Milho: Após dois dias de alta, mercado inicia pregão desta 5ª feira próximo da estabilidade na CBOT
No início do pregão desta quinta-feira (18), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) exibem ligeiras perdas. Por volta das 7h54 (horário de Brasília), as principais posições da commodity registravam perdas de mais de 0,50 pontos. O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,66 por bushel, já o maio/16 era negociado a US$ 3,71 por bushel.
O mercado voltou a trabalhar com leves quedas após os ganhos registrados nas duas últimas sessões. Ainda ontem, os preços encontraram suporte no movimento de compra de posições vendidas por parte dos investidores. Além disso, o bom humor observado nos mercados financeiro e de energia também contribuiu para o cenário. O barril do petróleo voltou a esboçar uma reação e fechou o pregão anterior com alta ao redor de 7% na Bolsa de Nova York.
Contudo, o mercado permanece com o movimento técnico, uma vez que não há, nesse momento, informações fortes o suficiente para impulsionar as cotações. "O tempo na América do Sul pode trazer alguma ameaça para a produção do cereal e as chuvas poderiam retardar a colheita do grão na Argentina. Enquanto isso, no Brasil o tempo deve ser mais seco", disse o analista e editor do site Farm Futures, Bob Burgdorfer.
Os participantes do mercado também aguardam números da próxima safra norte-americana. Diante dos custos elevados de produção e dos patamares mais baixos praticados em Chicago, não há definição a respeito da área que será destinada ao cultivo do milho ou da soja no país.
Confira como fechou o mercado nesta quarta-feira:
Milho: Apesar da queda do câmbio, preço avança 2,33% em Rio Grande e saca é negociada a R$ 44,00
Mesmo com a queda do dólar, o preço da saca do milho subiu 2,33% nesta quarta-feira (17) e fechou o dia a R$ 44,00 no Porto de Rio Grande. Já em Paranaguá, não houve referência para a cotação do cereal hoje. Em São Gabriel do Oeste (MS), o valor registrou nova alta, de 1,32%, e encerrou o dia a R$ 38,50 a saca. Na contramão desse cenário, a cotação caiu 5% em Campo Novo do Parecis (MT) e a saca fechou o dia a R$ 28,50. Nas demais praças pesquisadas pela equipe do Notícias Agrícolas o dia foi de estabilidade.
Nesse instante, os analistas ponderam que, o foco dos participantes do mercado segue em relação ao avanço da colheita da safra de verão no Brasil e a chegada do produto no mercado doméstico. Além disso, as exportações brasileiras também continuam em pauta. Isso porque, no acumulado do mês, o número ainda é expressivo e supera os 2.952,4 milhões de toneladas em fevereiro, conforme dados oficiais da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Porém, os line-ups já indicam uma redução no número de navios nos portos brasileiros para o carregamento de milho para os próximos dias. Movimento normal para o período do ano, já que no 1º semestre a logística fica mais voltada ao escoamento da safra de soja.
Ainda hoje, a consultoria Céleres estimou a 1ª safra de milho em 28,8 milhões de toneladas, uma redução de 7% em relação à temporada passada. A área semeada também registrou uma queda de 5,5%, para 5,68 milhões de hectares. Já em relação às margens aos produtores rurais, a entidade projeta margens negativas aos agricultores que obtêm produtividade dentro da média e positiva aos que conseguem rendimentos acima da média. Cenário decorrente do aumento nos custos de produção.
Paralelamente, há os leilões de venda dos estoques públicos de milho da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). Nesta quarta-feira, a companhia anunciou mais duas operações para a próxima terça-feira (23), com volume ofertado de 150 mil toneladas. Na primeira operação serão disponibilizadas 53.934,798 mil toneladas e, na segunda o volume total será de 96.065,202 mil toneladas. Com o anúncio dos novos leilões, a quantidade negociada chega a 450 mil toneladas, das 500 mil toneladas estimadas inicialmente pela entidade.
BM&F Bovespa
Os futuros do milho negociados na BM&F Bovespa fecharam o pregão desta quarta-feira (17) do lado negativo da tabela. As principais posições do cereal exibiram perdas entre 0,31% e 0,64%. Apesar da queda, o vencimento março/16 manteve o patamar de R$ 42,00 a saca, já o contrato maio/16 era negociado a R$ 38,59 a saca.
As cotações foram pressionadas pela queda mais forte registrada no câmbio. A moeda norte-americana fechou a sessão a R$ 3,9940 na venda, com desvalorização de 1,88%. Essa foi a maior baixa do dólar desde 28 de dezembro, quando caiu 2,10%. Segundo dados da agência Reuters, o maior otimismo mundial frente à recuperação nos preços do petróleo em meio à perspectiva de um acordo para congelar a produção da commodity contribuíram para pressionar o câmbio.
Bolsa de Chicago
Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram a sessão desta quarta-feira (17) do lado positivo da tabela, pelo 2º dia consecutivo. As principais posições do cereal ampliaram os ganhos e fecharam o dia com altas entre 3,50 e 4,25 pontos. O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,67 por bushel, já o maio/16 retomou o nível de US$ 3,70 por bushel, negociado a US$ 3,71 por bushel.
As cotações do cereal foram impulsionadas pelo bom humor do mercado financeiro e também de energia. "Especialmente a recuperação nos preços do petróleo acabou influenciando a alta em Chicago", explica o analista de mercado da Novo Rumo Corretora, Mário Mariano. Por volta das 17h59 (horário de Brasília), o barril do petróleo era cotado a US$ 30,60 na Bolsa de Nova York, uma alta ao redor de 7%.
Contudo, é consenso entre os analistas que ainda faltam informações fortes o suficiente para provocar uma modificação nos atuais patamares praticados no mercado internacional. "O mercado, nesse momento, não caminha para direção nenhuma, ainda mais com a colheita no Brasil em pleno andamento e começando, daqui a pouco, na Argentina", explica o diretor de inteligência de mercado da corretora Cerealpar, Steve Cachia.
"Na Argentina, o clima tem sido muito próximo do ideal ultimamente para as lavouras de milho e soja da safra de verão", informou o site internacional Agrimoney. E no Brasil, o tempo seco em algumas regiões tem permitido o avanço da colheita da safra de verão, ainda conforme dados do portal.
Diante desse cenário, os investidores ainda aguardam uma definição da nova safra nos Estados Unidos ou uma mudança no sentimento do mercado financeiro. "Os fundos de investimento estão de lado agora esperando o momento certo para voltar a entrar nos negócios. Falta especulação no mercado", pondera o diretor.