Milho: Em Chicago, preços revertem perdas e voltam a trabalhar com forte alta no pregão desta 2ª feira

Publicado em 25/04/2016 13:03

Ao longo das negociações desta segunda-feira (25), os futuros do milho voltaram a trabalhar em campo positivo na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições do cereal exibiam ganhos entre 8,25 e 9,75 pontos, por volta das 12h20 (horário de Brasília). O vencimento maio/16 era cotado a US$ 3,81 por bushel e o dezembro/16 era negociado a US$ 3,89 por bushel.

De acordo com informações do site internacional Farm Futures, os preços do cereal encontram suporte no clima no Brasil e nas exportações. "O tempo quente e seco continua a ser uma preocupação para grande parte da safrinha brasileira, embora as chuvas irão ajudar o crescimento das plantas em algumas localidades", disse Bryce Knorr, analista e editor do portal.

Ainda hoje, o agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antônio dos Santos, reportou que uma nova frente fria está sobre o Rio Grande do Sul e deverá avançar sobre os demais estados da região Sul, rompendo o bloqueio atmosférico, que estava mantendo o tempo quente e seco. "Com o avanço desse sistema meteorológico pelo interior do Brasil ao longo dessa semana, são previstas chuvas em, praticamente, todas as regiões do País. Além das chuvas tão esperadas, uma massa de ar polar de forte intensidade também estará avançando, levando ao declínio acentuado das temperaturas", afirma.

Nos estados do Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás, o retorno das chuvas, mesmo que de forma pontual e em volumes não tão altos, deverá contribuir para as lavouras do cereal. "Ainda assim, perdas irreversíveis estão sendo contabilizadas em todas as regiões produtoras. Portanto, mesmo com essa volta das chuvas, a produção nacional de milho será bastante afetada", explica o agrometeorologista.

Esse é o caso da safra de milho em Ipiranga do Norte (MT). Muitas lavouras não recebem chuvas há mais de 15 dias, conforme destaca o produtor rural do município, Gilberto Peruzi. "E mesmo que haja o retorno das chuvas, nós já temos perdas consolidadas, apesar de não contabilizadas ainda. Por outro lado, também tivemos um severo ataque de percevejo e ácaro nas plantações devido ao clima seco", destaca o agricultor.

Paralelamente, os embarques semanais de milho somaram 1.136,995 milhão de toneladas na semana encerrada no dia 21 de abril, conforme informou o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O volume ficou dentro das expectativas do mercado, que estavam entre 1 milhão a 1,150 milhão de toneladas do cereal.

Em relação à safra norte-americana, os investidores acreditam que o órgão irá apontar o plantio completo em 25% da área esperada para essa temporada. O departamento divulga no final da tarde hoje seu novo boletim de acompanhamento de safras. Na semana anterior, o índice estava em 13%.

BM&F Bovespa

O clima no Brasil ainda dá sustentação às cotações do milho negociadas na BM&F Bovespa. Na sessão desta segunda-feira (25), as cotações retomaram os ganhos e, por volta das 12h41 (horário de Brasília) registravam altas entre 0,78% e 3,53%. O vencimento maio/16 permanece próximo dos R$ 50,00, cotado a R$ 49,09 a saca. Já o setembro/16, referência para a safrinha, era negociado a R$ 40,27 a saca, com alta de 2,21%.

As cotações sobem apesar da queda registrada no câmbio nesse início de semana. Perto das 12h50 (horário de Brasília), a moeda norte-americana era cotada a R$ 3,5536 na venda, com perda de 0,47%. Segundo dados do site G1, os investidores ainda aguardam os nomes da equipe econômica do provável de Michel Temer e depois do Banco Central não anunciar para esse pregão qualquer atuação no mercado.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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