Mapa confirma venda de 500 mil t de milho para conter alta dos preços

Publicado em 22/01/2016 09:17

Conforme foi adiantado pelo Notícias Agrícolas nesta quinta-feira (21), o Ministério da Agricultura confirmou que vai lançar um edital para a venda de milho dos estoques da Conab. A informação partiu da ministra Kátia Abreu, em sua conta no Twitter, e afirma que o volume será de 500 mil toneladas neste primeiro momento.

Os detalhes das operações, como os instrumentos utilizados e regiões beneficiadas, no entanto, ainda não foram divulgados e deverão ser reportados na próxima semana.

"O Mapa vai lançar edital para vender 500 mil TON de milho estocado na CONAB. Forte aumento dos preços. Manter estoques custa caro ao país", disse Kátia no Twitter. "O Mapa analisa os preços dos alimentos diariamente. Temos um histórico dos preços em séries de uma década. Os leilões da CONAB ajustam preço. Os leilões são de compra quando o preço está baixíssimo para os produtores ou de venda quando está alto para consumidores. É nosso papel!", informaram as publicações. 

A informação veio ao encontro das reivindicações do setor de produção de aves e suínos, que segue preocupado com a recente alta nos preços do cereal no mercado doméstico. Somente no interior de São Paulo, os ganhos já superam os 18% na parcial de janeiro, conforme dados levantados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Ainda no início dessa semana, o presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) Francisco Turra, se reuniu com o ministro-interino da Agricultura, André Nassar que, na ocasião, firmou o compromisso de realizar ações incisivas contra a forte elevação dos preços e a escassez de oferta de milho. 

Paralelamente, a venda de estoques do grão também atende uma necessidade de obter recursos para a subvenção do seguro agrícola de 2016, segundo explica a o analista financeiro, Miguel Daoud. Em meados de dezembro do ano passado, a ministra Kátia Abreu informou que o seguro agrícola para o clima seria de R$ 1 bilhão neste ano, e que parte dos recursos teria como origem a venda dos estoques de milho e café pela União. Ainda de acordo com Daoud, o governo aproveita o momento de atuais preços elevados para garantir, com a vendas desses estoques, uma receita ainda mais alta. 

Do total estimado em R$ 850 milhões, cerca de R$ 400 milhões já estariam previstos para esse fim, "R$ 350 milhões serão deslocados da rubrica de Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) - que não foi utilizada integralmente em 2015 - e R$ 100 milhões virão de emendas parlamentares", segundo informou uma nota oficial do Mapa reportada em dezembro de 2015.

Na época, a ministra ainda destacou que o país não teria necessidade de manter grandes estoques de alimentos por longos períodos de tempo, já que não apresenta risco de insegurança alimentar. “Nossa produção nacional é muito grande. Para que manter grandes estoques se não temos risco de falta de alimentos? Pretendemos vender nos momentos adequados, eliminando inclusive a despesa anual de R$ 200 milhões que a União tem em manter esses estoques”, disse a ministra no mês passado. 

Veja:

>> Milho público vai a leilão; forma de comercialização não está definida

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Por: Fernanda Custódio
Fonte: Notícias Agrícolas

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