Milho: Na CBOT, mercado volta a testar o lado negativo da tabela e exibe leves quedas na manhã desta 3ª feira

Publicado em 24/05/2016 08:12

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os futuros do milho voltaram a trabalhar em campo negativo no início do pregão desta terça-feira (24). Por volta das 7h50 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam leves quedas entre 0,75 e 1,50 pontos. O vencimento julho/16 era cotado a US$ 3,96 por bushel e o março/17 era negociado a US$ 4,09 por bushel.

Ainda ontem, o mercado encontrou suporte na demanda firme pelo produto norte-americano, conforme dados reportados pelas agências internacionais. As cotações do cereal ampliaram os ganhos após a divulgação do boletim de embarques semanais do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Na semana encerrada no dia  19 de maio, os embarques de milho somaram 1.076,464 milhão de toneladas.

Outro fator que tem sido acompanhado pelos investidores do mercado é o andamento da safra 2016/17 nos Estados Unidos. No final da tarde de ontem, o departamento norte-americano informou que até o último domingo (22) a semeadura do cereal estava completa em 86% da área projetada para essa temporada. Na semana anterior, o índice estava em 75%, já no mesmo período do ano passado, cerca de 90% da área já havia sido plantada. A média dos últimos cinco anos é de 85%.

O órgão ainda anunciou que cerca de 60% das plantações já emergiram. O percentual está abaixo do registrado no mesmo período de 2015, de 69% e da média dos últimos cinco anos, de 55%. Na semana anterior, em torno de 43% das lavouras do cereal já haviam emergido.

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Milho: Em Chicago, mercado tem nova alta nesta 2ª feira e contratos mais curtos se aproximam dos US$ 4,00/bu

A sessão desta segunda-feira (23) foi positiva aos futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Ao longo do dia, as cotações do cereal consolidaram os ganhos e encerraram o dia com valorizações entre 3,00 e 3,50 pontos. Mais uma vez, as cotações mais curtas, junho/16 e setembro/16, se aproximaram do patamar de US$ 4,00 por bushel, cotadas a US$ 3,97 por bushel e US$ 3,99 por bushel, respectivamente. As mais longas ainda se sustentam acima do nível dos US$ 4,00 por bushel.

Conforme informações reportadas pelas agências internacionais, o mercado encontrou suporte nos números do novo boletim de embarques semanais do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Na semana encerrada no dia 19 de maio, os embarques do grão somaram 1.076,464 milhão de toneladas, contra as expectativas dos participantes do mercado que estavam entre 1 milhão a 1.150 milhão de toneladas. Na semana anterior, o número ficou em 1.110,6 milhão de toneladas, ainda segundo dados do órgão.

No acumulado da temporada, os embarques de milho totalizam 27.556,441 milhões de toneladas, contra 30.927,631 milhões do mesmo intervalo da anterior. A demanda pelo produto norte-americano tem sido uma das variáveis observadas pelos investidores e também tem fornecido sustentação aos preços praticados na Bolsa de Chicago, conforme ressaltam os analistas de mercado.

Os investidores também aguardavam as informações sobre a evolução do plantio norte-americano. E a perspectiva era que o departamento apontasse a semeadura completa em 92% da área estimada para essa temporada. Porém, o USDA informou, no final da tarde desta segunda-feira que, até o último domingo (22) o cultivo do grão chegou a 86%. Na semana anterior, o índice estava em 75%, já no mesmo período do ano passado, cerca de 90% da área já havia sido plantada. A média dos últimos cinco anos é de 85%.

No boletim, o órgão ainda informou que cerca de 60% das lavouras já emergiram nos EUA. O índice está abaixo do registrado no mesmo período de 2015, de 69% e da média dos últimos cinco anos, de 55%. Na semana anterior, em torno de 43% das lavouras do cereal já haviam emergido. "Em Iowa, fontes relataram que a semeadura do cereal já está bem adiantada. Ainda precisamos de tempo mais seco nos estados de Indiana e Ohio para a evolução dos trabalhos nos campos", disse Bob Burgdorfer, analista e editor do portal Farm Futures.

