Milho espera números do USDA e inicia pregão desta 3ª feira com leve queda, próximo da estabilidade na CBOT
Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram o pregão desta terça-feira (12) com leves quedas, próximos da estabilidade. As principais posições da commodity exibiam perdas entre 0,75 e 1 pontos, por volta das 7h23 (horário de Brasília). O contrato setembro/16 era cotado a US$ 3,47 por bushel, já o março/17 era negociado a US$ 3,63 por bushel.
O mercado trabalha em compasso de espera frente ao novo boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que será reportado nesta terça-feira. As apostas dos investidores apontam para uma safra ao redor de 369,13 milhões de toneladas de milho na safra 2016/17.
Os estoques finais da nova temporada também poderão ser revisados para cima em 55,6 milhões de toneladas, contra as 51 milhões de toneladas do boletim anterior. Já os estoques da safra 2015/16 são estimados em 45,32 milhões de toneladas. A produtividade média das lavouras do cereal deverá ser mantida em 177,8 sacas por hectare.
Outro fator que também segue no radar dos investidores é o comportamento do clima nos Estados Unidos. Novos mapas climáticos indicam um tempo mais quente e com menor acumulado de chuvas nos dias 18 a 24 de julho, conforme projeção do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país.
Ainda no final da tarde desta segunda-feira (11), o departamento norte-americano divulgou seu novo boletim de acompanhamento de safras. O índice de lavouras em boas ou excelentes condições subiu de 75% para 76%. Em torno de 32% das plantações estão em fase de espigamento, na semana anterior, o percentual era de 15% e a média dos últimos cinco anos é de 26%.
Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:
Milho: À espera do USDA, investidores ajustam posições e mercado fecha pregão desta 2ª feira em campo negativo
Após os bons ganhos registrados no final da semana anterior, as cotações futuras do milho encerraram o pregão desta segunda-feira (11) do lado negativo da tabela na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições do cereal finalizaram o dia com desvalorizações entre 6,00 e 7,00 pontos. O vencimento julho/16 era cotado a US$ 3,43 por bushel, enquanto o dezembro/16 a US$ 3,55 por bushel.
De acordo com o analista de mercado da Novo Rumo Corretora, Mário Mariano, o movimento baixista é decorrente da busca de um melhor posicionamento por parte dos investidores frente ao novo boletim do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Os novos números de oferta e demanda do órgão serão reportados nesta terça-feira (12).
Conforme projeções das agências internacionais, o departamento poderá indicar uma safra de milho próxima de 369,13 milhões de toneladas nesta temporada. "Caso o número seja confirmado, será um incremento de quase 3 milhões de toneladas do cereal em relação ao divulgado no mês anterior, de 366,54 milhões de toneladas", afirma o analista de mercado.
Do mesmo modo, os estoques finais da safra 2016/17 poderão subir de 51 milhões para 55,6 milhões de toneladas, ainda segundo projeções dos participantes do mercado. Já os estoques da safra 2015/16 são estimados em 45,32 milhões de toneladas. A produtividade média das lavouras do cereal deverá ser mantida em 177,8 sacas por hectare.
Em relação à área cultivada com o milho nesta temporada, o USDA indicou em 37,88 milhões de hectares no início de junho. Porém, recentemente, o departamento aumentou a área para mais de 38 milhões de hectares cultivados nesta safra.
Ao longo da sessão de hoje, as cotações futuras do cereal até esboçaram alguns ganhos com o suporte das previsões climáticas para o Meio-Oeste dos EUA. Isso porque, conforme dados do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - no período de 18 a 24 de julho, grande parte do Meio-Oeste dos EUA deverá registrar temperaturas bem acima da média. Já as chuvas, deverão ficar abaixo da normalidade no mesmo período.
No seu último boletim de acompanhamento de safras, o USDA manteve em 75% o índice de lavouras em boas ou excelentes condições. As estimativas serão atualizadas no final da tarde de hoje. No caso do cereal, as plantações em sua fase mais crítica, a de polinização, de extrema importância para a definição de produtividade, conforme ressaltam os especialistas.
Embarques semanais
Ainda hoje, o USDA divulgou o relatório de embarques semanais e no caso do milho, os números ficaram em 1.357,903 milhão de toneladas na semana encerrada no dia 7 de julho. O número ficou acima do divulgado na semana anterior, de 1.194,824 milhão de toneladas. Até o momento, os embarques de milho já totalizam 36.416,882 milhões de toneladas, contra as 37.923,448 milhões de toneladas registradas no mesmo período do ano anterior.
"No milho, tivemos um aumento de 14% em comparação com a semana anterior. Os fundos estão de olho na demanda e também na produção do cereal", pondera Mariano.
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Mercado no Brasil
Na BM&F Bovespa, as cotações futuras do cereal fecharam a sessão desta segunda-feira (11) em queda. As principais posições da commodity exibiram desvalorizações entre 0,29% e 1,16%. O contrato julho/16 era negociado a R$ 42,50 a saca. Já o setembro/16, referência para a safrinha, era cotado a R$ 43,75 a saca, com perda de 0,79%.
As cotações recuaram após os ganhos mais fortes observados nos dois últimos pregões da semana anterior. Os preços do cereal voltaram a subir diante da projeção da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) de 43 milhões de toneladas para a segunda safra de milho do país. No total, a perspectiva é que sejam colhidas 69 milhões de toneladas, entre primeira e segunda safra. Com isso, os estoques finais poderão chegar a 4,47 milhões de toneladas, abaixo do consumo mensal do Brasil, de 4,5 milhões de toneladas.
Enquanto isso, no Porto de Paranaguá, a saca do milho para entrega setembro/16 permaneceu estável nesse início de semana, cotada a R$ 34,00. No restante das praças pesquisadas pela equipe do Notícias Agrícolas o dia também foi de estabilidade. Em Jataí (GO), a cotação subiu 6,25%, com a saca a R$ 34,00. Contrariamente, o valor caiu 5%, com a saca a R$ 38,00 em Ponta Grossa (PR), já em Sorriso (MT), a perda ficou em 3,57% e a saca de milho a R$ 27,00.
"Estimativas da Conab indicando forte queda na produtividade nacional do milho segunda safra voltaram a preocupar compradores. Diante disso, produtores se retraíram ainda mais e o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (região de Campinas-SP), que vinha em forte queda desde meados de junho", informou o Cepea em nota.
Os investidores seguem acompanhando as informações sobre o andamento da colheita da segunda safra. "No Mato Grosso, temos no sul do estado áreas produzindo rendimentos menores, ao redor de 70 sacas por hectares, como é o caso de Primavera do Leste. E, nesse instante, temos uma retração dos vendedores no mercado", acredita o analista de mercado da Novo Rumo Corretora.
Dólar
Já a moeda norte-americana fechou o dia com leve alta, de 0,47%, cotada a R$ 3,3100 na venda. Segundo a agência Reuters, mais uma vez o Banco Central interviu no mercado para sustentar o câmbio, porém, a evolução da moeda foi limitada devido à expectativa de estímulos econômicos no Japão.