Milho: Apesar de indicadores ainda fortes no mercado interno, negócios mantém ritmo lento no Brasil

Publicado em 16/03/2016 18:08

Os preços do milho continuam ganhando destaque no mercado interno brasileiro. Ao contrário da soja, porém, os negócios seguem travados dada a retração vendedora e a ajustada atual relação de oferta e demanda do país, como explica o consultor da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze. 

Os poucos negócios que saíram, pontualmente, em praças do Paraná e do Rio Grande do Sul, registraram valores oscilando entre R$ 43,00 e R$ 44,50 por saca, com a indústria ainda muito ávida pelo grão como, principalmente, matéria-prima para a produção de ração. Ainda de acordo como consultor, afinal, as regiões onde o abastecimento está mais comprometido são Sudeste e Sul. 

"O mercado interno mantém indicadores muito fortes. Entre o Sul e o Sudeste do Brasil há cerca de 12 a 13 milhões de toneladas nos campos ainda para serem colhidas, mas com melhores condições de clima, os produtores acabam dando preferência à soja e a chegada da oferta de verão continua atrasada", explica Brandalizze. "Não há um problema sério de abastecimento, mas sim uma má distribuição desse milho", completa o consultor.

E embora no Centro-Oeste brasileiro a situação seja mais amena, por conta dos recentes leilões realizados pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), por lá, o quadro é semelhante. A demanda interna, afinal, é forte de forma generalizada e os estoques nacionais são extremamente apertados.

Assim, e ao lado de um dólar ainda acima dos R$ 3,70, os futuros do cereal fecharam com mais uma sessão de altas na BM&F. Enquanto o contrato maio/16 foi a R$ 45,41 por saca, subindo 1,25%, o vencimento março/17 ganhou 2,31% para fechar com R$ 36,56. 

Já no porto de Paranaguá, estabilidade nos R$ 35,00 por saca para o produto a ser embarcado em setembro. E nesse caso, os preços ainda sentem uma desaceleração dos embarques "curtos", como explica Vlamir Brandalizze, já que o milho vem dando espaço para a soja e o ritmo deve ser retomado, somente, com a chegada da safrinha. 

Bolsa de Chicago

Em Chicago, os preços trabalharam o dia todo com estabilidade e assim fecharam os negócios desta quarta-feira. As posições mais negociadas terminaram o pregão recuanod entre 0,25 e 0,75 ponto, com o contrato setembro/16 valendo US$ 3,78 e o dezembro/16 cotado a US$ 3,86 por bushel. 

"O mercado em Chicago segue buscando formar uma linha entre US$ 3,80 e US$ 4,00 por bushel", explica Vlamir Brandalizze. "Porém, tudo ainda vai depender de como as coisas vão correr na nova safra dos Estados Unidos e também do quadro de exportações norte-americano", completa. 

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Por: Carla Mendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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