Milho: Após feriado nos EUA, mercado opera em campo misto na manhã desta 3ª feira em Chicago

Publicado em 31/05/2016 08:13

As cotações futuras do milho operam em campo misto na manhã desta terça-feira (31) na Bolsa de Chicago (CBOT). Perto das 7h52 (horário de Brasília), as primeiras posições exibiam perdas entre 1,00 e 1,50 pontos e as mais distantes apresentavam altas de 0,75 pontos. O vencimento julho/16 era cotado a US$ 4,11 por bushel, enquanto o março/17 era negociado a US$ 4,20 por bushel.

O mercado trabalha em terreno misto após o feriado nos Estados Unidos nesta segunda-feira (30), em comemoração ao Memorial Day. Os investidores aguardam as informações do boletim de embarques semanais do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que será reportado hoje. Na semana anterior, o número ficou em 1.076,464 milhão de toneladas.

Além disso, os participantes do mercado esperam os dados da safra norte-americana. Até a semana passada, cerca de 86% da área esperada para essa safra já havia sido cultivada. Paralelamente, as informações vindas do lado da demanda também continuam sendo observadas pelos investidores.

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Milho: Com queda no dólar e colheita da safrinha no Brasil, preços recuam mais de 2% nesta 2ª feira na BM&F

Na BM&F, as cotações futuras do milho encerraram o pregão desta segunda-feira (30) do lado negativo da tabela. Ao longo da sessão, os preços da commodity consolidaram as perdas e encerraram o dia com quedas entre 0,67% e 2,86%. O vencimento julho/16 era cotado a R$ 45,10 a saca, enquanto o setembro, referência para a safrinha, negociado a R$ 42,40 a saca.

De acordo com o analista de mercado da FocoMT Agentes Autônomos, Marcos Hildenbrandt, a movimentação negativa é decorrente da queda registrada no dólar e também do início da colheita da segunda safra. No caso do câmbio, a moeda norte-americana fechou o dia a R$ 3,5779 na venda, com perda de 0,92%. A sessão foi marcada pelo baixo volume de negócios devido ao feriado nos Estados Unidos.

"Além do dólar, também temos a influência da colheita da safrinha, que está começando. Na nossa região, Rondonópolis (MT), temos preços ao redor de R$ 40,00 a saca no mercado disponível, mas para junho temos referências ao redor de R$ 35,00 a saca e para julho, valores próximos de R$ 30,00 a saca. O problema é que não um consenso sobre os preços entre os vendedores e os compradores", destaca o analista.

Em Mato Grosso, a colheita do cereal já estava completa em 1,11% até o último dia 26 de maio, conforme levantamento realizado pelo Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária). Em igual período do ano anterior, a colheita estava completa em 0,62% da área cultivadas. Por enquanto, a região Médio-Norte é a mais adiantada, com 1,58% da área semeada já colhida. Inclusive, em algumas localidades, os produtores estão antecipando os trabalhos nos campos para aproveitarem os preços elevados.

Em outro importante estado produtor, o Paraná, a colheita do cereal já chegou a 1%, de acordo com dados reportados pelo Deral (Departamento de Economia Rural). Nesse instante, os produtores rurais estão atentos às chuvas constantes no Oeste do estado, o que ainda pode ocasionar grãos ardidos. Ainda segundo boletim da entidade, cerca de 24% da produção já foi comercializada.

Os trabalhos de colheita ainda estão no início, por isso, ainda não dá para ter um panorama a respeito das perdas nesta temporada devido ao clima irregular. Depois de um mês de abril muito seco e quente, as consultorias privadas estimam uma produção ao redor dos 50 milhões de toneladas. Em seu último relatório, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estimou a safrinha em 52,90 milhões de toneladas de milho.

Enquanto isso, no mercado interno, a ajustada relação entre oferta e demanda mantêm as cotações sustentadas. Na sexta-feira, 27, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) fechou a R$ 52,97/saca de 60 kg, ligeiro aumento de 0,1% em relação ao dia 20 e de 8,9% frente ao encerramento de abril., segundo informou o Cepea.

Contudo, em nota, a entidade reportou que apesar da baixa disponibilidade do grão registrada em algumas regiões, no geral, os compradores já se mostram reticentes em aceitar os atuais patamares praticados, afirmando ter dificuldades no repasse das altas. Diante desse quadro, as importações têm sido uma opção ao outro elo da cadeia.

Dados oficiais apontam para importações na ordem de 243 mil toneladas no período de janeiro a abril de 2016. Inclusive, na semana anterior, o Ciep (Conselho Interministerial de Estoques Públicos de Alimentos) aprovou a venda de 160 mil toneladas de milho, com o limite mensal de seis toneladas por produtor rural. A medida foi reportada no Diário Oficial da União na semana anterior.

"Avicultores e suinocultores relatam que o atual valor do milho inviabiliza a atividade – alguns já teriam abandonado o setor. Com isso, compradores vêm elevando a pressão sobre os preços, atentos ao início da colheita da segunda safra e ao volume de milho que vem sendo importado", divulgou o Cepea.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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