Milho: Atento ao desenvolvimento da safra dos EUA, mercado testa leves quedas nesta 3ª feira na CBOT

Publicado em 26/07/2016 08:00

Os preços futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram a sessão desta terça-feira (26) com ligeiras perdas, próximos da estabilidade. Perto das 7h35 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam quedas entre 0,25 e 0,50 pontos. O vencimento setembro/16 era cotado a US$ 3,34 por bushel, enquanto o dezembro/16 era negociado a US$ 3,41 por bushel. Apenas o julho/17 exibia leve alta, de 0,25 pontos, a US$ 3,62 por bushel.

O mercado dá continuidade ao movimento negativo iniciado no dia anterior. Em meio à consolidação da safra 2016/17 nos EUA, os investidores permanecem atentos ao clima no país. Apesar do calor ainda previsto, os mapas recentes ainda apontam chuvas para grande parte do Meio-Oeste.

Ainda ontem, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou seu novo boletim de acompanhamento de safras e manteve em 76% o índice de lavouras em boas ou excelentes condições. O número ficou acima do esperado pelos participantes do mercado que apostavam em uma queda entre 1% e 2% depois das temperaturas elevadas registradas na semana anterior.

"As condições da safra de milho dos EUA veio em linha com a semana anterior e assim permanece em excelente forma", disse Tobin Gorey, do Commonwealth Bank of Australia, em entrevista ao Agrimoney. Para essa temporada, a perspectiva é que sejam colhidas mais de 369 milhões de toneladas de milho no país.

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Milho: Com retração vendedora, mercado interno inicia a semana em alta e registra valorização de até 11%

No mercado interno, os preços do milho registraram ligeiras oscilações nesta segunda-feira (25). De acordo com levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, em Assis (SP), o valor subiu 11,12% e a saca do cereal fechou o dia a R$ 39,08. Já em São Gabriel do Oeste (MS), o ganho foi de 10,14%, com a saca a R$ 38,00. Em Mato Grosso, as praças de Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, apresentaram alta de 6,67%, com a saca do grão a R$ 32,00.

Em Itapeva (SP), a alta foi de 2,39%, com a saca a R$ 42,01. Na região de Cascavel (PR), a valorização foi de 1,41% e a saca a R$ 36,00. Ainda no Paraná, em Londrina e Ubiratã, a saca do milho retornou ao patamar de R$ 36,50, com ganho de 1,39%. No Porto de Paranaguá, a saca para entrega em setembro/16 permaneceu estável em R$ 33,00, assim como nas demais praças pesquisadas.

Ainda segundo os analistas, as cotações voltaram a subir, especialmente em decorrência da retração vendedora por parte dos produtores rurais. Em Sinop, importante região produtora de Mato Grosso, os agricultores, que conseguiram colher, seguram o milho e esperam melhores oportunidades de negócios.

"Na região a procura pelo cereal tem sido grande, porém poucos contratos são efetivados, face à postura de retração dos produtores. Com prejuízos os agricultores aguardam novas reações nas cotações, para cobrir os custos de produção. No município as ofertas chegam a R$ 30,00 a saca", disse o presidente do Sindicato Rural do município, Antônio Galvan.

Esse é um movimento que também tem sido acompanhado em outras importantes regiões produtoras. "Com isso, os negócios realizados seguem pontuais, ocorrendo de acordo com a necessidade de comprador, que, novamente, passou a “tomar” preços. Na região de Campinas (SP), entre 15 e 22 de julho, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa subiu 8%, fechando a R$ 47,39/saca de 60 kg na sexta-feira, 22", informou o Cepea nesta segunda-feira.

Além disso, o centro também indicou que a maior presença de compradores no mercado deu mais suporte ao movimento de alta nas cotações do cereal. "Com baixos estoques e temendo encarar novamente um cenário difícil, como o verificado no primeiro semestre, compradores voltaram ao mercado", destacou o centro em nota.

Enquanto isso, os produtores seguem com os trabalhos de colheita e uma perspectiva de quebra de mais de 20% nesta safra. Em meio a esse cenário, a projeção é que sejam colhidas 43 milhões de toneladas do cereal nesta temporada, conforme as estimativas oficiais. E, no balanço entre oferta e demanda, os estoques de passagem ficariam próximos de 4,47 milhões de toneladas.

BM&F Bovespa

O início da semana foi positivo aos preços do milho negociados na BM&F Bovespa. As principais posições do cereal exibiram valorizações entre 0,97% e 1,28%. O contrato setembro/16, referência para a safrinha, era cotado a R$ 47,40 a saca. Já o novembro/16 era negociado a R$ 48,30 a saca. Apenas o maio/17 exibiu leve queda, de 0,43%, a R$ 43,60 a saca.

Dólar

Ainda hoje, a moeda norte-americana encerrou o pregão a R$ 3,2940 na venda, com alta de 1,10%. Segundo a agência Reuters, os investidores preferiram estratégias defensivas antes das reuniões desta semana do Federal Reserve, banco central norte-americano, e do Banco do Japão.

Bolsa de Chicago

Já na Bolsa de Chicago (CBOT), o pregão desta segunda-feira (25) foi de volatilidade aos preços do milho. Depois de testar os dois lados da tabela, as principais posições da commodity finalizaram o dia praticamente estáveis, com perdas entre 0,25 e 0,50 pontos. O vencimento setembro/16 era cotado a US$ 3,34 por bushel, enquanto o dezembro/16 era negociado a US$ 3,41 por bushel.

Segundo informações do noticiário internacional, a desaceleração nas vendas por parte dos produtores depois de uma queda acentuada nos preços contribuiu para dar um pouco de sustentação ao mercado. Além disso, os ganhos registrados nos futuros do trigo também ajudaram a dar suporte às cotações do cereal.

O clima nos EUA continua a ser observado pelos participantes do mercado. Conforme dados do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - chuvas acima da média são previstas para todo o Meio-Oeste do país no intervalo de 1 a 7 de agosto. No mesmo período, as temperaturas deverão acima da normalidade, conforme o indicado nos mapas abaixo.

Chuvas previstas nos EUA entre os dias 1 a 7 de agosto - Fonte: NOAA

Temperaturas previstas nos EUA entre os dias 1 a 7 de agosto - Fonte: NOAA

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reporta no final da tarde desta segunda-feira novo boletim de acompanhamento de safras. "A perspectiva é que o índice de lavouras em boas ou excelentes condições possa baixar 1%. Na última semana, o número era de 76%", informou Bob Burgdorfer, editor e analista do portal Farm Futures.

Já os embarques semanais do cereal ficaram em 1.306,373 milhão de toneladas na semana encerrada no dia 21 de julho. O volume ficou acima do divulgado na semana anterior, de 1.327,509 milhão de toneladas. Os dados são do USDA.

Fonte: Notícias Agrícolas

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