Milho: No Porto de Rio Grande, preço sobe 5% nesta quarta-feira e retoma o patamar de R$ 42,00 a saca
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Milho: No Porto de Rio Grande, preço sobe 5% nesta quarta-feira e retoma o patamar de R$ 42,00 a saca
Apesar da queda registrada no dólar, o preço do milho praticado no Porto de Rio Grande voltou a subir nesta quarta-feira (3) e retomou o patamar de R$ 42,00. O valor representa uma alta de 5% em relação ao fechamento do dia anterior, quando a cotação estava em R$ 40,00 a saca. Nas praças do Paraná, Ubiratã, Londrina e Cascavel, os preços subiram 1,56%, com a saca do grão negociada a R$ 32,50.
Em contrapartida, a cotação recuou 2,94% em São Gabriel do Oeste (MS) e a saca fechou o dia a R$ 33,00. Nas demais praças pesquisadas pela equipe do Notícias Agrícolas o dia foi de estabilidade aos preços praticados no mercado interno.
Por sua vez, a moeda norte-americana fechou o pregão desta quarta-feira em queda, cotada a R$ 3,9181 na venda e perda de 1,70%. Esse é o menor nível desde 29 de dezembro de 2015, quando o dólar encerrou a sessão a R$ 3,8769, conforme informou a agência Reuters. O câmbio caiu acompanhando a movimentação negativa no dólar nos mercados globais frente à valorização nos preços do petróleo e dos dados mais fracos sobre a economia norte-americana.
Na visão do economista e analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, os preços se mantêm firmes, porém, regionalmente com a entrada da safra de verão podem sofrer algum impacto negativo, especialmente nos estados produtores como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Minas Gerais. “Isso pode ajudar a conter novas altas, mas não acredito que o mercado esfrie muito, já que o abastecimento só será normalizado com a entrada da safrinha a partir de junho e julho”, explica.
De acordo com levantamento da INTL FCStone a safra de verão poderá totalizar 27.591,1 milhões de toneladas do cereal. “Com o avanço da colheita, a cada ano, uma produção menor no ciclo de verão vai se consolidando. Esse cenário traz preocupações num momento em que têm sido relatadas dificuldades em encontrar milho no mercado”, afirma Ana Luiza Lodi, analista de mercado da consultoria. O ajuste decorreu de uma revisão de área em alguns estados, como no Rio Grande do Sul e em Minas Gerais.
Já a segunda safra poderá totalizar 53.460,01 milhões de toneladas, ainda conforme dados da consultoria. “A safra de verão não será suficiente e ainda temos embarques de milho. Há uma disputa grande para exportação via câmbio, que ajudou a enxugar o mercado interno. Já temos mais de 30 mi de toneladas embarcadas e há volumes programados para fevereiro e março, como nunca tivemos e, isso acaba enxugando o mercado doméstico”, ressalta o economista.
Em relação aos leilões, Motter ainda sinaliza que os volumes ofertados até o momento, de 148 mil toneladas, e o anúncio de mais duas operações no total de 150 mil toneladas para o dia 16 de fevereiro são pequenos. “Irão atender somente os mercados locais e acaba tendo um efeito psicológico no mercado. De maneira geral, há certa acomodação com a chegada da safra de verão, mas é pequena e não resolve os problemas dos produtores de carne”, diz.
Após trabalhar do lado negativo da tabela em boa parte do dia, as cotações futuras do milho negociadas na BM&F Bovespa terminaram o pregão em campo misto. As duas primeiras posições fecharam a sessão em campo positivo cotadas a R$ 41,34 a saca e R$ 38,98 a saca, respectivamente. Apenas o vencimento setembro/16 terminou em queda, negociado a R$ 36,99 a saca.
Bolsa de Chicago
As cotações futuras do milho na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão desta quarta-feira (3) do lado negativo da tabela. As principais posições do cereal exibiram quedas entre 0,75 e 1,25 pontos. O vencimento março/16 era cotado a US$ 3,70 por bushel e o maio/16 a US$ 3,75 por bushel.
Em meio à falta de novidades, os analistas destacam que, as cotações ainda trabalham de maneira técnica. Motter ainda destaca que as exportações americanas seguem lentas e não são suficientes para impulsionar os preços. “Já os dados da produção de etanol são surpreendentes e a demanda interna continua forte”, relata.
O mercado também tem acompanhado o andamento da safra da Argentina, uma vez que algumas áreas, principalmente o norte do país sofrem com a ausência de chuvas. "Com um golpe de calor na segunda quinzena de janeiro, as chuvas desapareceram e já há regiões com sintomas graves nos principais cultivos. Uma das situações mais graves é registrada no nordeste de Buenos Aires, mas também são encontrados reflexos no sul de Entre Rios e Santa Fé, norte de Córdoba e Chaco, e no extremo norte da região conhecida como NOA (noroeste argentino)", informou a Bolsa de Comércio de Rosário.
O diretor do departamento climático da bolsa, José Luis Aiello, ressalta que caso não haja mudança no atual padrão das condições entre os dias 9 a 16 de fevereiro, as chuvas deverão ser muitos escassas, se concentrado no norte do país. E o especialista também não descartou as repetições de ondas de calor como as últimas que vêm sendo registradas. Até o momento, as lavouras do cereal, em sua maioria, apresentam boas condições.
Ainda hoje, a Informa Economics estimou a safra argentina de milho em 26 milhões de toneladas do cereal. Em sua última estimativa, a consultoria projetou a safra do cereal em 22 milhões de toneladas. Do mesmo, a nova produção norte-americana continua em pauta. Ainda há dúvidas sobre a real área que será destinada ao cereal.
Confira como fecharam os preços nesta quarta-feira: