Milho: Diante da ausência de novidades, preços iniciam mais um pregão próximos da estabilidade na CBOT
Mais uma vez, as cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalham próximas da estabilidade. E na manhã desta quinta-feira (11), apenas os vencimentos maio/16 e dezembro/16 exibiam leve queda de 0,25 pontos. O contrato março/16 estava estável em US$ 3,60 por bushel. No dia anterior, as cotações do cereal finalizaram a sessão com ligeiras perdas, de 0,75 pontos.
De acordo com informações de sites internacionais, o enfraquecimento da demanda por etanol nos EUA acabou pressionando os preços. Ainda ontem, a AIE (Agência de Informação de Energia) reportou que os estoques de etanol no país ficaram em 23 milhões de barris na semana encerrada no dia 5 de fevereiro. O número representa uma aumento de 2,7% em relação ao último dado divulgado, de 22,4 milhões de barris.
O mercado continua registrando ligeiras movimentações, uma vez que não há novidades que possam modificar o cenário. "O milho é uma faixa estreita, como há uma falta de notícias fundamentais no mercado", disse Terry Reilly, analista sênior de commodities da Futures International. E o analista ainda pondera que, caso o contrato março/16 rompa a barreira de US$ 3,59 por bushel, o vencimento pode chegar a US$ 3,55 por bushel.
Diante desse quadro, os participantes do mercado ainda observam o desenrolar da safra na América do Sul, principalmente na Argentina. Nesta quarta-feira foram divulgadas informações de que as lavouras estariam sendo atacadas por gafanhotos, o pior ataque dos últimos 60 anos. Já nos EUA, a dúvida segue em relação à próxima temporada e qual será a área destinada ao cultivo do cereal. Além disso, hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga novo boletim de vendas para exportação, importante indicador de demanda.
Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:
Milho: No mercado interno brasileiro, preços permanecem sustentados e negócios estão travados
Após o feriado do Carnaval, as negociações foram retomadas no mercado doméstico brasileiro nesta quarta-feira (10). Porém, no Porto de Rio Grande, a saca do cereal fechou o dia a R$ 41,00 e em Paranaguá não houve referência. Enquanto isso, no mercado interno, as cotações permaneceram estáveis. As negociações seguem travadas e as cotações firmes, de acordo com o levantamento realizado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
Apesar do avanço da colheita do cereal, da primeira safra, o volume de grãos que chega ao mercado é pequeno e exerce pouca influência nos preços, conforme dados do centro. "Os preços do milho seguem em alta na maior parte das praças acompanhadas pelo Cepea. Compradores se interessam por negociar, mas a preços menores que os vigentes. Vendedores, no entanto, limitam suas ofertas acreditando que os preços podem aumentar ainda mais, mesmo com a colheita ganhando ritmo", informou em nota.
Ainda assim, a perspectiva é que com a chegada do produto da safra de verão acalme o mercado interno. Além disso, há os leilões de venda dos estoques públicos da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), mais duas operações serão realizadas na próxima terça-feira (16). O volume total ofertado deverá ser de 150 mil toneladas, segundo informações divulgadas pela entidade.
Com isso, os especialistas ponderam que o mercado deve passar por um momento de calmaria nos próximos 70 dias. Em recente entrevista ao Notícias Agrícola, o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, disse que os preços do cereal podem se acomodar em patamares mais baixos, porém, novas oportunidades devem ocorrer no período de final de abril e maio, quando a oferta irá reduzir e as cotações poderão apresentar novas altas.
Por outro lado, também é consenso que a safrinha será o grande balizador de preços no médio e longo prazo. Em algumas regiões, como é o caso de Lucas do Rio Verde (MT), cerca de 40% da área destinada ao cereal já foi semeada até o momento, de acordo com o presidente do sindicato rural do município, Carlos Simon.
BM&F Bovespa
Apesar da ligeira alta do dólar, os preços futuros do milho negociados na BM&F Bovespa fecharam o pregão em queda. As principais posições do cereal acumularam perdas entre 0,95% e 2,04% nesta quarta-feira (10). O vencimento março/16 era cotado a R$ 40,30 a saca e o maio/16 a R$ 38,10 a saca.
Por sua vez, a moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 3,9355 na venda, com alta de 0,65%. Na máxima do pregão, o câmbio chegou a R$ 3,9498. E, segundo a agência Reuters, o dólar foi impulsionado por um movimento de ajuste de posição por parte dos investidores depois do feriado de Carnaval no Brasil e da chair do Federal Reserva, Janet Yellen, indicar que o banco central americano pode promover mais ajustes graduais na política monetária do país.
Bolsa de Chicago
O pregão desta quarta-feira (10) foi de estabilidade aos preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Ao longo da sessão, as principais posições do cereal reduziram as perdas e encerraram o dia com ligeiras quedas de 0,75 pontos. O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,60 por bushel e o maio/16 a US$ 3,65 por bushel. E nem mesmo o anúncio da venda de 243 mil toneladas do grão para o Japão, divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), impulsionou as cotações.
Segundo os analistas, o mercado segue com a sua movimentação técnica, no intervalo de US$ 3,50 e US$ 4,00 por bushel, em meio à ausência de novas informações. Nem mesmo o relatório de oferta e demanda do USDA, reportado nesta terça-feira (9), foi o suficiente para modificar o cenário de preços. Ainda ontem, o órgão revisou para cima os estoques norte-americanos que passaram de 45,77 milhões para 46,66 milhões de toneladas. O milho destinado à produção de etanol também subiu e passou de 132,09 milhões para 132,72 milhões de toneladas.
Enquanto isso, as exportações dos EUA recuaram de 43,18 milhões de toneladas, estimadas em janeiro, para 41,91 milhões de toneladas na temporada 2015/16. "O USDA confirmou grande oferta e global e fraca demanda em seu novo relatório de oferta e demanda, o que deve empurrar a discussão para a nova safra americana", disse o analista e editor do site Farm Futures, Bryce Knorr.
Diante de quadro de estabilidade e falta de novidades, o mercado segue acompanhando o desenrola da safra de milho da América do Sul. Nesse instante, o foco é a Argentina, onde depois das especulações sobre o efeito do clima seco nas lavouras, a preocupação é com o ataque de gafanhotos nas plantações. "Depois do período seco recentemente, um fator importante para monitorar no país é o ataque de gafanhoto nas lavouras, o pior dos últimos 60 anos. E caso não haja o controle, a praga pode afetar seriamente as culturas e pastagens", informou o site internacional Agrimoney nesta quarta-feira.
Já a próxima safra norte-americana segue como incerteza ao mercado. Isso porque, frente aos custos de produção mais altos, não há definição sobre a área que será destinada ao plantio do cereal. Os participantes do mercado ainda aguardam o reporte do Outlook Forum, que deve ser feito ainda esse mês, com as primeiras projeções para a temporada 2016/17.
Produção de etanol nos EUA
Ainda hoje, a AIE (Agência de Informação de Energia) informou que a produção de etanol nos Estados Unidos somou 969 mil barris diários na semana encerrada no dia 5 de fevereiro. O número representa uma alta de 9% em relação à semana anterior, na qual, foram produzidos 959 mil barris diários. Do mesmo modo, os estoques também subiram e passaram de 22,4 milhões para 23 milhões de barris no mesmo período, um aumento de 2,7%.