Milho: Com suporte do dólar, preço sobem na BM&F nesta 3ª feira e set/16 supera os R$ 41,00/sc

Publicado em 03/05/2016 13:12

As cotações futuras do milho negociadas na BM&F Bovespa operam em campo positivo na sessão desta terça-feira (3). Próximo das 12h27 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam valorizações entre 0,49% e 1,67%. O contrato maio/16 era cotado a R$ 50,43 a saca. Já o setembro/16, referência para a safrinha, retomou o patamar de R$ 41,00, negociado a R$ 41,20 a saca.

Além das preocupações com a oferta no país, os preços também são influenciados pelo comportamento do câmbio. A moeda norte-americana trabalha com forte alta no pregão desta terça-feira e, por volta, das 12h10 (horário de Brasília), exibia valorização de 2,65%, negociada a R$ 3,5828 na venda. Segundo dados do G1, o câmbio acompanha o cenário externo, marcado por aversão ao risco depois da divulgação de dados ruins da China e com a atuação mais intensa no mercado por parte do Banco Central. O quadro político brasileiro também permanece no foco dos investidores.

Já em relação à safrinha brasileira, as preocupações permanecem e já há projeções de quebra na produção. Em Tapurah (MT), a perspectiva é de uma queda de 20% na produção nesta temporada, conforme destaca o presidente do Sindicato Rural do município, Silvésio de Oliveira. Nos últimos anos, o rendimento médio das plantações ficou próximo de 100 sacas do grão por hectare e nesta safra deverá ficar abaixo de 80 sacas por hectare.

E esse tem sido um dos motivos para manter os preços firmes no mercado brasileiro, conforme destaca o analista de mercado da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro. "Os estoques enxutos e as especulações em relação ao clima continuam dando sustentação às cotações. Em Campinas (SP), a saca do cereal é cotada a R$ 49,00, 72% a mais do que o registrado em maio do ano passado. Frente a esse cenário não estão descartadas novas altas nos preços no curto prazo. A perspectiva é que com a chegada da safrinha, os valores se acomodem em um patamar mais baixo, mas a queda será comedida", avalia o analista.

Bolsa de Chicago

Ao longo da sessão desta terça-feira (3), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) voltaram a trabalhar do lado negativo da tabela. As principais posições da commodity exibiam perdas entre 9,00 e 11,75 pontos, por volta das 12h53 (horário de Brasília). O vencimento maio/16 era cotado a US$ 3,78 por bushel, enquanto o dezembro/16 era negociado a US$ 3,87 por bushel.

Depois de três sessões consecutivas em alta, o mercado exibe um movimento de correção técnica, conforme reportam os analistas. Do lado fundamental, os investidores continuam observando a situação da safrinha brasileira. Diante do clima seco e das altas temperaturas observadas durante o mês de abril, muitas instituições já revisaram para baixo as suas projeções para a produção do país.

Em meio a esse quadro, os participantes do mercado acreditam que os compradores irão adquirir mais produto norte-americano. Com a escassez do grão no mercado brasileiro, o governo autorizou recentemente a isenção da taxa de importação de milho fora do Mercosul.

Ainda nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou que cerca de 45% da área já foi cultivada com o grão até o último domingo (1). O percentual ficou abaixo das estimativas do mercado, de 47% a 49%. Ainda assim, o número está em linha com o registrado no mesmo período do ano passado e acima da média dos últimos cinco anos, de 30%. O órgão ainda divulgou que em torno de 13% das plantações já emergiram, contra 5% da semana anterior, 7% do ano passado e 8% na média.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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