Milho: Em Chicago, mercado ainda busca recuperação e testa ligeiras altas na manhã desta 6ª feira
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho iniciaram a sessão desta sexta-feira (8) do lado positivo da tabela. As principais posições da commodity exibiam valorizações entre 2,50 e 5,75 pontos, por volta das 7h16 (horário de Brasília). O vencimento julho/16 era cotado a US$ 3,38 por bushel e o março/17 a US$ 3,62 por bushel.
Mais uma vez, as cotações tentam se recuperar das recentes quedas observadas no mercado internacional. Ainda nesta quinta-feira, os preços do cereal fecharam o pregão bem próximo da estabilidade, com a influência das fortes quedas registradas nos contratos da soja e também com notícias vindas do mercado financeiro.
Ainda há muitas dúvidas em relação ao crescimento da economia global depois do Brexit. O cenário tem ocasionado um menor apetite ao risco e feito com que os fundos investimentos liquidassem suas posições compradas, conforme ponderam os analistas.
Além disso, o clima nos Estados Unidos continua no foco dos participantes do mercado. As lavouras de milho estão em momento de definição de produtividade, em estágio de polinização. Por enquanto, as previsões ainda indicam chuvas para o Meio-Oeste dos EUA, o que fez com que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) mantivesse em 75% o índice de lavouras em boas ou excelentes condições.
"Estamos no mercado climático e em pleno desenvolvimento da produção de milho. Sem contar que a projeção de redução na produção brasileira feita pela Conab também ajuda a dar suporte aos preços no mercado internacional, já que abre mais espaço para as exportações do grão dos EUA", disse a analista de mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi.
Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Milho: Conab reduz safrinha e set/16 sobe mais de 4% no pregão desta 5ª feira na BM&F Bovespa
O pregão desta quinta-feira (7) foi positivo aos preços do milho negociados da BM&F Bovespa. As principais posições da commodity subiram mais de 3% na sessão de hoje e retomaram o nível de R$ 40,00 a saca. O vencimento setembro/16, referência para a safrinha, registrou alta de mais de 4% e retornou ao patamar de R$ 42,30 a saca. O julho/16 era cotado a R$ 41,45 a saca, já o novembro/16 encerrou o dia R$ 45,40 a saca.
De acordo com a analista de mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi, as cotações do cereal foram impulsionadas pelas novas projeções para a safrinha brasileira. "A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) surpreendeu o mercado ao reduzir a segunda safra do Brasil. Ninguém esperava essa estimativa tão baixa", completa.
Ainda hoje, a entidade reportou o 10º Levantamento da Safra e estimou a segunda safra em 43.053,6 milhões de toneladas. No mês anterior, o volume estimado era de 49.995,5 milhões de toneladas. E, no ano passado, os produtores brasileiros colheram uma safra ao redor de 54,590,5 milhões de toneladas do cereal, ainda conforme números oficiais da Conab.
Uma das reduções mais expressivas apontadas pela companhia foi vista em relação à safrinha do Centro-Oeste. No caso de Mato Grosso, o maior estado produtor do grão, a safrinha foi projetada em 15.657,3 milhões de toneladas. Em junho, a projeção era de 18.701,8 milhões de toneladas e no ano passado, a safra ficou em 20.305,2 milhões de toneladas. Em Mato Grosso do Sul, os produtores deverão colher uma safrinha ao redor de 6.843,2 milhões de toneladas e em Goiás, o número é de 4.508,6 milhões de toneladas, ambas estimativas abaixo do reportado no mês anterior e do observado em 2015.
Consequentemente, a produção final, contabilizando a safra de verão e de inverno, o Brasil irá produzir na temporada 2015/16 pouco mais de 69,14 milhões de toneladas. Somando a essa projeção os estoques iniciais de 10,50 milhões de toneladas e as importações de 1,5 milhão de toneladas, resultaria em uma oferta próxima de 81,14 milhões de toneladas.
