Milho: Com valorização do dólar, preços sobem até 11,76% no mercado interno brasileiro nesta 3ª feira

Publicado em 16/02/2016 16:56

Nesta terça-feira (16), os preços do milho negociados no mercado interno registraram altas em algumas praças. Em São Gabriel do Oeste (MS), o preço saltou 11,76% e subiu de R$ 34,00 para R$ 38,00 a saca. Em Campo Novo do Parecis (MT), o ganho foi de 7,14% e a saca fechou o dia a R$ 30,00. Na região de Não-me-toque (RS), a alta ficou ao redor de 1,43%, com a saca do cereal a R$ 35,50. Apesar do ganho no mercado em Chicago e da valorização cambial, os preços permaneceram estáveis no Porto de Rio Grande em R$ 43,00 a saca. Nas demais praças pesquisadas pela equipe do Notícias Agrícolas o dia foi de estabilidade.

Os analistas reforçam que os negócios caminham lentamente no mercado nesse momento. Aos poucos os produtores têm conseguido evoluir com a safra de verão e os line-ups já indicam uma redução no ritmo dos embarques do cereal nos próximos dias. Contudo, a parcial está em 2.952,4 milhões de toneladas no mês de fevereiro, conforme dados oficiais da Secex (Secretaria de Comércio Exterior). A média diária ficou em 369 mil toneladas.

Além disso, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) realizou mais dois leilões de vendas dos estoques públicos de milho nesta terça-feira. No total foram negociadas 76.436,625 mil toneladas do grão, das 150 mil toneladas ofertadas, o equivalente a 50,96%. O preço máximo obtido nas operações ficou em R$ 35,10 a saca de 60 kg. Da primeira operação, cerca de 7 mil toneladas foram arrematadas, de um total ofertado de 61.656 mil toneladas. O lote mais disputado foi o de Tapurah do (MT) e o valor inicial subiu de R$ 23,40 a saca para R$ 29,10 a saca.

Já da segunda operação, foi negociado 77,78% do volume total ofertado, de 88.343 mil toneladas. Nesse leilão, o destaque ficou por conta do lote 8, de Sapezal também no estado de Mato Grosso que foi 100% negociado. Com a disputa os preços subiram de R$ 23,40 para R$ 26,40 a saca, um ganho de 12,82%.

Paralelamente, o plantio da segunda safra de milho também tem sido realizado em regiões onde há a colheita, principalmente da soja. "A colheita da soja está caminhando bem, não há atraso, especialmente no Oeste do Paraná e algumas localidades de Mato Grosso, os trabalhos estão mais adiantados do que os do ano passado. Com isso, a safrinha tem sido plantada no período ideal", destaca o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze.

Entretanto, ainda há especulações sobre a segunda safra de milho no país, uma vez que em algumas regiões, o atraso na soja acabou comprometendo a janela ideal de semeadura do cereal. Esse é o caso de Bom Jesus (PI), onde já uma perspectiva de redução na área semeada com o grão e também nos investimentos em tecnologia.

"Na área geral, apenas 10% será cultivada com milho. Após a colheita da soja, os agricultores devem investir em milheto, feijão ou até mesmo o sorgo. Além do estreitamento da janela ideal de semeadura do grão, os altos custos de produção pesaram na decisão dos produtores", afirma o presidente do sindicato dos trabalhadores rurais do município, Abel Pieta.

BM&F Bovespa

Mais uma vez, as cotações futuras do milho negociadas na BM&F Bovespa reduziram a força ao longo do pregão desta terça-feira (16) e encerraram o dia em campo misto, pelo 2º dia consecutivo. As primeiras posições exibiram ganhos entre 0,26% e 0,28%. O vencimento março/16 era cotado a R$ 42,25 a saca do grão. Já a posição setembro/16 recuou 0,47%, cotada a R$ 36,13 a saca.

Por outro lado, a moeda norte-americana encerrou o dia com forte alta, de mais de 1,86%, cotado a R$ 4,0705 na venda, maior patamar de fechamento desde 28 de janeiro, quando o câmbio tocou o nível de R$ 4,0800. De acordo com informações da agência Reuters, o dólar encontrou suporte na aversão ao risco nos mercados mundiais frente da queda nos preços do petróleo. No Brasil, as preocupações com a situação fiscal persistem.

Bolsa de Chicago

Após 8 pregões consecutivos de queda, as cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram a sessão desta terça-feira (16) do lado positivo da tabela. O movimento de alta foi mantido ao longo do dia e as principais posições da commodity exibiram ganhos entre 4,00 e 4,25 pontos. O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,63 por bushel, já o contrato maio/16 era negociado a US$ 3,67 por bushel. O mercado voltou a trabalhar hoje, depois do feriado desta segunda-feira (15) nos EUA em comemoração ao Dia do Presidente.

Segundo os dados das agências internacionais, as cotações encontraram suporte em uma conjunção de fatores. "Os rumores de atrasos nas entregas nos portos do Brasil, devido às chuvas, deram apoio aos preços", informou o site Farm Futures. Desde o início da manhã de hoje, as especulações deram suporte às cotações do cereal. A Reuters reportou que a fila de navios para carregar soja e milho nos portos brasileiros tem crescido para o dobro do número visto há um ano devido ao excesso de chuvas. A perspectiva é que, nesse momento, há cerca de 163 navios esperando para carregar ambos os grãos nos portos do país, com volume ao redor de 9,73 milhões de toneladas.

Outro fator que também contribuiu para o tom positivo nas negociações foi o boletim de embarques semanais, divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). No caso do milho, os embarques do cereal ficaram em 690,922 mil toneladas na semana encerrada no dia 11 de fevereiro. O volume ficou acima do registrado na semana anterior, de 459,289 mil toneladas.

Porém, a quantidade ficou dentro das expectativas dos participantes do mercado, entre 550 mil e 750 mil toneladas de milho. Com o volume, o acumulado no ano comercial chega a 13.113,375 milhões de toneladas, ainda assim, menor do que o total registrado no mesmo período da temporada anterior, de 16.396,217 milhões de toneladas. Ainda hoje, o departamento informou a venda de 190 mil toneladas de milho para a Colômbia. O volume deverá ser entregue na temporada 2015/16.

Os analistas ainda ponderam que, nesse instante, faltam informações fundamentais que possam modificar o cenário de preços no mercado internacional. Os investidores ainda aguardam a definição da nova safra nos Estados Unidos. Isso porque, diante dos atuais patamares praticados em Chicago, há incertezas sobre o tamanho da área que será destinada ao cultivo do milho e também da soja.

Confira como fecharam os preços nesta terça-feira:

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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