Geadas ameaçam parte da safra de milho do Paraná
SÃO PAULO (Reuters) - Geadas previstas para a próxima quarta-feira têm potencial para prejudicar parte da safra de milho do Paraná, o segundo produtor do cereal do Brasil, de acordo com especialista do governo do Estado, que salientou que eventuais perdas dependeriam da intensidade e abrangência do fenômeno climático.
"Se tiver geada de intensidade moderada para forte, existe o risco. Quase 50 por cento da área está suscetível a intempéries", afirmou o técnico de milho do Departamento de Economia Rural Edmar Gervásio.
Segundo ele, boa parte do milho do Paraná está em fase de frutificação, em que o cereal pode ter o potencial produtivo reduzido por geadas.
A previsão é de que o Paraná poderá colher 12,8 milhões de toneladas na segunda safra do cereal, de um total de quase 53 milhões da safra nacional, segundo previsão divulgada pelo Ministério da Agricultura no mês passado.
Perdas em uma região produtora importante como o Paraná, se ocorrerem, teriam o potencial de sustentar os preços, em um ano em que o Brasil já registrou quebra de safra por seca no Centro-Oeste, principalmente.
"A massa de ar frio, muito forte, chega ao Paraná e causa declínio acentuado das temperaturas na maioria das regiões paranaenses. Geadas moderadas são previstas para se formar entre o centro e o sul e parte do oeste", afirmou em nota o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), referindo-se à previsão para quarta-feira.
Gervásio ponderou que boa parte das áreas mais suscetíveis ao frio intenso estão situadas nas regiões norte e oeste do Estado, que são aquelas em que as geadas não são intensas. "Pode ter (geada nessas áreas), mas não geada que possa impactar de forma negativa", disse ele.
Porém a região de Cascavel, grande produtora de milho, tem geada moderada prevista para quarta-feira.
O técnico lembrou, por outro lado, que chuvas em algumas áreas reduzem as chances de o fenômeno ocorrer.
Para terça-feira, o Simepar prevê geadas fracas em uma área menor do Estado, mais concentrada ao sul.
(Por Roberto Samora)