Milho: Apesar do dólar em queda, preços seguem batendo recordes no interior do Brasil

Publicado em 28/03/2016 13:18

Os futuros do milho negociados na BM&F nesta segunda-feira (28) acompanham a movimentação do dólar e recuam na tarde de hoje. Por volta de 12h40 (horário de Brasília), as cotações recuavam mais de 1%, porém, ainda assim, mostravam valores elevados. O vencimento maio/16 era negociado a R$ 45,32, enqnato o julho/16 valia R$ 39,00 e o setembro/16, R$ 36,35 por saca. 

Ao mesmo tempo e, mais uma vez motivado pela cena política e pelas perspectivas que ela traz, a moeda norte-americana caía de forma significativa perdendo quase 1%, cotada a R$ 3,645. Ao longo dos negócios, porém, as perdas já foram ainda mais severas. Os investidores acreditam que, nesta terça-feira (29), o PMDB deva anunciar sua saída do governo e dar ainda mais combustível para o fim do governo da presidente Dilma Rousseff. 

"É a reta final. O mercado enxerga a saída do PMDB como o começo do fim do governo Dilma", disse o operador da corretora Spinelli José Carlos Amado à agência de notícias Reuters.

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>> Dólar cai quase 1% e volta abaixo de R$ 3,65 antes de reunião do PMDB

Enquanto as decisões não são anunciadas, no interior do país, os preços do cereal seguem batendo recordes diante da falta de oferta e de uma necessidade interna crescente. "Aqui no sul de Mato Grosso, praticamente não tem mais milho, os consumidores locais estão se abastecendo com milho conab", explica o analista de mercado da FocoMT Agentes Autônomos, Marcos Hildebrandt. Na região, os preços chegaram a bater em R$ 37,00 por saca. 

Da safra de verão, que deverá ser colhida no final de abril, a oferta também vem ajustada, principalmente porque boa parte dela, ainda segundo o analista, já foi antecipamente negociada. Assim, se intensificam os rumores de que as necessidades de importação são cada vez maiores com produtor do Paraguai e da Argentina, e devem, portanto, se confirmar.

Os negócios a futuro, neste momento, também estão mais limitados, com muitos compradores fora do mercado neste momento, ainda como explica Hildebrandt. "Foram fechados muitos negócios entre R$ 21,00 e R$ 24,00, mas agora, muitas tradings estão fora do mercado", relata. 

Bolsa de Chicago

No mercado internacional, após o feriado da Páscoa, os preços do milho começaram a semana buscando garantir seu equilíbrio operando com estabilidade na sessão desta segunda-feira. Os futuros do cereal registravam, por volta de 12h50 (horário de Brasília), pequenos ganhos de 0,50 a 0,75 ponto nas posições mais negociadas, com o março/17 cotado a US$ 3,96 por bushel. Já o primeiro contrato - maio/16 - ainda era negociado a US$ 3,70. 

Segundo explicam analistas internacionais, a pouca movimentação do início desta semana se dá, entre outros fatores, pela espera dos traders pelo novo boletim de estoques trimestrais que será reportado, no próximo dia 31, pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). 

Entretanto, não só a perspectiva para os números dos estoques norte-americanos em 1º de março - esperados em algo próximo a 200 milhões de toneladas, segundo projeções do portal internacional Farm Futures, mas as expectativas para um aumento de área cultivada com o cereal nos EUA também limita o potencial de alta das cotações. 

O departamento norte-americano, também no dia 31, atualiza seus números esperados para a área de plantio da safra 2016/17 e o boletim, assim como o dos estoques, também é aguardado pelos traders e traz essa falta de direção para os futuros do milho negociados na CBOT.

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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