Milho: Altas no interior do Brasil seguem motivadas pela ajustada oferta disponível

Publicado em 28/03/2016 18:08

A segunda-feira (28) trouxe mais um dia de preços altos para o milho no Brasil. A oferta ainda muito ajustada e uma demanda interna que segue bastante aquecida e presente no mercado nacional, resultou em ganhos de até 30,43% em Sorriso/MT, por exemplo, onde o último valor foi de R$ 30,00 por saca. Em Jataí, Goiás, ganho de 9,38% para R$ 35,00 e em Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul, o valor do cereal subiu 1,33%m para R$ 38,00. Nas praças onde não houve valorização, os preços se mantiveram, e ainda sustentando patamares elevados. 

"Aqui no sul de Mato Grosso, praticamente não tem mais milho, os consumidores locais estão se abastecendo com milho conab", explica o analista de mercado da FocoMT Agentes Autônomos, Marcos Hildebrandt. Na região, os preços chegaram a bater em R$ 37,00 por saca. 

Da safra de verão, que deverá ser colhida no final de abril, a oferta também vem ajustada, principalmente porque boa parte dela, ainda segundo o analista, já foi antecipamente negociada. Assim, se intensificam os rumores de que as necessidades de importação são cada vez maiores com produtor do Paraguai e da Argentina, e devem, portanto, se confirmar.

Os negócios a futuro, neste momento, também estão mais limitados, com muitos compradores fora do mercado neste momento, ainda como explica Hildebrandt. "Foram fechados muitos negócios entre R$ 21,00 e R$ 24,00, mas agora, muitas tradings estão fora do mercado", relata. 

Já na BM&F, apesar dos fundamentos positivos, o mercado foi pressionado, no início desta semana, pela queda forte do dólar nesta segunda-feira. Os vencimentos mais negociados no mercado futuro brasileiro perderam de 0,15% a 1,27% nesta sessão, com o contrato maio/16 encerrando em US$ 45,92 por saca e o o setembro/16 a R$ 36,45. 

A moeda norte-americana fechou com baixa de 1,51% e valendo R$ 3,6257 com a cena política, mais uma vez, no centro das atenções. Os investidores acreditam que, nesta terça-feira (29), o PMDB deva anunciar sua saída do governo e dar ainda mais combustível para o fim do governo da presidente Dilma Rousseff. "É a reta final. O mercado enxerga a saída do PMDB como o começo do fim do governo Dilma", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado à agência de notícias Reuters.

Mercado Internacional

Na Bolsa de Chicago, os futuros do milho fecharam o pregão desta segunda-feira em alta, subindo entre 0,25 e 0,75 ponto nas posições mais negociadas. O maio/16 terminou o pregão com US$ 3,70 por bushel e o setembro/16 com US$ 3,79. 

Segundo explicam analistas internacionais, a pouca movimentação do início desta semana se dá, entre outros fatores, pela espera dos traders pelo novo boletim de estoques trimestrais que será reportado, no próximo dia 31, pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). 

Entretanto, não só a perspectiva para os números dos estoques norte-americanos em 1º de março - esperados em algo próximo a 200 milhões de toneladas, segundo projeções do portal internacional Farm Futures, mas as expectativas para um aumento de área cultivada com o cereal nos EUA também limita o potencial de alta das cotações. 

O departamento norte-americano, também no dia 31, atualiza seus números esperados para a área de plantio da safra 2016/17 e o boletim, assim como o dos estoques, também é aguardado pelos traders e traz essa falta de direção para os futuros do milho negociados na CBOT.

Nesta segunda-feira também, o mercado internacional de milho contou ainda com os números dos embarques semanais norte-americanos reportados pelo departamento de agricultura que ficaram acima do esperado pelos traders como fator de suporte.

Os embarques semanais de milho foram de 977,686 mil toneladas, enquanto os traders esperavam algo entre 750 mil e 950 mil toneladas. Na semana anterior, o volume embarcado foi de 1.014,034 milhão de toneladas. Assim, no acumulado da temporada, os EUA já embarcaram 18.546,814 milhões de toneladas, bem abaixo das 22.269,106 milhões da semana anterior.  

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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