Milho: Em Chicago, mercado mantém tom positivo e exibe ligeiras altas no pregão desta 5ª feira

Publicado em 04/02/2016 12:24

Ao longo do pregão desta quinta-feira (4), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) mantém o tom positivo nas negociações. Por volta das 12h37 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam ganhos entre 0,75 e 1,00 pontos. O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,72 por bushel, já o contrato maio/16 era negociado a US$ 3,77 por bushel.

De acordo com informações de agências internacionais, a fraqueza do dólar no mercado internacional tem servido de suporte aos preços. "Os futuros dos grão estão exibindo ganhos modestos sendo beneficiados pelo dólar fraco, que está levantando as commodities", disse Bryce Knorr, analista e editor do portal Farm Futures. Ainda assim, as cotações continuam trabalhando no intervalo de US$ 3,50 a US$ 4,00 por bushel no mercado internacional.

Hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou novo boletim de vendas para exportação. Na semana encerrada no dia 28 de janeiro, as vendas de milho ficaram em 1.143,5 milhão de toneladas, superando expectativas que variavam de 800 mil a 1 milhão.

Em torno de 1.129,1 milhão da safra 2015/16 - contra 817 mil da semana anterior - com o México ainda como o principal destino. O total já vendido pelo país chega a 24.346,1 milhões de toneladas, 25% a menos do que no mesmo período do ano comercial 2014/15. O departamento divulgou ainda mais a venda de 14,4 mil toneladas da temporada 2016/17, e o Japão foi o maior comprador, respondendo por 10,2 mil toneladas do total.

Apesar das exportações mais lentas, os analistas ainda reforçam que os números da produção de etanol e a demanda interna norte-americana surpreendem. Ainda ontem, a AIE (Agência de Informação de Energia) reportou que a produção de etanol ficou em 959 mil barris diários até a semana encerrada no dia 29 de janeiro. O número ficou abaixo do registrado anteriormente, de 961 mil barris. Já os estoques, passaram de 21,4 para 22,4 milhões de barris no mesmo período.

Além disso, os investidores ainda acompanham as informações vindas da América do Sul, especialmente da Argentina. Isso porque, em algumas áreas do país as lavouras do cereal sofrem com o tempo seco e há especulações sobre o impacto do clima irregular na produtividade das plantações. Nos Estados Unidos, o cenário não é diferente, já que há muitos rumores a respeito da área que será destinada ao cultivo do cereal. Por enquanto, a única certeza é de que os atuais patamares praticados em Chicago estão abaixo dos custos de produção dos agricultores americanos.

BM&F Bovespa

Em meio à volatilidade cambial, os preços do milho negociados na BM&F Bovespa trabalham em campo misto nesta quinta-feira. Perto das 12h13 (horário de Brasília), apenas o vencimento março/16 era cotado do lado positivo da tabela, negociado a R$ 41,40 a saca e ganho de 0,39%. Os demais contratos exibiam perdas entre 0,11% e 0,46%. A posição maio/16 era cotada a R$ 38,80 a saca.

Por sua vez, a moeda norte-americana era cotada a R$ 3,8590, com queda de 1,50% por volta das 12h29 (horário de Brasília). A queda é uma reação à perspectiva de que o Federal Reserve, banco central americano, não deva elevar a taxa de juros tão cedo no país, conforme reportou o site G1. Na mínima do dia, o câmbio já tocou o patamar de R$ 3,8449.

Paralelamente, no mercado interno, os analistas destacam que as cotações permanecem sustentadas. Claro que, com a entrada da safra de verão do mercado, as cotações podem sofrer algum impacto negativo. Ainda hoje, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou sua nova estimativa para a safra brasileira. No caso da primeira safra, o volume colhido deverá ficar próximo de 28.345,6 milhões de toneladas do grão, uma queda de 5,8% em relação à temporada passada, quando foram colhidas 30.082,0 milhões de toneladas.

Para a segunda safra, a perspectiva é que os produtores brasileiros colham 54.990,6 milhões de toneladas, contra as 54.590,5 milhões de toneladas da safrinha do ano anterior. Com isso, no total, o Brasil deverá produzir 83.336,0 milhões de toneladas na temporada 2015/16. Na safra 2014/15, o volume ficou em 84.672,4 milhões de toneladas.

Já as exportações, que contribuíram para enxugar o mercado doméstico, fecharam a temporada 2014/15 em 30,2 milhões de toneladas, ainda segundo levantamento da entidade.

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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