Milho: Valorização cambial dá suporte e preços sobem na BM&F nesta 4ª feira; set/16 chega a R$ 43,74/sc
Mais uma vez, o fortalecimento do dólar frente ao real dá suporte aos preços do milho negociados na BM&F Bovespa no pregão desta quarta-feira (18). As principais posições do cereal exibiam ganhos entre 0,02% e 1,12%, por volta das 12h34 (horário de Brasília). Os vencimentos dão continuidade ao movimento positivo, o vencimento julho/16 era cotado a R$ 47,97 a saca. Já o setembro/16, referência para a safrinha brasileira, era negociado a R$ 43,74 a saca, próximos dos R$ 44,00 a saca.
Enquanto isso, a moeda norte-americana era cotada a R$ 3,53 na venda, com ganho de 1,10%, próximo das 12h39 (horário de Brasília). O câmbio voltou a atuar em campo positivo, com a atuação do Banco Central no mercado depois de três pregões sem realizar a oferta de swaps reversos, equivalentes a compra futura de dólares, conforme informações reportadas pelo site G1.
Paralelamente, a relação entre a oferta e demanda no Brasil continua delicada. Isso porque, nesse momento, a oferta restrita, o que tem impactado e suportado os preços no mercado físico. No caso da safrinha, as perdas em grande parte das regiões produtoras estão consolidadas, mas ainda não há um número fechado, já que os produtores rurais não iniciaram a colheita do cereal. Porém, as consultorias privadas projetam as perdas ao redor de 10 milhões de toneladas para a safrinha. Na região de Canarana (MT), a quebra supera os 70% e nos próximos dias deve ser decretado estado de emergência na localidade.
Já os estoques públicos estão próximos de 902 mil toneladas, conforme informações disponíveis no site da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). No entanto, os analistas reforçam que o consumo mensal do país está próximo de 4,5 milhões de toneladas. Consequentemente, as importações do cereal começam a ganhar impulso para dar atender a demanda interna. No acumulado do ano, os compradores já adquiriram pouco mais de 243 mil toneladas do cereal, mas o número deve aumentar até a entrada da safrinha.
Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago (CBOT), as cotações do cereal tentam se manter em campo positivo durante a sessão desta quarta-feira (18). Perto das 12h59 (horário de Brasília), os principais contratos da commodity exibiam leves altas, entre 0,50 e 1,50 pontos. O vencimento julho/16 era cotado a US$ 3,98 por bushel e o setembro/16 a US$ 4,01 por bushel.
"O clima nos EUA e notícias vindas do lado da demanda continuam a ser o foco dos investidores no mercado de hoje", disse Bryce Knorr, editor e analista do portal Farm Futures. Os dados sobre a evolução do plantio no país também seguem em pauta. Segundo o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) até o último domingo, cerca de 75% da área esperada para essa temporada já havia sido semeada. O percentual está abaixo do registrado em igual período do ano anterior, de 82%. Além disso, há relatos de atrasos nos trabalhos nos campos, especialmente nos estados de Indiana e Ohio devido às chuvas recentes.
O mercado ainda aguarda as informações sobre a produção de etanol nos EUA, que será divulgada ainda hoje. Na semana anterior, a Administração de Informações de Energia norte-americana (EIA) reportou que a produção de etanol nos EUA ficou em 962 mil barris diários na semana encerrada no dia 5 de maio. No mesmo período, os estoques caíram de 22,2 milhões para 21,3 milhões. Segundo projeção do USDA, na safra 2016/17, em torno de 134,63 milhões de toneladas do cereal serão destinados à produção de etanol.