Futuros do milho caminham de lado na Bolsa de Chicago com mercado ainda carente de novidades
Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago acompanham as demais commodities no mercado internacional e também opera em campo negativo nesta manhã de quinta-feira (10). As cotações do cereal, por volta das 8h25 (horário de Brasília), exibiam baixas de pouco mais de 1 ponto nas posições mais negociadas na Bolsa de Chicago. Assim, o contrato mais negociado no momento, o maio/16, era cotado a US$ 3,68 por bushel.
O mercado internacional de grãos permanece caminhando de lado, pois segue carente de novidades entre os fundamentos e do interesse entre os especuladores, que, com a aversão ao risco elevada, evitam participar das commodities agrícolas neste momento. Assim como aconteceu com a soja, os números trazidos pelo novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) vieram inalterados em relação aos de fevereiro e não foram a "lenha na fogueira" que o mercad precisava.
O departamento traz, nesta quinta-feira, porém, um novo relatório semanal de vendas para exportação e, caso sejam dados fortes, o mercado poderia esboçar alguma reação. A mesma, no entanto, poderia ser pontual e momentânea.
Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:
Milho: Apesar da forte queda do dólar, preços encerram com boas altas na BM&F nesta 4ª
Os preços do milho negociados na BM&F voltaram a subir nesta quarta-feira (9) e, mais uma vez, parecem ter se descolado, principalmente nas posições mais próximas, de uma nova baixa registrada pelo dólar frente ao real. Os futuros do cereal subiram de 0,395 a 1,36% nas posições mais negociadas, com o vencimento maio/16 valendo R$ 43,71 por saca. A exceção ficou por conta do contrato setembro/16, que fechou o dia perdendo 0,66% para R$ 36,00.
Ao mesmo tempo, nesta quarta, a moeda norte-americana fechou a sessão com queda de 1,12% e cotada a R$ 3,6970 e, como explicou a Reuters, voltou ao patamar do último dia 20 de novembro. A queda ainda foi atribuída por um dia de ligeira maior aversão ao risco por parte dos investidores, além da continuidade de atuação do Banco Central, bem como os desdobramentos da cena política nacional.
A baixa oferta atual de milho, os vendedores retraídos e uma demanda ainda intensa pelo grão tem dado um suporte importante para os preços, principalmente, no mercado disponível. Além disso, a colheita da safra de verão se mostra ligeiramente atrasada, o que também compromete a oferta e acaba atuando como mais uma peça no quadro positivo para as cotações.
Reflexo disso são os preços no interior do Brasil que, nesta quarta-feira, novamente, encerraram o dia com estabilidade, porém, ainda em patamares importantes. Em Ponta Grossa/PR, a referência é de R$ 41,00 por saca, em Tanagará da Serra/MT, de R$ 32,00 e em Sorriso, também em Mato Grosso, o valor subiu 30% para fechar com R$ 26,00 por saca.
Por outro lado, a oferta da safrinha para negócios mais alongados já é pressionada, o que pode ser observado em um novo dia de baixa para os prçeos nos portos. Em Paranaguá, o grão com embarque previsto para setembro/16 perdeu 2,86% para R$ 34,00.
Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago, após o relatório neutro e sem novidades trazido pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os futuros do milho fecharam com estabilidade e perdendo entre 1 e 1,25 ponto nas posições mais negociadas. O contrato setembro/16 encerrou o dia valendo US$ 3,70 por bushel.
"Sem mudanças na produção da América do Sul e nem notícias negativas. Agora, temos de estar atentos aos números de área da nova safra dos Estados Unidos e nas condições de clima durante a primavera", afirmou Jason Roose, analista da U.S. Commodities em entrevista ao portal internacional Agriculture.com.
Os números do milho vieram, em sua totalidade, inalterados para a safra 2015/16 dos Estados Unidos. Os estoques finais do país, que tinham perspectivas de aumento entre os traders, foram mantidos em 46,66 milhões de toneladas. Ainda assim, ficaram dentro do esperado de 45,9 milhões a 49,2 milhões de toneladas. A utilização do cereal para a fabricação de etanol também registrou manutenção, ficando em 132,62 milhões de toneladas e as exportações em 41,91 milhões de toneladas. Nenhuma mudança do lado da demanda, portanto.
O USDA reduziu ainda suas estimativas para a safra mundial de milho de 970,08 milhões para 969,64 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais caíram para 206,97 milhões de toneladas, contra as 208,81 milhões reportadas em fevereiro.
A produção do Brasil foi mantida em 84 milhões de toneladas e as exportações em 28 milhões. Já os estoques finais do país foram revisados para baixo e ficaram em 6,52 milhões de toneladas, frente as 8,17 milhões do boletim anterior.