Milho: Em Chicago, mercado realiza lucros e amplia perdas ao longo do pregão desta 2ª feira

Publicado em 02/05/2016 12:41

Ao longo das negociações desta segunda-feira (2), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) ampliaram as perdas. Perto das 11h56 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam quedas entre 4,25 e 5,00 pontos. O vencimento maio/16 era cotado a US$ 3,85 por bushel e o dezembro/16 a US$ 3,90 por bushel.

Depois das altas registradas recentemente, o mercado passa uma correção técnica, conforme destacam os analistas internacionais. Somente na última semana, as cotações do cereal subiram mais de 4%, já no balanço mensal, a valorização ficou em 2,5%. E, de acordo com dados reportados pela Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) na última sexta-feira, na semana até o dia 26 de abril, a posição líquida dos gestores, que estava negativa na semana anterior, foi positiva para 79.781 contratos.

E as cotações têm encontrado suporte nas informações sobre a safrinha brasileira, conforme ponderam os especialistas. Durante o mês de abril, as lavouras do cereal, nas principais regiões produtoras no Brasil, sofreram com a ausência de chuvas e das altas temperaturas. Com isso, há muitas projeções e expectativas em relação às perdas na safra, que poderia chegar até a 10 milhões de toneladas, segundo projeção da Bunge.

Na semana anterior, as chuvas até retornaram em algumas regiões, porém, em muitas localidades as perdas já estavam consolidadas. Já nesse final de semana, algumas cidades do Paraná registraram a ocorrência de geadas. Em São João, os termômetros marcaram -2ºC e o evento climático atingiu as lavouras do cereal. Os prejuízos e perdas ainda serão contabilizados nos próximos dias.

Além disso, diante da escassez de milho no mercado brasileiro, o Governo do Brasil isentou a tarifa de importação de 1 milhão de toneladas do cereal fora do Mercosul. Inclusive, na semana anterior, já havia rumores de que uma carga de milho dos EUA foi vendida aos brasileiros.

Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou que os embarques semanais de milho somaram 1.158,757 milhão de toneladas, na semana encerrada no dia 28 de abril. O volume ficou dentro das projeções dos participantes do mercado, que estavam entre 1 milhão a 1,2 milhão de toneladas.

Paralelamente, os investidores ainda aguardam os números do boletim de acompanhamento de safras do órgão, com a atualização da safra americana. "Apesar dos trabalhos nos campos mais lentos no final de semana devido às chuvas, o USDA pode mostrar o progresso do cultivo do grão em 49%. Um número acima do registrado na média dos últimos cinco anos", disse Bryce Knorr, analista e editor do portal Farm Futures.

BM&F Bovespa

Enquanto isso, na BM&F Bovespa, as cotações futuras do milho operam em campo misto no pregão desta segunda-feira (2). Perto das 12h06 (horário de Brasília), apenas o vencimento maio/16 exibia ligeira queda de 0,16%, cotado a R$ 49,72 a saca. As posições mais longas registravam valorizações entre 0,27% e 0,48%. O setembro/16, referência para a safrinha brasileira, era negociado a R$ 41,02 a saca.

Além das incertezas em relação à safrinha brasileira, o mercado também acompanha a movimentação do dólar. Por volta das 12 horas (horário de Brasília), a moeda norte-americana era cotada a R$ 3,5084, com alta de 1,98%. A movimentação positiva é decorrente da medida do governo em subir para 1,1% o IOF para compra de moedas estrangeiras em espécie e com o Banco Central atuando de maneira mais intensa no mercado. O cenário político brasileiro permanece em foco.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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