Em contrapartida, o consumo interno é estimado em 54,67 milhões de toneladas e as exportações para esse ciclo em 22 milhões de toneladas, totalizando em 76,67 milhões de toneladas. E subtraindo a projeção da oferta, os estoques finais deverão totalizar 4,47 milhões de toneladas. Pouco mais de um mês de consumo do país. As estimativas e as contas foram feitas e estão disponibilizadas no boletim da Conab.
"Os estoques continuam baixos e os relatos vindos dos campos ainda indicam uma produtividade bastante irregular e também qualidade inferior do cereal em algumas regiões. O que agrava a situação do mercado interno. Com esse cenário, acreditamos que o alívio nos preços poderá ser menor", afirma Ana Luiza.
Mercado interno
A quinta-feira (7) foi de estabilidade aos preços do milho praticados nas principais praças brasileiras, conforme levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas. Em Avaré (SP), o preço subiu 15,14%, com a saca a R$ 37,12, já em Assis (SP), o ganho ficou em 3,01%, com a saca a R$ 33,21.
Em Campo Novo do Parecis (MT), a alta foi de 3,85%, com a saca a R$ 27,00. Já em Sorriso (MT), o valor caiu 3,85% e a saca fechou o dia a R$ 25,00. No Porto de Paranaguá, o dia foi de estabilidade, com a saca para entrega setembro/16 em R$ 34,00.
Bolsa de Chicago
Nesta quinta-feira (7), as cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão próximas da estabilidade. Apenas os vencimentos setembro/16 e dezembro/16 registraram leve alta, de 0,25 pontos, cotados a US$ 3,41 por bushel e US$ 3,48 por bushel, respectivamente. O julho/16 caiu 0,25 pontos, negociado a US$ 3,35 por bushel. O março/17 também recuou, cerca de 0,50 pontos e, fechou o dia a US$ 3,57 por bushel.
"Apesar das previsões climáticas continuarem a indicar chuvas no Meio-Oeste dos EUA, as cotações do milho já recuaram bastante nas últimas semanas. O mercado já precificou o clima favorável para as lavouras no cinturão produtor norte-americano", reforça a analista da FCStone.
Ainda assim, Ana Luiza reforça que a volatilidade nos preços deve continuar, uma vez que as lavouras estão em fase de polinização, uma das mais importantes para a cultura. "Estamos no mercado climático e em pleno desenvolvimento da produção de milho. Sem contar que a projeção de redução na produção brasileira feita pela Conab também ajuda a dar suporte aos preços no mercado internacional, já que abre mais espaço para as exportações do grão dos EUA", completa.
Até o momento, os mapas climáticos permanecem a indicar chuvas no Meio-Oeste dos EUA. E, em torno de 75% das lavouras ainda continuam em condições boas ou excelentes no país, de acordo com projeção do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Com uma área semeada de pouco mais de 38 milhões de hectares, os agricultores poderão uma safra próxima de 370 milhões de toneladas nesta temporada.
Outro fator que contribuiu para diminuir as altas registradas nos preços do milho ao longo do dia foi a perda expressiva nas cotações da soja. Na contramão desse cenário, um fator positivo foi o anúncio da venda de 137,16 mil toneladas de milho ao México. Do total negociado, cerca de 15,24 mil toneladas serão entregues na temporada 2015/16, em torno de 91,44 mil toneladas na campanha 2016/17 e o restante, de 30,48 mil toneladas no ciclo 2017/18.
Paralelamente, os investidores ainda acompanham as informações vindas do mercado financeiro. Os mercados globais seguem bem nervosos com a possibilidade da saída do Reino Unido - Brexit - da Zona do Euro e qual os impactos nas economias mundiais.
Ainda nesta sexta-feira (8), o USDA traz seu novo boletim semanal de vendas para exportação, importante indicador de demanda. A cada semana, os relatórios do órgão têm trazido bons números para o cereal. Na semana anterior, o número ficou em 1.004,6 milhão de toneladas.