Segundo dados do NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - nos próximos dias - de 28 de maio a 1 de junho, as temperaturas deverão ficar acima da média em grande parte do Corn Belt. Já as chuvas poderão ficar entre 33% até 50% acima da normalidade no mesmo período.

Enquanto isso, o andamento da safra na América do Sul continua sendo observada pelos participantes do mercado. No Brasil, já há muitos relatos de perdas devido às altas temperaturas e a ausência de chuvas observadas ao longo do mês de abril. Na contramão desse cenário, na Argentina, a preocupação é com o excesso de chuvas e o atraso na colheita do cereal.

Mercado interno

Na BM&F Bovespa, as cotações futuras do milho tiveram um dia de realização de lucros depois dos ganhos expressivos registrados recentemente. As principais posições do cereal acumularam desvalorizações entre 1,07% e 4,51% no pregão desta segunda-feira (23). O vencimento setembro/16, referência para a safrinha brasileira, era cotado a R$ 42,61 a saca, com queda de 3,27%. Já o novembro/16 era negociado a R$ 44,09 a saca e o janeiro/17 a R$ 45,00 a saca.

Já no Porto de Paranaguá, a saca para entrega setembro/16, permaneceu estável R$ 36,00. Na região de Itapeva (SP), o início da semana foi positivo, com a saca do milho a R$ 49,82 e alta de 7,37%. Em Sorriso (MT), o ganho ficou em 6,06%, com a saca a R$ 35,00. Em Não-me-toque (RS), a saca do milho subiu 1,11% e fechou o dia a R$ 45,50. Na contramão desse cenário, as praças mato-grossenses de Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, recuaram 14,29%, com a saca a R$ 30,00. As demais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas o dia foi de estabilidade.

A relação ajustada entre a oferta e a demanda ainda tem dado sustentação aos preços do milho no mercado doméstico, conforme ponderam os analistas. A baixa disponibilidade do cereal no mercado doméstico tem, inclusive, levado os consumidores a importarem milho de outras origens. Ainda hoje, foram divulgadas informações de que o estado do Espírito Santo adquiriu a primeira carga de milho da Argentina. Ao todo, foram compradas 25 mil toneladas do grão.

Paralelamente, as preocupações com a safrinha brasileira dão sustentação às cotações no mercado futuro. Ainda há muitas incertezas em relação ao real tamanho da segunda safra no país após o clima quente e seco registrado em grande parte das regiões produtoras. Em Chapadão do Sul (MS), as perdas na safrinha podem superar os 40% nesta temporada. O presidente do Sindicato Rural do município, Rudimar Borgelt, ressalta que as chuvas recentes até amenizaram as condições das lavouras cultivadas tardiamente. Porém, a quebra na produção já está consolidada na região. Em anos normais, os agricultores conseguem um rendimento médio entre 100 sacas até 120 sacas do grão por hectare.

Dólar

O dólar fechou o pregão desta segunda-feira a R$ 3,5823 na venda, com alta de 1,82%. A moeda norte-americana fechou o dia em campo positivo como reflexo a temores de que a campanha pelo reequilíbrio das contas públicas brasileiras sofre mais impasse após a divulgação de gravações em que o ministro do Planejamento, Romero Jucá, fala em deter o avanço da operação Lava Jato, conforme dados reportados pela agência Reuters. No final da tarde de hoje, o ministro anunciou que está se licenciando do governo do presidente interino Michel Temer.

Exportações

Ainda hoje, a Secex (Secretaria de Comércio Exterior) reportou que as exportações de milho totalizam 1,2 mil toneladas no acumulado até a 3ª semana de maio, o equivalente há 15 dias úteis. A média diária ficou em 100 toneladas do grão.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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