Milho: Mercado dá continuidade ao movimento positivo e exibe ligeiros ganhos nesta 6ª feira em Chicago
Na Bolsa de Chicago (CBOT), as cotações futuras do milho trabalham em campo positivo na manhã desta sexta-feira (29). As principais posições do cereal exibiam ganhos entre 0,75 e 3,00 pontos, por volta das 7h50 (horário de Brasília). O vencimento maio/16 era cotado a US$ 3,90 por bushel e o dezembro/16 negociado a US$ 3,95 por bushel.
O mercado tenta consolidar o 2º dia consecutivo de valorização. Ainda ontem, as cotações da commodity finalizaram a sessão com ganhos entre 4,00 e 6,50 pontos, impulsionadas pelos bons números das vendas para exportação, divulgadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados).
O volume surpreendeu os participantes do mercado, já que, na semana encerrada no dia 21 de abril as vendas de milho ficaram em 2.600,6 milhões de toneladas. No total, em torno de 2.160,6 milhões de toneladas da safra atual e o restante, cerca de 440 mil toneladas da nova temporada.
Na visão dos analistas, o aumento na demanda pelo produto norte-americano reflete a falta de oferta no Brasil. Diante desse quadro, o governo brasileiro isentou a taxa de importação para 1 milhão de toneladas do cereal fora do Mercosul. "Isso para compensar a escassez do grão no curto prazo. E relata-se no mercado de que uma carga de milho norte-americano já foi vendido ao país, pela primeira vez em duas décadas", informou o site internacional Agrimoney.
Além dessa situação, a safrinha brasileira também permanece no radar dos investidores. Isso porque depois do clima seco, os especialistas já reportam estimativas de perdas para a produção. Conforme dados reportados pelo Bunge, nesta quinta-feira (28), a quebra na safra deve ficar entre 5 milhões a 10 milhões de toneladas.
Confira como fechou o mercado nesta quinta-feira:
Milho: Fortes vendas semanais dão sustentação e preços registram novas altas na CBOT
O pregão desta quinta-feira (28) foi positivo aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Após as perdas registradas no dia anterior, as cotações da commodity voltaram a subir e encerraram o dia com valorizações entre 4,00 e 6,50 pontos. O vencimento maio/16 era cotado a US$ 3,87 por bushel, enquanto o dezembro/16 fechou o dia negociado a US$ 3,94 por bushel.
De acordo com o site internacional Agrimoney, os bons números das vendas para exportação impulsionaram as cotações do cereal nesta quinta-feira. O relatório divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) surpreendeu o mercado ao indicar as vendas em 2.600,6 milhões de toneladas do grão na semana encerrada no dia 21 de abril. No total, em torno de 2.160,6 milhões de toneladas da safra atual e o restante, cerca de 440 mil toneladas da nova temporada.
O volume foi superior ao reportado na semana anterior, de 1,32 milhão de toneladas do cereal. O número também ficou acima das projeções dos participantes do mercado, que giravam entre 1,2 milhão a 1,7 milhão de toneladas. Da safra atual, o Japão foi o principal comprador do produto norte-americano, já da safra nova, destinos revelados compraram a maior parte do volume indicado.
Essa é a maior venda semanal para 4 anos e os compromissos totais para a temporada 2015/16 já estão em 88% do total previsto pelo USDA, conforme informou as agências internacionais. "As vendas de milho foram muito superiores às expectativas do mercado e estão realmente fortes agora", disse Joe Lardy, pelo CHS Hedging, em entrevista ao Agrimoney.
O portal ainda destaca que, um fator determinante nas exportações de milho dos Estados Unidos pode ser a oferta apertada no Brasil. A valorização do dólar registrada no ano passado e início de 2016, incentivou as exportações brasileiras, esgotando os estoques do grão. E recentemente, o Governo isentou a taxa de importação de 1 milhão de toneladas do grão fora do Mercosul. E essa semana, foi reportado no Diário Oficial, que cada empresa terá uma cota inicial de 100 mil toneladas de milho.
"Isso para compensar a escassez do grão no curto prazo. E relata-se no mercado de que uma carga de milho norte-americano já foi vendido ao país, pela primeira vez em duas décadas", destacou o Agrimoney.
