Milho: Na BM&F, preços recuam no pregão desta 3ª feira com influência do câmbio
Os futuros do milho negociados na BM&F Bovespa voltaram a trabalhar em campo negativo no pregão desta terça-feira (26). Por volta das 12h52 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam perdas entre 0,78% e 0,92%. O vencimento março/16 era cotado a R$ 39,78 a saca, já o contrato maio/16 a R$ 38,15 a saca.
De acordo com os analistas, o mercado é pressionado pela queda registrada no câmbio. Hoje, a moeda norte-americana era cotada a R$ 4,0891 na venda, com desvalorização de 0,31%, perto das 12h48 (horário de Brasília). E, segundo dados do site G1, os mercados se ajustam ao dia anterior ruim, com a recuperação dos preços do petróleo trazendo algum tipo de alívio aos mercados globais depois de dias de intensa preocupação.
Paralelamente, o analista mercado da FocoMT Agentes Autônomos, Marcos Hildenbrandt ressalta que o anúncio da venda de 500 mil toneladas dos estoques públicos da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) tem um efeito psicológico no mercado. "Se consumimos 55 milhões de toneladas de milho por ano são mais de 1 milhão de toneladas consumidas por semana. Então, 500 mil toneladas seria o consumo de 15 dias. Não é muito milho, porém, ajudou a esfriar o mercado", pondera o analista.
A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) lançou na última semana dois editais para a venda de 150 mil toneladas do cereal dos estoques públicos, de um total de 500 mil toneladas já aprovadas pelo Mapa (Ministério da Agricultura). Ambos os leilões eletrônicos serão realizados no dia 1 de fevereiro de 2016, o primeiro negociará um volume de 40.326,387 mil toneladas e o segundo, 109.673,613 mil toneladas de milho em grãos, a granel, conforme dados dos editais.
O valor de cada operação ainda deverá ser reportado em R$/kg, com ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) excluído e com antecedência de até 2 dias úteis da data de realização do leilão, segundo item 6 do edital.
Bolsa de Chicago
Na Bolsa de Chicago (CBOT), as cotações da commodity continuam exibindo ligeiras movimentações e operam próximas da estabilidade. As duas primeiras posições registravam ganhos de 0,50 pontos, por volta das 13h14 (horário de Brasília). Já o vencimento dezembro/16 era cotado a US$ 3,92 por bushel e queda de 0,25 pontos.
O mercado segue sem novas informações, com isso, as cotações do cereal dão continuidade à movimentação técnica. Ainda segunda-feira, as agências internacionais destacaram que nos patamares de US$ 3,40 a US$ 3,50 por bushel não há vendedores no mercado, e nos níveis próximos de US$ 4,00 por bushel não há interesse comprador.
Diante desse cenário, os participantes do mercado ainda acompanham os dados sobre a demanda pelo produto norte-americano. Mas, por enquanto, os números não são animadores, os embarques semanais do grão estão 21,5% abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior, conforme dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Além disso, as especulações a respeito da nova safra norte-americana também seguem em pauta e a dúvida é em relação à área que será destinada ao plantio do cereal.