Milho inicia pregão desta 4ª feira em campo negativo em Chicago e contratos operam abaixo dos US$ 4,00/bu

Publicado em 29/06/2016 07:45

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho iniciaram o pregão desta quarta-feira (29) do lado negativo da tabela. As principais posições do cereal exibiam leves perdas entre 2,25 e 3,00 pontos, por volta das 7h26 (horário de Brasília). O contrato julho/16 era cotado a US$ 3,82 por bushel, enquanto o março/17 era negociado a US$ 3,97 por bushel. Apenas o vencimento maio/17 mantinha o patamar de US$ 4,00 por bushel, cotado a US$ 4,02 por bushel.

O mercado voltou a trabalhar em baixa após fechar próximo da estabilidade nos dois últimos pregões. Além do clima, que, pelo menos por enquanto, tem se mostrado mais favorável ao desenvolvimento das lavouras de milho nos EUA, os investidores ainda aguardam as novas informações do USDA (Departamento de Agricultura dos Unidos).

O departamento traz novos dados sobre a área cultivada com o cereal nesta temporada. Em seu último reporte de oferta e demanda, o órgão estimou a área plantada com o grão em 33,27 milhões de hectares. "Esse é um relatório muito importante e pode direcionar as cotações do cereal. A perspectiva é que o USDA traga uma redução na área cultivada com o grão. Já os estoques devem ficar em linha com o reportado no mesmo período do ano passado", disse a analista de mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi, em entrevista ao Notícias Agrícolas.

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:

Focado no clima nos EUA, milho fecha pregão próximo da estabilidade pelo 2º seguido em Chicago

Pelo 2º dia consecutivo, as cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o dia praticamente estáveis. Nesta terça-feira (28), apenas os vencimentos setembro/16 e março/17 exibiram ligeira perda de 0,50 e 0,25 pontos, respectivamente. O julho/16 permaneceu estável em US$ 3,85 por bushel, assim como o dezembro/16, que finalizou o pregão a US$ 3,94 por bushel.

De acordo com a analista de mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi, o mercado segue muito sensível às informações sobre o comportamento do clima nos Estados Unidos. "A cada dia temos novos dados que têm direcionado as cotações do cereal. Na semana anterior, os fundos liquidaram parte de suas posições compradas diante da perspectiva de um clima melhor ao desenvolvimento das lavouras no país", explica.

Ainda hoje, novos mapas indicaram um clima seco na maior parte do Meio-Oeste do país nos próximos 11 a 15 dias, especialmente nas áreas centrais. Contudo, algumas chuvas são esperadas em algumas localidades no centro-leste e sul do cinturão produtor.

"Também há previsões de clima mais seco, especialmente no final do mês de julho. Porém, grande parte das lavouras já terá passado pela fase crítica de polinização. Diante desse cenário, a perspectiva é que as lavouras não sejam tão afetadas pelo tempo seco, caso as projeções se confirmem", pondera Ana Luiza.

No final da tarde ontem, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou novo boletim de acompanhamento de safras. O órgão manteve em 75% o índice de lavouras em boas ou excelentes condições. O número ficou acima das apostas dos participantes do mercado, de 73% das plantações em boas ou excelentes condições.

Além disso, a analista reforça que os investidores já se preparam para o próximo boletim do departamento, que será divulgado na próxima quinta-feira (30). "Esse é um relatório muito importante e pode direcionar as cotações do cereal. A perspectiva é que o USDA traga uma redução na área cultivada com o grão. Já os estoques devem ficar em linha com o reportado no mesmo período do ano passado", completa.

No início do mês, o departamento norte-americano estimou a área cultivada com o milho na safra 2016/17 em 33,27 milhões de hectares. Paralelamente, os estoques trimestrais foram projetados em 198,38 milhões de toneladas, em 1º de março de 2016.

BM&F Bovespa

Na contramão do mercado internacional, os preços do milho negociados na BM&F Bovespa encerraram a sessão desta terça-feira (28) do lado positivo da tabela. As principais posições do cereal acumularam valorizações entre 0,12% e 2,28%. O vencimento julho/16 era cotado a R$ 41,37 a saca, já o setembro/16, referência para a safrinha brasileira, era negociado a R$ 41,70 a saca.

Enquanto isso, no mercado interno, as cotações cederam em algumas praças, conforme levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas. Em Ponta Grossa (PR), a cotação caiu 6,67%, com a saca do milho a R$ 42,00. Na região de Jataí (GO), o recuo ficou em 5,88%, com a saca do cereal a R$ 32,00. Nas praças paranaenses, Ubiratã, Londrina e Cascavel, a desvalorização foi de 1,43%, com a saca do grão a R$ 34,50. No Porto de Paranaguá, a saca para entrega em setembro/16, caiu 1,43% e fechou o dia a R$ 34,50.

Por outro lado, em Sorriso (MT), a saca subiu 3,70% e voltou ao patamar de R$ 28,00. Em São Gabriel do Oeste (MS), a valorização foi de 1,64%, com a saca do milho a R$ 31,00. Nas demais praças pesquisadas o dia foi de estabilidade.

A evolução dos trabalhos nos campos brasileiros também é observada de perto e tem sido um dos fatores de pressão aos preços. No Paraná, cerca de 15% da área plantada já foi colhida até o momento. Já no Mato Grosso, a colheita está completa em pouco mais de 16% da área cultivada.

"Por um lado, há espaço para que compradores sigam pressionando os valores, principalmente quando se considera a paridade de exportação. Por outro lado, muitos vendedores resistem em negociar nos atuais valores, à espera de retorno da sustentação, fundamentados na expectativa de aumento das exportações no segundo semestre", informou o Cepea em nota essa semana.

"Ainda assim, a situação entre oferta e demanda no mercado interno é bastante complicada. Teremos que exportar menos nesse ano e a perspectiva ainda é de aperto no final da temporada. A perspectiva é que haja uma melhora nesse quadro somente com a entrada da safrinha do próximo ano. Até lá, as cotações podem se acomodar em patamares mais baixos em meio ao avanço da colheita, mas não tão baixos como observamos em anos anteriores", acredita Ana Luiza.

Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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