a perspectiva é que a produtividade média das lavouras fique próxima de 65 sacas do grão por hectare nesta temporada. “O rendimento está bem distante da estimativa de 110 sacas por hectare. De modo geral, todas as lavouras tiveram resultados inferiores ao potencial produtivo. E, podemos destacar que o sul do estado foi mais afetado, especialmente as regiões de Goiatuba, Bom Jesus de Goiás e Itumbiara”, explica Palavro.
Para essa temporada, os números oficiais apontam para uma produção próxima de 43 milhões de toneladas de milho em todo o país.
BM&F Bovespa
Na BM&F Bovespa, as cotações do milho exibiram ligeiras valorizações nesta quarta-feira. As principais posições do cereal exibiram altas entre 0,11% e 1,01%. O vencimento setembro/16, referência para a safrinha, era cotado a R$ 48,80 a saca, já o janeiro/17 era negociado a R$ 49,80 a saca.
Bolsa de Chicago
Após as perdas recentes, as cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) esboçaram uma reação e encerraram o pregão desta quarta-feira (27) com ligeiras altas. As principais posições da commodity finalizaram o dia com valorizações entre 2,50 e 3,50 pontos. O vencimento setembro/16 era cotado a US$ 3,35 por bushel e o dezembro/16 a US$ 3,43 por bushel.
O mercado passou por um ajuste depois das desvalorizações registradas nos últimos dias. E, diante do andamento da safra norte-americana, os participantes do mercado mantêm as atenções voltadas ao clima no Meio-Oeste dos Estados Unidos. Isso porque, as lavouras ainda estão no período crítico de desenvolvimento que é a polinização.
Até o momento, em torno de 76% das lavouras de milho permanecem em boas ou excelentes condições, conforme última projeção do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). E, apesar das temperaturas elevadas registradas na semana anterior. Para os próximos dias, no período de 4 a 10 de agosto, grande parte do Corn Belt deverá ter chuvas abaixo da média e temperaturas acima da normalidade, conforme o indicado nos mapas.
Temperaturas previstas nos EUA entre os dias 4 a 10 de agosto - Fonte: NOAA
Chuvas previstas nos EUA entre os dias 4 a 10 de agosto - Fonte: NOAA
"Viajando pelos EUA ao longo das últimas semanas, temos visto um monte de milho plantado e a maior parte dele está em boa forma. Atualmente, as culturas sofrem com o calor, mas as previsões alongadas ainda indicam algumas chuvas. Portanto, ainda poderemos ter rendimentos acima dos indicados pelo USDA", informou o site Rabobank.
Para essa safra, o departamento estima a safra norte-americana em 369,34 milhões de toneladas. Já a produtividade deverá ficar próxima de 177,8 sacas do grão por hectare.
O banco internacional ainda reforça que, o tamanho da safra irá impactar nos estoques finais norte-americanos, apesar de uma perspectiva favorável em relação às exportações do cereal. "Com isso, podemos ter preços ao redor de US$ 3,00 por bushel este ano", divulgou a instituição em nota.
Ainda nesta quarta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou a venda de 247,912 mil toneladas para destinos desconhecidos. Do total, cerca de 74,064 mil toneladas deverão ser entregues durante a temporada 2015/16 e o restante, de 173,848 mil toneladas, no ciclo 2016/17.
Produção de etanol nos EUA
De acordo com informações reportadas pela AIE (Administração de Informação de Energia dos Estados Unidos) a produção de etanol ficou em 998 mil barris diários na semana encerrada no dia 22 de julho. O volume ficou abaixo do reportado na semana anterior, de 1,02 milhão de barris por dia. Já os estoques caíram de 21,2 mil barris para 20,4 mil barris no mesmo período.