Milho: Após queda acentuada, mercado esboça tímida recuperação em Chicago na manhã desta 4ª feira
Na manhã desta quarta-feira (20), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) exibem ligeiras altas. Por volta das 7h46 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam ganhos de 1,25 pontos. O vencimento setembro/16 era cotado a US$ 3,43 por bushel. Apenas o contrato julho/17 registrava leve queda, de 0,25 pontos, negociado a US$ 3,67 por bushel.
O mercado esboça uma tímida reação depois das perdas de mais de 4% registrada nos contratos no dia anterior. Isso porque, os investidores permanecem atentos às previsões climáticas para os Estados Unidos, uma vez que as lavouras do cereal estão em fase de polinização.
"Os preços ainda são apoiados pelas previsões de clima muito quente no cinturão produtor de grãos no país. E também temos a compra técnica após as fortes quedas observadas nesta terça-feira", disse Frank Rijkers, economista agroalimentar pelo ABN AMRO Bank.
"As condições das culturas americanas eram boas essa semana, mas muito ainda pode mudar com condições meteorológicas adversas, e eu espero que o mercado continue focado em previsões climáticas para os EUA para as próximas semanas", completa o economista. Até o inicio da semana, em torno de 76% das lavouras do cereal apresentavam boas ou excelentes condições, conforme boletim divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Confira como fechou o mercado nesta terça-feira:
Diante do bom desenvolvimento da safra dos EUA, milho despenca mais de 4% nesta 3ª feira em Chicago
Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) despencaram mais de 4% no pregão desta terça-feira (19). As principais posições do cereal ampliaram as perdas ao longo do dia e encerraram a sessão com desvalorizações entre 13,50 e 15,25 pontos. O vencimento setembro/16 era cotado a US$ 3,41 por bushel e o dezembro/16 a US$ 3,48 por bushel. Já o maio/17 era negociado a US$ 3,63 por bushel.
Em meio ao desenvolvimento da nova safra norte-americana, o foco dos participantes do mercado permanece no comportamento do clima nos Estados Unidos. E diante de tantas atualizações dos mapas climáticos, as cotações demonstram tamanha volatilidade. Os americanos buscam a consolidação de uma grande produção para a temporada 2016/17, que no caso do milho deverá ultrapassar as 369 milhões de toneladas, conforme indicam as estimativas oficiais.
"As condições das lavouras de milho estão bem melhores do que o observado no ano passado. Mas ainda estamos no meio caminho, com as chuvas recentes diria que as plantações foram bem polinizadas e o solo está úmido. Contudo ainda teremos que acompanhar o clima em agosto, estamos caminhando para uma safra normal nos EUA", pondera o analista de mercado da Ag rural, Fernando Muraro Jr.
No final da tarde desta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) manteve em 76% o índice de lavouras em boas ou excelentes condições, acima das projeções dos investidores que apostavam em uma queda, para 75%. Em torno de 19% das plantações apresentam condições regulares e 5% estão em condições ruins ou muito ruins. O departamento ainda apontou que cerca de 56% das lavouras ainda estão em fase de espigamento.
"Além das boas condições, novas previsões climáticas apontam para um alívio do clima mais quente a partir da próxima semana. Ainda assim, deveremos acompanhar as temperaturas mais altas que são esperadas no Meio-Oeste dos EUA", disse Bryce Knorr, editor e analista de mercado da Farm Futures.
Em entrevista ao portal britânico Agrimoney, o corretor da consultoria internacional Futures International, Terry Reilly, afirmou que algumas regiões do Meio-Oeste do país podem registrar 43ºC, contra as previsões anteriores de máximas de 38ºC, as informações são baseadas em previsões do instituto World Weather. "As grandes planícies e o Sudoeste do Corn Belt deverão sofrer com o tempo mais seco e quente até a próxima semana. O pico mais intenso deverá ser entre terça e quinta-feira", diz.
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Mercado brasileiro
A forte queda registrada nos preços no mercado internacional também influenciaram as cotações nos portos brasileiros. Em Paranaguá, a saca do cereal para entrega setembro/16 caiu 5,71% e voltou ao patamar de R$ 33,00. Na BM&F Bovespa, as cotações futuras do milho fecharam o pregão desta terça-feira (19) em campo negativo. Ainda assim, as cotações exibiram quedas mais fracas, entre 0,44% e 1,73%. O vencimento setembro/16, referência para a safrinha brasileira, era cotado a R$ 46,45 a saca, com leve perda de 0,96%.
Enquanto isso, no mercado interno, as cotações registraram ligeiras movimentações. Em Itapeva (SP), o valor subiu 15,86%, com a saca a R$ 46,40, já em Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, ambas em Mato Grosso, a valorização foi de 3,45%, com a saca a R$ 30,00. Já em São Gabriel do Oeste (MS), a alta ficou em 2,94%, com a saca de milho a R$ 35,00. Na região de Não-me-toque (RS), a cotação subiu 1,16% e finalizou o dia a R$ 43,50 a saca. Porém, em Avaré (SP), a queda foi de 10,26%, com a saca do cereal a R$ 34,19.
"Os estoques internos enxutos voltaram a dar sustentação aos preços do milho, mesmo com a colheita em andamento. A menor disponibilidade na temporada mexeu também com os preços do cereal no mercado futuro (BM&F/Bovespa), com altas para os contratos com vencimento em médio e longo prazo”, segundo dados da Scot Consultoria.
A perspectiva é que sejam colhidas pouco mais de 43 milhões de toneladas de milho na segunda safra. No estado de Mato Grosso, maior estado produtor, a colheita já está completa em 50,67% da área plantada neste ciclo, no mesmo período do ano anterior, a colheita estava em 47,52%. Na região Médio-Norte, em torno de 61,07% da área já foi colhida e no Nordeste, cerca de 60,85% das áreas já foram colhidas. Os dados fazem parte do levantamento do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).
"O nordeste de MT, região que sofreu os maiores impactos climáticos, apresenta a maior heterogeneidade na produtividade, com uma diferença entre a máxima e a mínima de 77 sc/ha, enquanto que na safra passada foi de 24 sc/ha", informou o instituto em seu boletim semanal.
Já no Paraná, a colheita do milho safrinha já está completa em 55% da área cultivada nesta temporada. E 55% das plantações apresentam boas condições, 34% têm condições medianas e 11% estão em situação ruim. As informações foram divulgadas hoje pelo Deral (Departamento de Economia Rural). Outro fator que também tem dado suporte aos preços do cereal é a retração vendedora por parte dos produtores rurais.