Milho: Após ganhos recentes, mercado exibe leves quedas na manhã desta 2ª feira em Chicago

Publicado em 11/04/2016 08:13

Após os ganhos recentes, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) voltaram a trabalhar em campo negativo na manhã desta segunda-feira (11). As principais posições do cereal exibiam leves perdas entre 1,50 e 2,00 pontos, por volta das 7h22 (horário de Brasília). O vencimento maio/16 era cotado a US$ 3,60 por bushel.

Na semana anterior, as cotações da commodity encontraram suporte nas altas registradas nos preços do petróleo e também na desvalorização do dólar no cenário internacional. Paralelamente, os bons números das vendas para exportação também contribuíram para a movimentação positiva, conforme ressaltam os analistas. Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reporta novo boletim de embarques semanais, importante fator de demanda e que pode influenciar a direção dos negócios.

Por outro lado, com o início da safra norte-americana, os investidores também acompanham o comportamento do clima no país. Para essa nova temporada, a perspectiva é que os produtores aumentem a área destinada ao cultivo do cereal.

Confira como fechou o mercado na última sexta-feira:

Milho: No mercado interno, preços registram mais uma semana de alta e valorizações de até 6,67%

Nesta sexta-feira (8), o preço da saca do milho para entrega setembro/16 permaneceu estável em R$ 34,00 no Porto de Paranaguá. Porém, ao longo da semana, as cotações subiram nas principais praças pesquisadas pelo economista do Notícias Agrícolas, André Bitencourt Lopes. Somente no porto a valorização ficou acima de 6%. Em Sorriso (MT), o ganho ficou em 6,67%, com a saca do cereal a R$ 32,00.

Em Panambi (RS), a valorização foi de 2,62% e a saca do cereal fechou a semana a R$ 40,02. Já em Não-me-toque (RS), a saca era cotada a R$ 40,00, com ganho de 2,56%. Em Londrina, Ubiratã e Cascavel, ambas praças paranaenses, a alta semanal ficou em 1,39% e a saca cotada a R$ 36,50. No Oeste da Bahia, a saca subiu 1,20%, cotada a R$ 42,00.

De acordo com os analistas, o quadro de oferta restrita em grande parte do país frente aos estoques ajustados ainda continua a dar suporte aos preços, que seguem firmes. Paralelamente, outro fator que começa a ganhar força no mercado é o clima quente e seco que está sendo registrado em grande parte do país. "Esse cenário já está provocando perdas pontuais de produtividade em algumas lavouras de milho e algodão de 2ª safra", ressalta o agrometeorologista da Somar Meteorologia, Marco Antônio dos Santos.

"Algumas regiões estão sem chuvas há mais de 10 dias e se não tivermos chuvas a safrinha poderá ser seriamente comprometida. E temos produtores rurais de Mato Grosso que já venderam mais de 80% da sua produção. Nesse instante, precisamos aguardar e acompanhar o comportamento climático para saber se teremos ou não uma quebra na segunda safra", destaca o analista de mercado da FocoMT Agentes Autônomos, Marcos Hildenbrandt.

E, por enquanto, as previsões climáticas indicam a continuidade do tempo seco até o próximo dia 20 de abril. "A partir daí as chuvas começarão a retornar, ainda muito irregulares, às regiões produtoras do Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais", informou o agrometeorologista em seu último boletim.

Ainda assim, é consenso entre os analistas de que, a consolidação da safrinha e a entrada de produto no mercado possam pressionar os preços. "Ainda deveremos ter valores considerados bastante satisfatórios pelos produtores", informou o Rabobank. Inclusive, o banco espera que a moeda brasileira permaneça fraca, o que pode contribuir para os ganhos dos agricultores.

BM&F Bovespa

Mesmo com a queda registrada no dólar, as cotações do cereal negociadas na BM&F Bovespa encerraram a sexta-feira (8) em campo positivo. As principais posições do milho exibiram valorizações entre 0,52% e 1,16% e consolidaram o 2º dia consecutivo em alta. O vencimento maio/16 era cotado a R$ 46,55 a saca, enquanto o setembro/16, referência para a safrinha, a R$ 36,80 a saca.

A moeda norte-americana fechou o dia cotada a R$ 3,5965 na venda, com queda de 2,63%. Segundo dados da agência Reuters, o mercado reagiu às novas apostas no impeachment da presidente da Dilma Rousseff e a recuperação dos mercados externos após um dia de forte aversão a risco.

Bolsa de Chicago

Pelo 5º pregão consecutivo, as cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) exibiram ganhos. As principais posições da commodity apresentaram altas entre 0,75 e 1,00 pontos na sessão desta sexta-feira (8). Já no acumulado da semana, os preços do cereal acumularam valorizações entre 1,42% e 2,33%, conforme levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas.

Mais uma vez, a forte alta observada nos preços do petróleo e queda do dólar no cenário internacional contribuíram para dar suporte ao mercado. No caso do petróleo, o ganho acaba melhorando a competitividade do setor de etanol nos EUA, no qual, o biocombustível é produzido a partir do cereal.

Ainda hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou a venda de 120 mil toneladas do grão para destinos desconhecidos. No dia anterior, o órgão já havia divulgado a venda de 145 mil toneladas do cereal para o Japão. Ao longo da semana, os bons números das vendas para exportação também ajudaram a dar sustentação ao mercado.

Na semana encerrada no dia 31 de março, as vendas de milho ficaram em 1.120,3 milhão de toneladas. Do total, 945,2 mil toneladas foram da safra 2015/16 e o restante, de 175,1 mil toneladas, da temporada 2016/17. No acumulado do ciclo, as vendas norte-americanas do grão totalizam 31.823,7 milhões de toneladas, 14% a menos do que o registrado no mesmo período do ano anterior.

Contudo, nesse instante, os analistas reforçam que o foco dos participantes do mercado passa a ser o comportamento do clima nos EUA, uma vez que os trabalhos nos campos devem começar a ganhar ritmo em breve. "O tempo frio durante grande parte do Centro-Oeste do país neste final de semana deve limitar o progresso da semeadura", disse Bob Burgdorfer, editor e analista do site Farm Futures.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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