Além disso, o clima nas principais regiões produtoras de milho no país permanece no radar dos investidores. Isso porque, apesar do retorno das chuvas, ainda será preciso avaliar qual o impacto das precipitações nas plantações. Até esse momento, a única certeza é a de que há perdas consolidadas na safrinha.
Em Palmeiras de Goiás (GO), as chuvas ainda não voltaram e as previsões para os próximos dias indicam baixos volumes, entre 1 mm a 3 mm. Como consequência desse cenário, o produtor rural do município, Murilo Pereira de Oliveira, estima perdas de 70% na safrinha deste ano.
A produtividade média das lavouras deverá ficar abaixo de 50 sacas do grão por hectare e alguns agricultores nem irão colher o cereal. “Estamos há mais de 30 dias sem chuvas e o milho está em fase de pendoamento. Então temos essa perspectiva de quebra na safra, contra uma média de 100 sacas por hectare registrada nas últimas temporadas”, completa o agricultor.
Ainda hoje, o Deral (Departamento de Economia Rural) do estado do Paraná cortou em 240 mil toneladas a projeção para a safrinha de milho. Com isso, os produtores paranaenses deverão colher uma produção ao redor de 12,4 milhões de toneladas. Já Bunge, disse que a safra brasileira poderá cair entre 5 a 10 milhões de toneladas devido ao tempo seco.
Enquanto isso, nos Estados Unidos, os produtores dão continuidade ao plantio da safra nova. Até o último domingo, cerca de 30% da área já havia sido cultivada, de acordo com dados do USDA.
Mercado brasileiro
As especulações de clima no Brasil ainda fornecem suporte aos preços do milho praticados na BM&F Bovespa e compensaram a queda registrada no dólar nesta quinta-feira (28). As principais posições da commodity registraram valorização de mais de 1%, superando os 4% nos vencimentos mais longos. Todos os contratos estão acima dos R$ 40,00 a saca. O maio/16 era cotado a R$ 49,68 a saca, enquanto o setembro/16, referência para a safrinha era negociado a R$ 40,84 a saca.
Por sua vez, a moeda norte-americana fechou o dia a R$ 3,4976, com queda de 0,76%, voltando a ficar abaixo de R$ 3,50 pela primeira vez em duas semanas. A perda está em linha com o mercado externo e depois do Banco Central brasileiro mais uma vez não atuar no mercado, informou a agência Reuters.
No Porto de Paranaguá, a saca do cereal para entrega em setembro/16 permaneceu estável em R$ 35,00. Em Avaré (SP), a alta foi de 2,23%, com a saca a R$ 44,94, no Paraná, as praças de Ubiratã, Londrina e Cascavel registraram ganho de 1,28%, com a saca a R$ 39,50. Na região de Panambi (RS), o ganho ficou em 1,16%, com a saca a R$ 42,00.
Na contramão desse cenário, o preço recuou 2,04% em Ponta Grossa (PR) e a saca fechou a quinta-feira a R$ 48,00. Em Assis (SP), a perda foi maior, de 4,54%, com a saca a R$ 41,03. Nas demais praças pesquisadas pela equipe do Notícias Agrícolas o dia foi de estabilidade.
O analista de mercado da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, ainda acredita que os preços tendem a se manter em alta ao longo de 2016 e início de 2017. "Temos uma quebra expressiva na safrinha devido ao clima irregular. E muitos contratos foram fechados para a exportação. Acreditamos que irá faltar milho no mercado interno no segundo semestre. Com isso, os preços continuarão elevados ao longo de 2016 e 2017 e só não estão mais altos por conta da influencia do dólar", explica.
Comparando os valores de fechamento do dólar e de Chicago da última terça-feira (26), o analista reforça que um granjeiro de Santa Catarina que tiver que importar o grão da Argentina irá receber o grão com valores entre R$ 53,00 a R$ 57,00 a saca ao longo de 2016. Paralelamente, o agricultor do Oeste do Paraná, que quiser exportar o cereal, terá cotações próximas de R$ 30,00 a saca, piso de exportação.
"Então, acredito que teremos um piso mínimo para os preços em R$ 30,00 a saca no Centro-Sul do país, em função da exportação. E um teto máximo de R$ 55,00 a saca devido à importação. E dada à escassez do grão no mercado interno, o comportamento do mercado pode ficar mais perto do custo de trazer o importado, do que o custo de levar o cereal para fora do Brasil", alerta Galvão.