Milho: Diante da preocupação com a safrinha, preços têm nova alta na BM&F nesta 4ª feira

Publicado em 20/04/2016 13:32

Nesta quarta-feira (20), as cotações futuras do milho operam em campo positivo. Perto das 12h34 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam valorizações entre 0,82% e 1,90%. O vencimento maio/16 era cotado a R$ 49,00 a saca, enquanto que o setembro/16, referência para a safrinha brasileira, era negociado a R$ 40,14 a saca.

Os analistas ponderam que, nesse momento, o foco dos participantes do mercado está relacionado com as preocupações sobre o clima no Brasil. As principais regiões produtoras de milho safrinha sofrem com a ausência de chuvas, que em algumas localidades supera os 40 dias e, das altas temperaturas. Em muitos estados, os produtores já contabilizam perdas, que aumenta a cada dia sem chuva.

Esse é o caso de Goiás, onde as perdas podem ficar bem acima dos 20% projetados inicialmente pela Faeg (Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás). Segundo o assessor técnico da entidade, Cristiano Palavro, a perspectiva inicial era de uma safrinha próxima de 8 milhões de toneladas, porém, o potencial produtivo das plantas já foi afetado e a cada dia que passa sem chuva a situação se agrava.

Outro estado importante na produção do grão, o Paraná, tem um quadro semelhante. A região Norte é a mais afetada, mas há perdas consolidadas em todo o estado, de acordo com o presidente da Aprosoja Paraná, José Eduardo Sismeiro. "As lavouras cultivadas tardiamente são as mais afetadas pelo clima adverso e as perdas podem superar os 15% nesta temporada", explica a liderança.

Paralelamente, o dólar opera em alta no pregão desta quarta-feira. Perto das 13h09 (horário de Brasília), a moeda norte-americana era cotada a R$ 3,5484 na venda, com ganho de 0,57%. Segundo dados do site G1, o câmbio acompanha o cenário externo um pouco mais desfavorável diante da nova queda nos preços do petróleo e reagindo à volta do Banco Central no mercado.

Bolsa de Chicago

As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) estenderam os ganhos ao longo da sessão desta quarta-feira (20). As principais posições do cereal registravam altas entre 1,50 e 4,50 pontos, por volta das 13h14 (horário de Brasília). O contrato maio/16 era cotado a US$ 3,88 por bushel e o dezembro/16 a US$ 3,98 por bushel.

De acordo com dados reportados pelo site Farm Futures, os fundos retornaram à ponta compradora do mercado, com a cobertura de posições vendidas. Por outro lado, há preocupações com a safra do Brasil devido ao clima bastante seco e com as altas temperaturas. "As chuvas na Argentina também estão aumentando os temores de danos à cultura lá", disse Bryce Knorr, editor e analista Farm Futures.

Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou a venda de 136 mil toneladas de milho para destinos desconhecidos. O volume negociado deverá ser entregue na temporada 2015/16. Essa é a segunda operação reportada essa semana, já que nesta terça-feira (19), o órgão divulgou a venda de 241,516 mil toneladas para destinos não revelados. Do total, foram 65,766 mil toneladas da safra 2015/16 e mais 175,750 mil da safra 2016/17.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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