Milho: Mercado acompanha o dólar e exibe leves quedas nesta 4ª feira na BM&F; set/16 mantém R$ 41/sc
Na BM&F Bovespa, as cotações futuras do milho operam com leves quedas no pregão desta quarta-feira (4). Perto das 12h41 (horário de Brasília), os vencimentos do cereal exibiam peras entre 0,12% e 0,22%. O contrato setembro/16 era cotado a R$ 41,30 a saca. Apenas a posição maio/16 registrava ligeira alta, de 0,10%, negociada a R$ 50,85 a saca.
De acordo com os analistas, o mercado acompanha o comportamento do dólar hoje. A moeda norte-americana opera em queda, em movimento de ajuste depois da alta de quase 4% contabilizadas nas duas últimas sessões e sem a atuação do Banco Central no mercado, conforme dados do site G1. Por volta das 12h30 (horário de Brasília), o dólar caía 0,8%, cotado a R$ 3,5427 na venda.
Do lado fundamental, o cenário permanece inalterado. Já que, apesar das chuvas em algumas regiões, muitas lavouras de milho safrinha já têm perdas irreversíveis. Em Cristalina (GO), o técnico agrícola, Beto Brava, ressalta que a quebra pode superar os 70%. As plantações ficaram mais de 40 dias sem chuvas. Diante desse quadro, a perspectiva em relação à produtividade é de 30 sacas por hectare, contra uma média de 100 sacas por hectare observada nos últimos anos.
E, nesse instante, a baixa disponibilidade do produto no mercado interno tem levado compradores a adquirir o cereal em outros países. Recentemente, o governo isentou a tarifa para importação do cereal fora do Mercosul. Ainda nesta quarta-feira, a consultoria Agroconsult informou que o país pode importar mais de 2,5 milhões de toneladas do grão ao longo da temporada 2015/16.
Esse fator também tem dado suporte aos preços no mercado doméstico. "Temos preços recordes, o produtor que tem milho deve aproveitar, pois os valores são excelentes. Não recomendamos que os produtores segurem o produto para especular, já que daqui a pouco teremos a chegada da safrinha no mercado. E, apesar da quebra, será um bom volume de milho. Se os agricultores especularem, os grandes consumidores irão ter que importar mais milho, o que pode deixar o mercado desfavorável aos agricultores mais adiante", afirma o consultor de mercado da Brandalizze Consulting.
Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago (CBOT), as cotações futuras do milho trabalham com ligeiras movimentações ao longo do pregão desta quarta-feira (4). Por volta das 13h14 (horário de Brasília), os vencimentos da commodity registravam valorizações entre 0,50 e 1,00 pontos. O dezembro/16 era cotado a US$ 3,88 por bushel. Somente o maio/16 exibia leve queda, de 1,25 pontos, negociado a US$ 3,77 por bushel.
As cotações esboçam uma reação, depois das quedas registradas no início do dia. Apesar da queda, os analistas ponderam que os fundamentos do mercado não mudaram. Com isso, a safrinha brasileira ainda continua no radar dos investidores.
Além disso, a quebra na safra do Brasil deve levar os compradores ao produto norte-americano. Esse fator também segue no foco dos participantes do mercado e, é fato que nas últimas semanas, os números dos embarques e exportações semanais, divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) cresceram.
Ainda hoje, o departamento reportou a venda de 107,5 mil toneladas de milho ao Japão. O volume negociado deverá ser entregue na temporada 2015/16.
Em relação à safra americana, o plantio já está completo em 45% da área, conforme dados do departamento. E os investidores seguem de olho nas previsões climáticas nos EUA.